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terça-feira, 18 de junho de 2019

A nacionalidade de Lênin


“Em Os Governantes da Rússia (3ª edição, pp. 28, 30), mencionei várias opiniões a respeito da nacionalidade de Lênin sem examiná-las criticamente. A principal razão foi que eu não tinha sido capaz de rastrear a origem da “lenda” de que Lênin foi casado com uma judia e que seus filhos falavam ídiche. Desde então, descobri o que parece ser a origem da história em O Judeu Internacional de Henry Ford, vol. I, p. 214. Lá lemos, junto com muitas informações úteis sobre o Bolchevismo e a Revolução Russa, as seguintes frases: “Talvez ele (Lênin) seja um gentio, mas por que seus filhos falam ídiche? ... A explicação para tudo isso parece ser que ele se casou com uma judia. Isso é um fato. Mas outra explicação pode ser que ele mesmo era judeu.” Nenhuma autoridade para tais alegações é citada em O Judeu Internacional. Ora, é certo que a esposa de Lênin era russa. Lênin pode ter aprendido ídiche, pois estava sempre em companhia de judeus que falavam essa língua, mas com sua esposa teria falado russo. Jamais houve qualquer menção a filhos desse casamento.
Os pesquisadores parecem concordar em que a aparência facial de Lênin não era a de um russo. “Astrakan, na costa noroeste do Cáspio”, escreve o Pe. E. A. Walsh, S.J, “foi o local de nascimento do pai de Lênin, Ilia Ulianov, que vinha de uma respeitável linhagem de classe média que tinha de algum modo cruzado com sangue mongol: a miscigenação era claramente visível no semblante do futuro ditador. Foi em Simbirsk sobre o Volga que Vladimir nasceu, em 10 de abril de 1870, enquanto seu pai trabalhava como Inspetor das Escolas Rurais, uma posição que lhe dava direito a ser chamado “Sua Excelência”. Na mesma cidade vivia a família de Alexander Kerensky.”
Por sua vez, o Inspetor Fitch da Scotland Yard, cuja tarefa era observar Lênin e Trotsky na Grã-Bretanha, testemunha a mesma aparência não-russa. “Foi a primeira vez que o havia visto,” escreve o ex-detetive, “um típico judeu de cabeça lisa, de forma oval, olhos apertados, com uma segurança demoníaca em cada linha de sua poderosa face magnética. A seu lado estava um diferente tipo de judeu, do tipo que se pode ver em qualquer loja do Soho, de nariz forte, rosto pálido, bigodes longos, com um pequeno tufo de barba balançando de seu queixo e uma grande massa de cabelo desgrenhado – Leiba Bronstein, depois conhecido como Lev Trotsky.”
O Pe. Walsh atribui a aparência não-russa nos traços de Lênin a uma mistura com sangue mongol. O Inspetor Fitch menospreza-o como judeu. M. de Poncins, que examina todas essas questões cuidadosamente, diz que “a origem de Lênin não é clara nem bem definida. Do lado de seu pai, há uma mistura de russo e tártaro, tão comum na Rússia. Do lado de sua mãe, há suspeita de algum sangue judeu. Sua mãe foi Maria Alexandrovna Blank, filha de um médico, Alexander Dimitrievitch Blank. Segundo Pierre Chasle (Vida de Lênin, Paris, 1929, p. 3), Alexander Blank veio da Volínia e era médico militar. Sua esposa, avó de Lênin, é tratada como alemã na publicação A Família Oulianoff em Simbirsk (Instituto Lênin, Moscou e Leningrado, 1925, p. 20). Alexander Blank era considerado em círculos judaico-soviéticos como sendo um judeu batizado. O nome Blank é muito comum na Alemanha e é um nome alemão, mas também é encontrado entre os judeus.” O relato desse autor parece ser um excelente resumo do presente estado da questão.”
(Pe. Denis Fahey, C.S.Sp., The Mystical Body of Christ and The Reorganization of Society)

terça-feira, 16 de abril de 2019

Naturalismo e revolução


“O Naturalismo consiste na negação da possibilidade da elevação de nossa natureza à Vida Sobrenatural e ordem ou, ainda mais radicalmente, na negação da própria existência daquela Vida e ordem. Se o Naturalismo nega a existência da Vida Sobrenatural, tem seu fundamento no Panteísmo. A razão da última afirmação é clara. Se não há verdade e vida além do âmbito de nossa natureza, então nossa natureza é idêntica à Natureza Divina. O Racionalismo é a aplicação do Naturalismo à razão humana. Envolve a negação ou da existência da Vida Sobrenatural que vem de Nosso Senhor Jesus Cristo ou pelo menos da possibilidade de se poder conhecer essa Vida, mesmo por revelação. Destarte a mente humana é a única fonte de verdade e ordem, com exclusão de Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo.
A palavra Revolução pode ser considerada em dois sentidos. A significação primária é a de uma radical transformação da sociedade empreendida com o propósito de destruir a ordem antiga que se baseava no reconhecimento dos Direitos de Deus através do Corpo Místico de Cristo e da realidade da Vida Sobrenatural da Graça como nossa vida mais nobre e elevada. O segundo significado deriva do anterior. Diz que a palavra é aplicada às doutrinas ou princípios em nome dos quais a transformação social é realizada e às novas instituições estabelecidas em lugar das derrubadas. O objetivo da revolução, portanto, baseia-se na negação dos Direitos de Deus e de nossa Vida Sobrenatural e é a entronização da razão humana como soberana. Em outras palavras, é a inauguração do reino do Naturalismo ou Racionalismo.”
(Rev. Denis Fahey, The Mystical Body of Christ and The Reorganization of Society)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Anti-semitismo

“Devido à confusão de pensamentos prevalente entre os católicos sobre a questão do anti-semitismo, algumas palavras devem ser ditas sobre o assunto.
Na excelente resenha a meu livro A Realeza de Cristo ou Naturalismo Organizado, que apareceu na revista jesuíta La Civiltà Cattolica (Roma, março de 1947), o crítico deu um destaque especial à distinção que tenho feito em todos meus livros. Ele escreveu o seguinte:
“O autor quer estabelecer uma clara distinção entre ódio à nação judaica, que é anti-semitismo, e oposição ao naturalismo judeu e maçônico. Essa oposição por parte dos católicos deve realmente ser total, por meio de um reconhecimento não só individual, mas social, dos direitos da Realeza sobrenatural de Cristo e Sua Igreja, e na luta política para conseguir que esses direitos sejam reconhecidos pelos Estados e na vida pública. Para esse empreendimento indispensável ... a união ativa e efetiva dos católicos ... é absolutamente necessária.”
O espaço não permite longas citações de documentos papais para mostrar que, por um lado, os soberanos pontífices insistem em suas encíclicas que os católicos devem defender com determinação os direitos integrais de Cristo Rei, enquanto, por outro lado, devem manter suas mentes e seus corações livres do ódio à própria nação de Nosso Senhor segundo a carne. Por um lado, eles devem lutar pelos direitos de Cristo Rei e pela organização sobrenatural da sociedade nos termos da encíclica Quas Primas, inequivocamente proclamando que a rejeição de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias verdadeiro, por Sua própria nação, e a oposição inflexível que esta Lhe devota, são uma fonte fundamental de desordem e conflito no mundo. Por outro lado, como membros de Nosso Senhor Jesus Cristo, os católicos não devem odiar os membros dessa nação na qual, através de nossa Mãe Santíssima, o Lírio de Israel, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade assumiu a natureza humana, nem negar-lhes os legítimos direitos como pessoas.
A elevação sobrenatural de mente e coração e a coragem inflexível que são exigidas dos membros de Cristo em nossos dias só podem ser mantidas com a ajuda dAquele que chorou porque Jerusalém rejeitou a ordem. Isso implicará, inevitavelmente, em sofrimento para os membros fiéis de Cristo, à medida que aumenta o poder das forças anti-sobrenaturalistas no mundo. Mesmo em meio a seus sofrimentos, no entanto, os membros de Cristo devem ter em mente que haverá um triunfo glorioso para Cristo Rei.
Duas razões podem ser atribuídas para o fato de que os membros fiéis de Nosso Senhor serão muitas vezes traídos por aqueles que deveriam estar do lado de Cristo Rei. Em primeiro lugar, muitos escritores católicos falam de condenações papais ao anti-semitismo sem explicar o significado do termo e sequer aludem aos documentos que insistem nos direitos de Nosso Divino Senhor, Cabeça do Corpo Místico, Sacerdote e Rei. Assim, muitos são completamente ignorantes do dever que têm todos os católicos de defender com determinação o reinado de Nosso Senhor na sociedade em oposição ao naturalismo judaico.
O resultado é que inúmeros católicos são tão ignorantes da doutrina católica, que lançam a acusação de anti-semitismo contra aqueles que estão lutando pelos direitos de Cristo Rei, e assim efetivamente ajudam os inimigos de Nosso Divino Senhor. Em segundo lugar, muitos escritores católicos copiam sem questionar o que lêem na imprensa naturalista ou anti-sobrenaturalista e não fazem distinção entre anti-semitismo no correto sentido católico, como explicado acima, e “anti-semitismo” como os judeus entendem. Para os judeus, “anti-semitismo” é qualquer coisa que está em oposição à dominação naturalista messiânica de sua nação sobre todas as outras. Logicamente, os líderes da nação judaica afirmam que defender os direitos de Cristo Rei é ser “anti-semita.”
O termo “anti-semitismo”, com toda sua conotação de guerra nas mentes dos que não pensam, está sendo ampliado para incluir qualquer forma de oposição aos objetivos naturalistas da nação judaica e qualquer revelação dos métodos que adotam para atingir esses objetivos.
Na beatificação de Joana d'Arc (13 de dezembro de 1908), o santo Papa Pio X afirmou:
“Em nosso tempo, mais do que nunca, o maior trunfo dos dispostos ao mal é a covardia e a fraqueza dos homens de bem, e todo o vigor do reino de Satanás é devido à despreocupada fraqueza dos católicos. Oh! Se eu pudesse perguntar ao Divino Redentor, como o profeta Zacarias fez em espírito (Zc. 13:06a): “Que ferimentos são esses em Tuas mãos?” A resposta não poderia ser outra: “... São ferimentos que recebi na casa dos que me amavam” (Zc. 13:06b). Fui ferido por meus amigos, que não fizeram nada para me defender e que, em cada ocasião, fizeram-se cúmplices dos meus adversários. E essa censura pode ser direcionada aos católicos fracos e tímidos de todos os países.””
(Rev. Denis Fahey, C.S.Sp, Grand Orient Freemasonry Unmasked)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Duas correntes de pensamento oriundas da revolução francesa

“Podemos falar de duas correntes de pensamento e ação que procedem da Declaração dos Direitos do Homem: a corrente do Liberalismo rousseauniano-maçônico e a corrente do Socialismo, Coletivismo e Comunismo. A corrente do Liberalismo, é certo, já existia antes da Revolução Francesa – é a própria essência da filosofia de Locke, como vimos – mas foi bastante reforçada pela deificação maçônica do homem na Revolução. De acordo com a doutrina consagrada no simbolismo maçônico, todo homem, enquanto emanação da substância única, é um ser absolutamente independente. Todos os homens são, portanto, igualmente Deus, sujeitos a ninguém e completamente livres de quaisquer obrigações uns para com os outros. E o homem que nasce livre é indivíduo e animal, com suas necessidades materiais e suas paixões clamorosas. Como a ação desimpedida é uma exigência absoluta da natureza humana enquanto divina, é apenas visando garantir mais prontamente a maior soma possível de satisfações materiais que os seres humanos entram em sociedade. Se atentarmos cuidadosamente à doutrina da divindade imanente ou autonomia do homem como indivíduo expressa na Declaração, logo perceberemos que o primeiro artigo da Declaração, ou seja, “Os homens nascem e vivem livres e iguais em direitos”, contribuiu bastante para reforçar as correntes opostas do Liberalismo e do Socialismo ou Comunismo. Nenhuma dessas teorias compreende a distinção entre o homem como pessoa e o homem como indivíduo (...).
Segundo a doutrina tomista, o homem é um membro individual da sociedade dotado de razão e conseqüentemente do poder do livre arbítrio, tendo em vista o desenvolvimento de sua personalidade por meio de sua adesão a Cristo. A partir do momento que um indivíduo humano se destina por sua natureza a viver em sociedade, ele tem o direito, como pessoa, de exigir da sociedade o mínimo do Bem Comum que o permitirá viver dignamente como pessoa humana, mas ele tem também os correspondentes deveres para com a sociedade e não pode se comportar como um todo autônomo, unicamente para o qual a sociedade existe. Portanto, como pessoas, todos os homens são iguais e têm direitos iguais àquele mínimo, mas embora iguais como pessoas, por serem membros da espécie humana e membros atuais ou potenciais de Cristo, os seres humanos são desiguais como indivíduos, devido à desigualdade de suas condições individuais. Seus direitos individuais concretos são, dessa maneira, desiguais. Toda organização da sociedade deve respeitar tanto a específica igualdade das pessoas humanas como a desigualdade individual dos indivíduos humanos.
É precisamente isso o que nem o Liberalismo nem o Socialismo conseguiram compreender. O Liberalismo destacou a primeira parte do Artigo I da Declaração de 1789, qual seja, “os homens nascem livres”. Cada homem com suas necessidades materiais e paixões é um todo autônomo, absolutamente livre, com liberdade irrestrita. O indivíduo é assim seu próprio fim para si mesmo, e o único objetivo da sociedade é manter essa autonomia. Na presença da desigualdade de condições, contudo, pela qual a pretensa liberdade incondicional é constantemente frustrada, o Liberalismo sacrifica o fraco ao forte e obriga o fraco a respeitar os contratos feitos com o forte por extrema necessidade, embora com todos os sinais exteriores da liberdade. O Liberalismo na prática sacrifica a igualdade fundamental das pessoas humanas. No começo do Liberalismo acreditava-se, com Adam Smith e Quesnay, que o respeito às “leis da natureza” levaria a um funcionamento esplendidamente harmonioso da sociedade. Com o passar do tempo, especialmente após a Revolução Francesa e diante das injustiças gritantes dos resultados da “liberdade”, tudo que se podia afirmar, com Malthus e Ricardo, era que embora as coisas estivessem ruins, qualquer tentativa de interferência nas “leis da natureza” levaria a males ainda piores.
A opressão dos fracos pelos fortes levou à coalizão dos fracos na tentativa de defender os direitos fundamentais da natureza humana, na qual todos são iguais. Infelizmente, a liderança da reação foi tomada pelos socialistas e comunistas impregnados com a mesma doutrina revolucionária da “autonomia do indivíduo”. Eles inauguraram um sistema tão anti-social quanto o outro, ressaltando a segunda parte do Artigo I da Declaração, ou seja, “os homens nascem iguais”. Em nome da igualdade essencial da natureza humana eles pretendiam suprimir a desigualdade acidental e inevitável das condições humanas. A única maneira de conseguir isso era suprimir a presente organização da sociedade na qual a lei mantém a desigualdade de condições, principalmente através da propriedade privada, e reconstruir uma sociedade na qual todos os cidadãos seriam iguais não apenas de jure mas de facto. Nessa sociedade ideal, o Estado deverá possuir tudo e obrigar todos, sem distinção de classes, a trabalharem pelo Bem Comum, distribuindo a cada um seu quinhão devido da riqueza comum.
Os liberais estão certos em admitir, opondo-se aos socialistas e comunistas, a natural desigualdade das condições humanas, mas sua falsa doutrina da autonomia do indivíduo, ou seja, da liberdade incondicional de uma criatura decaída, leva na prática à negação dos direitos dos seres humanos à maioria.
Por seu lado, em nome da mesma falsa doutrina, os socialistas e comunistas querem suprimir a desigualdade de condições. Todos são igualmente homens, querendo eles dizer com isso indivíduos autônomos, e para se chegar à igualdade deve-se reorganizar a sociedade com base na supressão das desigualdades. Como a propriedade privada é a principal causa das desigualdades, deve-se começar pela sua supressão. Dado o falso fundamento de ambas doutrinas, que é a deificação rousseauniana-maçônica do indivíduo, não há solução para o problema. Se a sociedade for, como a Declaração de 1789 e o Contrato Social de Rousseau supõem, uma simples justaposição material de indivíduos autônomos, então, ou em nome da liberdade os fortes oprimirão os fracos, ou em nome da igualdade os manipuladores da coalizão oprimirão a todos. Em ambos os casos, os homens serão tratados como meros indivíduos, não como pessoas.
Uma vez que o único objetivo da sociedade, de acordo com os princípios de 1789, é permitir que os indivíduos se entretenham livremente como deuses sem qualquer restrição, é óbvio que todo Estado deve ser projetado nos termos do Contrato Social de Rousseau. Um tal Estado será composto exclusivamente de indivíduos que são unidades aritmeticamente iguais e completamente independentes umas das outras, sob um governo emanado da soma das vontades individuais. Da mesma forma, toda sociedade distinta do Estado deve ser dissolvida e o trabalho de destruição não deve cessar até que o Estado governe sobre partículas de poeira humana. As Corporações ou Guildas foram-se primeiro. Os Decretos Chapelier de junho de 1791 cuidaram disso. Então o ataque à família por meio das leis naturalistas do divórcio, leis regulando a herança de propriedade, leis sobre a escola, completaram o trabalho corruptor iniciado pelo individualismo protestante. Como o Socialismo e o Comunismo aceitaram o mesmo princípio desintegrador do indivíduo enquanto Deus, eles mantiveram esse ataque à família, ainda que tentassem, com sindicatos e cooperativas, proteger os trabalhadores das conseqüências do individualismo. Esses expedientes temporários destinam-se a dissolver-se tão logo o Estado Comunista esteja montado. Assim, a mesma forma de Estado onipotente e onívoro, no qual os homens serão tratados como meros indivíduos, será a conseqüência lógica das duas correntes originadas nos princípios de 1789.”
(Rev. Denis Fahey, C.S.Sp, The Mystical Body of Christ and the Reorganization of Society)

domingo, 8 de agosto de 2010

O ataque à família cristã na França por meio do divórcio

“Sabemos que a união sacramental entre os esposos simboliza a união sobrenatural entre Cristo e Sua Igreja. Sendo assim, era inevitável que a Revolução Francesa naturalista atacaria o casamento cristão e introduziria o divórcio. O divórcio foi legalizado na França em 1792. Já em 1793 havia tantos divórcios quantos casamentos, e no ano VI houve mais. Napoleão manteve o divórcio. A Restauração o aboliu. A Terceira República planejou reintroduzi-lo. Um judeu, Naquet, o propôs em 1876. Foi rejeitado. Foi proposto de novo em 1881 e de novo rejeitado, mas em 1884 foi adotado. No Dictionnaire Larousse, Alfred Naquet aparece como o homem que fez a lei do divórcio ser votada.
Em 1885, ano seguinte à promulgação da lei, houve 4.123 divórcios. Em 1912 houve 14.579 contra 311.959 casamentos ou um divórcio para cada vinte e um casamentos. “Os oradores que falavam a favor da lei do divórcio no Senado e na Câmara dos Deputados,” escreve Mons. Delassus, “afirmavam que com a promulgação da lei ver-se-ia uma diminuição no número dos adultérios. Contudo o número de condenações por esse crime continuou crescendo. Eles também defendiam que o divórcio exerceria uma influência benéfica sobre o número de nascimentos. O número de nascimentos constantemente diminuiu. Eles proclamavam que o alívio dado aos desesperados levaria à diminuição no número dos que cometiam suicídio devido a problemas familiares. Em 1883, houve 1.108 de tais casos; em 1889, houve 1.404. E Monsieur Georges Michel escreveu, em um estudo especial sobre a questão em 1901, que havia de três a quatro vezes mais suicídios entre homens e mulheres divorciados do que entre pessoas casadas.””
(Rev. Denis Fahey, C.S.Sp, The Mystical Body of Christ and the Reorganization of Society)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Frederico II da Prússia, a maçonaria e a revolução francesa

“A história da França desde a Revolução Francesa permite uma ilustração impressionante do que vimos ser o mot d’ordre das forças naturalistas ou anti-sobrenaturalistas – favorecer durante algum tempo uma Potência Protestante a fim de arruinar uma Potência Católica. Na obra maçônica já mencionada, As Constituições da Maçonaria ou Ahiman Rezon, publicada pela Grande Loja da Irlanda em 1858, são dadas algumas datas importantes que devem ser aqui relembradas. Aprendemos que Frederico, o Grande da Prússia foi iniciado em 1738 e que em 1761 pediu a seu representante que convocasse um Grande Consistório de Príncipes do Segredo Real em Paris, a fim de dar uma patente ao Irmão Stephen Morin para que apresentasse aquele sistema ao mundo. Por fim, em 1762, Frederico, Rei da Prússia, foi proclamado Grande Inspetor Geral Soberano, 33º grau, para ambos hemisférios. Essas datas são mencionadas porque Frederico, o Grande usou toda sua influência na Maçonaria para instigar a preparação da Revolução e enfraquecer a França. Além disso, ele fez tudo em seu poder para separar a França da Áustria e desfazer os efeitos benéficos causados pelo casamento de Maria Antonieta com o futuro rei, Luís XVI, em 1770. Quão poucos percebem que por trás dos esforços para tornar Maria Antonieta impopular e provocar tais exclamações como “A bas l’Autrichienne!” estava a figura sinistra daquele patife cínico, o Rei da Prússia!
E menos ainda compreendem que a perseguição à infeliz filha de Maria Teresa até a morte foi apenas um episódio no extenso e prolongado esquema, no qual a protestante Berlim tomou o lugar da católica Viena como capital cultural dos povos de língua alemã. “O ódio da Rainha a tudo que traz o nome prussiano”, escreveu o embaixador alemão, Barão von Alvensleben, “é indisputável”. Esse foi um dos grandes crimes da infeliz Rainha – que ela era anti-prussiana. Os franceses que ainda insultam sua memória deveriam se lembrar de que ela foi o primeiro e maior obstáculo àqueles planos de dominação européia que, originando-se em Frederico, o Grande, culminaram nas agressões de 1870 e 1914. Maria Antonieta pagou caro por sua aversão à Prússia. Não pode haver dúvida nenhuma que algumas das calúnias e panfletos sediciosos publicados contra ela, antes e durante a revolução, foram postos em circulação por Von der Goltz, o embaixador prussiano, pela instigação do Rei da Prússia. Havia, assim, um duplo esforço de influência alemã funcionando nos bastidores da Revolução Francesa – um político, o outro filosófico. O primeiro, inspirado por Frederico, o Grande e executado por Von der Goltz; o segundo, inspirado por Weishaupt e conduzido por Anarcharsis Clootz, o prussiano enviado a Paris para esse propósito.”
(Rev. Denis Fahey, C.S.Sp, The Mystical Body of Christ and the Reorganization of Society)