domingo, 23 de julho de 2023

A metafísica cristã de Tresmontant

Tresmontant não é uma figura muito querida entre tradicionalistas, de fato, seu passado de juventude como um “chardiniano” não é de garbo. Todavia, seu trabalho é muito maior do que modas juvenis, e o assunto tratado aqui é de importância seminal, assunto este que o helenista francês prestou devidas explicações valiosas.
Entre suas teses notórias - que longe de serem originais, ressoam perfeitamente como ratificações de verdades milenares - está a de que, desde a gênese do Cristianismo, existe algo muito próprio da cosmogonia cristã, definido e distinto dos eleáticos, dos heraclitianos, platônicos, aristotélicos e etc. Esse algo é alcunhado de metafísica cristã, pois são realidades, mesmo que reveladas, racionalmente concebíveis e justificáveis. Evidentemente, como ele mesmo diz em seus comentários sobre o marxismo (o qual talvez eu comente sobre posteriormente) “outras verdades podem ser assumidas pelos cristãos, pois todas as verdades devem ser entendidas como provenientes, de alguma forma, da Verdade”, portanto existem linhas de conciliação entre platônicos e aristotélicos com o Cristianismo, mas essa conciliação se dá em um enfrentamento; isto é, realiza-se a comparação entre dois modelos existentes, o Cristão e o exógeno.
É mister depreender: não pode ser o Cristianismo um conjunto de forças da moda, mas antes uma Doutrina sólida qual, se pode ser conciliada com algum esquema, o é parcial e combativamente - no sentido clássico de “enfrentamento de teses”.
Essa afirmação, embora nos aparente óbvia, é extremamente atacada em meios inclusive ditos “conservadores”, que seguem a doutrina de Bauer, tacitamente assumida por Eric Voegelin.
Tal concepção consiste em afirmar que não havia “ortodoxia” ou “Doutrina” no Cristianismo Primitivo, apenas um acontecimento puro que, com o passar das eras, foi se adornando com coisas que não lhe eram próprias na gênese (daí o fato de Voegelin se declarar um cristão “pré-Niceno”). Essa negação de um saber sistemático é anteposta por Tresmontant; ele afirma, indubitavelmente, que há nos Pais da Igreja e mesmos nos apóstolos um conjunto subjacente de signos, crenças e teses, sem as quais nada que é explanado pelo Cristianismo primitivo significa em absoluto. Entre tais signos está o já tratado aqui; a Criação, formalmente considerada.
Mas, um argumento antagônico é levantado por alguns: como pode um acontecimento histórico - nomeadamente, a Encarnação, que possibilita o Cristianismo e é seu fundamento último - ter uma filosofia eterna, para todos os tempos e causas, metafísica? Se é histórico é contingente, se é contingente pode assumir diversas verdades em diferentes períodos de tempo, e não é, por conseguinte, uma Verdade única.
Tal concepção é respondida em seu outro livro “São Paulo e o mistério do Cristo”, quando ele apresenta algumas noções sobre a Encarnação. Segundo Tresmontant - e em perfeita confluência com a Doutrina Católica - a Encarnação escolheu, lhe aprouve o tempo onde sucedeu-se. Com esta informação somente podemos dizer que este evento é de uma natureza distinta do que outras ocorrências históricas (no suceder em algum lugar). Enquanto o que é contingente não tem pleno controle sobre o suceder, a Encarnação, segundo a Doutrina de sempre, assumida por todos os cristãos desde os apóstolos - a Metafísica Cristã! -, tem controle sobre quando irá suceder-se, e se tem é porque vem de outro mundo, como Cristo mesmo diz.
Assim, a estrutura interna da Encarnação, assumida na Metafísica Cristã de Tresmontant, tem uma maneira própria de operar, distinta das demais ocorrências alcunhadas de “contingentes”. É um fato histórico que, na verdade, vem do Eterno, e é essa a base de toda a noção de Revelação; o Superior descendo ao inferior.
Não só isso como a história, dentro da própria concepção cristã, é profundamente dependente de toda a Encarnação. Todo o homem tem a vontade de se “religar” a um “saber de salvação”, ao ponto de alguns antropólogos, como o Cardeal Julien Ries, alcunharem o homem de homo religiosus. A tragédia e o drama humano, a impotência e as prefigurações salvíficas; toda essa suposta “ausência” do acontecimento histórica clama uma presença; uma presença latente, mais ainda presença.
Assim, é ingênuo falar da Encarnação como um simples acontecimento histórico, pois ela é, segundo os Cristãos
1. Voluntária e ciente de todos os períodos históricos ao ponto de escolher um para evidenciar-se.
2. Requerida pela natureza humana enquanto insuficiente e “religada”.
3. Ciente de todas as pessoas sob as quais poderia se alojar, escolhendo aquela que foi salva preventivamente de toda a mancha do pecado, a Virgem Maria.
Tais exigências são “predisponências da Encarnação”, que são escolhidas por ela mesma, e portanto suas categorias são totalmente distintas de quaisquer outras “historicamente aceitáveis”. Com efeito, nenhum evento contingente escolhe quando ele mesmo se sucede, pois na Natureza é a razão da causa que determina o efeito. No caso da Encarnação, o Efeito é Causa. Tentar adequar este acontecimento singular à contingência é perder de vista o horizonte hermenêutico que o Cristianismo imbui nele.
Qual o pano de fundo que legitima a encarnação? Precisamente o pano de fundo Uno e Verdadeiro que advoga Tresmontant, aquilo tácito e presente desde a gênese do Cristianismo. Consequentemente, o que parece uma objeção apenas reforça o caráter Doutrinal e único dos cristãos.
O Deus cristão não é um Deus contingente, mas que se manifesta no contingente, já eternamente decidido que o fará. E tal aspecto é apenas um, dentre tantos outros, que implicam a filosofia cristã sistemática e básica, sem a qual o Cristianismo não teria esta lógica interna, evidente desde os primeiros apóstolos, evidente na própria estrutura da Revelação.
Sobre o aspecto imortal da Encarnação, pedida desde o primeiro homem a cair no Pecado, pego de empréstimo as palavras de Carl Schmitt em suas “Três possibilidades de uma concepção cristã de História”:
"História que não é apenas um arquivo do que foi, mas também não é um auto-espelho humanístico ou um mero pedaço da natureza circulando em torno de si mesma. Em vez disso, a história sopra como uma tempestade em grandes testemunhos. Ela cresce por meio de criações fortes, que inserem o eterno no decorrer do tempo. É um ataque de raízes no espaço de sentido da terra. Através da escassez e da impotência, esta história é a esperança e a honra de nossa existência”.
E não é esse conjunto de tropeços, essa vacuidade e impotência da alma humana, os testemunhos heróicos e os dramas da condição humana apenas esperançosos enquanto esperam, todos, a Cristo Encarnado?

https://andretheophorus.medium.com

sexta-feira, 30 de junho de 2023

A crise moderna se chama revolução


“Todas as crises se resumem em uma: a crise do homem. As muitas crises que abalam o mundo hodierno — do Estado, da família, da economia, da cultura, etc. — não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem.
Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem - para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades.
Essa crise é universal. Não há hoje povo que não esteja atingido por ela, em grau maior ou menor. Essa crise é una. Isto é, não se trata de um conjunto de crises que se desenvolvem paralela e autonomamente em cada país, ligadas entre si por algumas analogias mais ou menos irrelevantes.
Essa crise é total. Considerada em dado país, essa crise se desenvolve numa zona de problemas tão profunda, que ela se prolonga ou se desdobra, pela própria ordem das coisas, em todas as potências da alma, em todos os campos da cultura, em todos os domínios, enfim, da ação do homem.
É dominante. Essa crise é como uma rainha a que todas as forças do caos servem como instrumentos eficientes e dóceis. É sucessiva. Essa crise não é um fato espetacular e isolado. Ela constitui, pelo contrário, um processo crítico já cinco vezes secular, um longo sistema de causas e efeitos que, tendo nascido, em momento dado, com grande intensidade, nas zonas mais profundas da alma e da cultura do homem ocidental, vem produzindo, desde o século XV até nossos dias, sucessivas convulsões.
A causa principal de nossa presente situação é impalpável, sutil, penetrante como se fosse uma poderosa e temível radioatividade. Todos lhe sentem os efeitos, mas poucos saberiam dizer-lhe o nome e a essência.
Este inimigo terrível tem um nome: ele se chama Revolução.
Sua causa profunda é uma explosão de orgulho e sensualidade que inspirou, não diríamos um sistema, mas toda uma cadeia de sistemas ideológicos.
Entre as paixões desordenadas, o orgulho e a sensualidade ocupam um lugar proeminente. Eles marcam o utopista com duas notas principais: o desejo de ser supremo em sua esfera, não aceitando sequer um Deus transcendente, e a tendência a uma plena liberdade na satisfação de todos os instintos e apetências desregradas.
A Revolução é a desordem e a ilegitimidade por excelência. Os agentes do caos e da subversão fazem como o cientista, que em vez de agir por si só, estuda e põe em ação as forças, mil vezes mais poderosas, da natureza.
Da larga aceitação dada a estes no mundo inteiro, decorreram as três grandes revoluções da História do Ocidente: a Pseudo-Reforma, a Revolução Francesa e o Comunismo.
O orgulho leva ao ódio a toda superioridade, e, pois, à afirmação de que a desigualdade é em si mesma, em todos os planos, inclusive e principalmente nos planos metafísico e religioso, um mal. É o aspecto igualitário da Revolução.
A sensualidade, de si, tende a derrubar todas as barreiras. Ela não aceita freios e leva à revolta contra toda autoridade e toda lei, seja divina ou humana, eclesiástica ou civil. É o aspecto liberal da Revolução.
Ambos os aspectos, que têm em última análise um caráter metafísico, parecem contraditórios em muitas ocasiões, mas se conciliam na utopia marxista de um paraíso anárquico em que uma humanidade altamente evoluída e “emancipada” de qualquer religião vivesse em ordem profunda sem autoridade política, e em uma liberdade total da qual entretanto não decorresse qualquer desigualdade.
A Pseudo-Reforma foi uma primeira Revolução. Ela implantou o espírito de dúvida, o liberalismo religioso e o igualitarismo eclesiástico, em medida variável aliás nas várias seitas a que deu origem.
Seguiu-se-lhe a Revolução Francesa, que foi o triunfo do igualitarismo em dois campos. No campo religioso, sob a forma do ateísmo, especiosamente rotulado de laicismo. E na esfera política, pela falsa máxima de que toda a desigualdade é uma injustiça, toda autoridade um perigo, e a liberdade o bem supremo.
O Comunismo é a transposição destas máximas para o campo social e econômico.”
(Plínio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução)

quinta-feira, 8 de junho de 2023

A filosofia não é para as massas


” A superioridade do verbo mental, do conceito sobre a palavra escrita reside na circunstância de que esta última apresenta um problema grave, segundo Platão: o escrito não pode "calar-se", ocultar-se para aqueles perante os quais conviria o silêncio. Mas, a propósito, quem seriam estes? A maioria, de acordo com Platão, ou a massa imbecilizada ("multitudo stultorum"), para Santo Tomás, formada por pessoas que não se desvencilham das questões comezinhas do dia-a-dia.
O peso do agora esmaga-lhes e, por esta razão, a sua tendência é contentar-se com placebos ideológicos, distrações fúteis ou afazeres "terapêuticos" para amenizar o momento presente; não querem a verdade porque simplesmente não a suportariam. Para o horizonte mental dessas pessoas bastam frases de efeito, slogans, qualquer coisa que lhes dê uma telúrica sensação de segurança, hipertrofie neuroticamente a sua auto-estima.
São demasiado terra-a-terra e contemplar o céu os ofende; portanto, ai de quem ousa dizer-lhes que, fora da sua amada caverna – onde matam o tempo distraindo-se com as sombras –, há belezas mais excelsas para conhecer e amar...
Em síntese, escrever de maneira satisfatória ou proficiente para a multidão é impossível; esta nutre uma secreta afeição pela pequenez, pela mediocridade travestida de excelência, pelo ouropel. Neste sentido fala Aristóteles do encanto que certas melodias têm sobre a "massa de escravos", entendidos não no sentido político ou social do termo, mas como criaturas psiquicamente desprovidas de capacidade deliberativa – para as quais seguir a boiada é uma espécie de atitude instintiva, uma tendência, uma triste vocação.
A filosofia, dado o seu caráter abstrato, é para a minoria e não para as massas. Sempre foi assim e assim sempre será; isto nada tem de elitismo...
Uma época que, tresloucadamente, pense ser a filosofia feita de encomenda para o povão há de idolatrar os Leandros Carnais em detrimento dos Sócrates; preferirá os freis Bettos a qualquer Santo Agostinho que apareça.
A malta sempre escolherá o Barrabás da vez, justificando-se com a régua que mede a sua própria perversidade.”
(Sidney Silveira, em postagem no Facebook de 21.08.2020)

quinta-feira, 25 de maio de 2023

A imprecisão da expressão “doutrina de Jesus Cristo”


“Quando falamos de "doutrina de Jesus Cristo", devemos, creio eu, estar cientes de que essa expressão, embora inevitável, é necessariamente imprecisa. O termo vem de "doceo, docere", "ensinar", e de "doctus", "douto". Toda doutrina, nesse sentido, é um discurso sobre realidades que permanecem independentes dele e às quais ele apenas se refere, ou alude. Mas seria obviamente absurdo supor que as realidades do mundo são independentes d'Aquele que as criou como os minerais são independentes do mineralogista que fala sobre eles. O discurso de Jesus não fala de coisas cuja existência independe d'Ele; ao contrário, a origem desse discurso é a origem das coisas mesmas. Logo, não se trata de mero "ensinamento" sobre as coisas, e sim da voz interior das coisas mesmas, ouvida desde a própria origem delas. "Doutrina", aí, é uma figura de linguagem, um eufemismo.”
(Olavo de Carvalho, em postagem no Facebook de 27.08.2020)

sexta-feira, 21 de abril de 2023

O colapso da Igreja


“O Vaticano se encontra em apuros graças a uma combinação de corrupção generalizada e doações em declínio.
Essas são as alegações em Juízo Universal, um novo livro de Gianluigi Nuzzi, o jornalista italiano famoso pela pesquisa de documentos que revelaram impropriedades financeiras no Vaticano.
Em 2006, a Igreja Católica arrecadou US$ 112,7 milhões. Hoje, as doações caíram para cerca da metade, US$ 56,9 milhões. Nesse ritmo, o Vaticano estará inadimplente até 2023, de acordo com Nuzzi.
Novos documentos também expõem uma imprudente e desastrosa gestão usando dinheiro destinado à caridade. 77% do dinheiro do fundo de caridade Óbulo de São Pedro está nas mãos do banco de investimento internacional Credit Suisse, que está usando uma parte do mesmo para apostar em empreendimentos de alto risco e esquemas de enriquecimento rápido.
O Papa Francisco é um defensor notório da União Européia, sobre a qual ele já alertou que deve ser defendida do "medo" e das "ideologias". As declarações políticas do papa foram consideradas sentimentalismo globalista ou ingenuidade, mas nelas também pode haver uma sagaz lógica econômica.
O empreendimento de luxo de US$ 200 milhões do Secretariado do Vaticano com o especulador Raffaele Mincione em um dos bairros gays históricos de Londres se tornou um grande fracasso quando o Brexit foi aprovado e os valores das propriedades despencaram. Mincione embolsou aproximadamente £128 milhões relacionados ao projeto, enquanto o Vaticano torrou outros 100 milhões de libras em dívidas herdadas da propriedade.
Embora alguns dos associados a este golpe tenham sido suspensos, os cruzados contra a corrupção na Igreja Católica ainda são chantageados ou punidos em silêncio. Em agosto passado, o tesoureiro do Vaticano George Pell, um defensor da auditoria do banco do Vaticano, foi condenado por um ataque homossexual a meninos de coro de décadas atrás, com base em grande parte no que foi criticado pela divergência jurídica como evidência inventada.
A maioria na Santa Sé acredita que Pell é inocente, mas Francisco o convenceu a retornar à Austrália para enfrentar o julgamento de qualquer maneira. O papa se recusou a apoiar seu prefeito e principal reformador após o veredito.
Enquanto a Igreja Católica continuar flutuando em águas econômicas desconhecidas, seu discurso refletirá cada vez mais os caprichos do poder do dinheiro do qual está à mercê, e não seus seguidores.
Embora exista um movimento pequeno, mas influente, tentando afirmar o ensino social católico como a base do conservadorismo contra o liberalismo e a modernidade, o alto comando do Vaticano já deixou claro que não quer ter nada a ver com isso.
Antonio Spadaro, principal conselheiro do Papa Francisco, escreveu um editorial mordaz no jornal oficial do Vaticano condenando ferozmente qualquer união entre protestantes e católicos no interesse de se opor ao casamento gay, ao aborto ou afirmar a necessidade de orientação moral na demoplutocracia liberal.
O papa recomendou o artigo de Spadaro quando este zombou dos católicos tradicionalistas como tolos nostálgicos e cheios de ódio em setembro passado.
Os hierarcas da Igreja não estão interessados em atrair os milhões que procuram refúgio de um mundo moderno grotesco e anárquico, nem estão preocupados em manter ninguém na Igreja. Em vez disso, preferem seus novos amigos de elite no Goldman Sachs e na mídia judaica.”
(Eric Striker, The Collapsing Catholic Church)

https://national-justice.com

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

A decadência das instituições modernas


“Nossas instituições nada mais valem: acerca disso há unanimidade. O problema não está ligado a elas, mas a nós. Depois que perdemos todos os instintos dos quais nascem as instituições, estamos perdendo as instituições mesmas, porque não mais prestamos para elas. O democratismo sempre foi a forma de declínio da força organizadora: já em Humano, Demasiado Humano, I, 318,125 caracterizei a moderna democracia, juntamente com suas meias realidades, como o “Reich alemão”, como forma declinante do Estado. Para que haja instituições, é preciso haver uma espécie de vontade, de instinto, de imperativo, antiliberal até a malvadeza: a vontade de tradição, de autoridade, de responsabilidade por séculos adiante, de solidariedade entre cadeias de gerações, para a frente e para trás in infinitum. Estando presente essa vontade, algo como o Imperium Romanum é fundado; ou como a Rússia, o único poder que hoje tem durabilidade, que pode esperar, que pode ainda prometer algo — Rússia, o conceito contrário à miserável divisão européia em pequenos Estados e ao nervosismo europeu, que a fundação do Reich alemão fez entrar numa fase crítica... O Ocidente inteiro não tem mais os instintos de que nascem as instituições, de que nasce futuro: talvez nada contrarie tanto o seu “espírito moderno”. Vive-se para hoje, vive-se rapidamente — vive-se irresponsavelmente: eis precisamente o que se chama “liberdade”. O que de instituições faz instituições é desprezado, odiado, rejeitado: acredita-se correr o perigo de uma nova escravidão, tão logo a palavra “autoridade” é ouvida. A esse ponto vai a décadence no instinto de valor de nossos políticos, de nossos partidos políticos: eles instintivamente preferem aquilo que dissolve, que apressa o fim... Testemunha disso é o casamento moderno. Ele claramente perdeu toda racionalidade: mas isso não constitui objeção ao casamento, e sim à modernidade. A racionalidade do casamento estava na responsabilidade legal única do homem: com isso o casamento tinha um centro de gravidade, enquanto agora manca das duas pernas. A racionalidade do casamento estava em sua indissolubilidade por princípio: com isso adquiriu um tom capaz de fazer-se ouvir, perante o acaso de sentimento, paixão e momento. Estava igualmente na responsabilidade das famílias pela escolha dos noivos. A crescente indulgência para com o casamento por amor praticamente eliminou o fundamento do matrimônio, aquilo que faz dele uma instituição. Jamais, em tempo algum, uma instituição é fundada numa idiossincrasia, não se funda o matrimônio, como disse, no “amor” — ele é fundado no instinto sexual, no instinto de posse (mulher e filho como posses), no instinto de dominação, que incessantemente organiza para si a menor formação de domínio, a família, que necessita de filhos e herdeiros, para segurar também fisiologicamente a medida que alcançou de poder, influência e riqueza, para preparar longas tarefas e a solidariedade de instinto entre os séculos. O casamento como instituição já compreende em si a afirmação da maior e mais duradoura forma de organização: quando a sociedade mesma não pode garantir-se como um todo, até as mais remotas gerações por vir, não há sentido no casamento. — O casamento moderno perdeu seu sentido — portanto, está sendo abolido.”
(Friedrich Nietzsche, Götzen-Dämmerung oder Wie man mit dem Hammer philosophiert)

domingo, 13 de novembro de 2022

Tolerância e intolerância

“Tolerância e intolerância se aplicam a duas coisas totalmente diferentes. A tolerância se aplica apenas a pessoas, mas nunca a princípios; a intolerância se aplica apenas aos princípios, mas nunca a pessoas. Devemos ser absolutamente intolerantes com as verdades da matemática, mas devemos ser tolerantes com o matemático. Não devemos ter a mente aberta ao recebermos nossas contas e dizer que vinte e vinte podem dar sessenta, mas devemos ser tolerantes com o dono da mercearia que comete o erro. Nada é tão assustadoramente exclusivo quanto a verdade. Devemos ser intolerantes com a verdade, pois ela é obra de Deus e não nossa. Devemos ser tolerantes com as pessoas, pois elas são humanas e sujeitas ao erro”.
(Fulton Sheen, The Mystical Body of Christ)

domingo, 6 de novembro de 2022

O Massacre do Norte

“No início dos anos setenta, no primeiro século de um novo milênio, uma terrível calamidade se abateu sobre os ingleses nas mãos do novo grupo dominante vindo do exterior.
Não se preocupem, não vim do futuro para dizer que perdemos e que agora já podemos desistir. Estou me referindo a um evento histórico de quase mil anos atrás que não é tão conhecido como deveria ser - o Massacre do Norte.
A invasão normanda de 1066 passou para a memória popular quase como o momento fundador da história inglesa, mas pouca atenção é dada ao que aconteceu imediatamente após a Batalha de Hastings.
Os anglo-saxões não aceitaram simplesmente o domínio estrangeiro de forma silenciosa. O exército de Guilherme, o Conquistador, passou os próximos dois meses após a batalha marchando pelo sudeste da Inglaterra e ganhando o controle dos vários pontos estratégicos de que precisava, antes de Guilherme ser coroado rei no dia de Natal de 1066.
As rebeliões surgiram esporadicamente pelo restante da década, e nenhum lugar foi mais rebelde do que o norte da Inglaterra, onde Guilherme essencialmente não tinha autoridade a norte de York. Guilherme nomeou dois ingleses sucessivamente para o cargo de conde de Nortúmbria para tentar apaziguar a região, mas ambos foram assassinados. O terceiro conde então mudou de lado e juntou-se à rebelião, que girava em torno de Edgar Ætheling, então apenas um adolescente, mas sobrinho-neto de Eduardo, o Confessor.
Guilherme então nomeou um normando como conde de Nortúmbria, um de seus próprios homens, Robert de Cumin, junto com um séquito de cerca de 500 homens. Eles também foram mortos pelo exército rebelde em Durham, que depois marchou em direção ao sul até York e matou o comandante da guarnição do castelo recém-construído. A resposta de William foi rápida e implacável.
Rebeliões em pequena escala eclodiram em vastas regiões da Inglaterra durante todo o ano de 1069. Elas foram reprimidas sem muitos problemas, até que uma frota de invasão dinamarquesa emergiu no estuário do Humber, para apoiar a reivindicação de Edgar ao trono. A força aliada anglo-dinamarquesa logo retomou York.
Por mais brutal que o domínio dinamarquês pudesse ser, muitos no norte da Inglaterra o preferiam ao governo dos normandos. Afinal, eles tinham acabado de conviver 300 anos com os dinamarqueses, que eram pelo menos inimigos conhecidos. Esta foi a maior derrota normanda de toda a conquista e tornou-se a mais séria ameaça ao reinado de Guilherme na Inglaterra.
Pela terceira vez em dois anos, o exército de Guilherme marchou para York, apenas para descobrir que o exército rebelde havia fugido e os dinamarqueses recuado para seus navios. Os dinamarqueses foram facilmente pagos para partir, mas como os rebeldes não iriam enfrentar os homens de Guilherme, este dividiu seus homens em grupos de ataque e ordenou que reprimissem qualquer rebelião futura, certificando-se de que os rebeldes não tivessem os meios necessários para a sobrevivência.
Ao longo de 160 quilômetros do norte da Inglaterra, do rio Aire no sul ao rio Tyne no norte, os homens de Guilherme destruíram plantações e assentamentos indiscriminadamente durante o inverno de 1069/70, não importando de que lado a população local estava. Os estoques de alimentos e o gado não foram poupados e, dada a época do ano, o resultado foi a fome em massa.
Infelizmente, há muito poucos relatos de testemunhas oculares, mas o cronista John de Worcester, escrevendo algumas décadas após o evento, afirmou que a comida ficou tão escassa depois dessa devastação, que as pessoas se viram na necessidade de comer não apenas cavalos, cães e gatos, mas até carne humana para sobreviver.
Alguns fugiram em direção ao norte até a Escócia, outros fugiram para o sul, até Worcestershire. O abade de Evesham, a mais de 150 milhas de York, montou um acampamento para acomodar os refugiados que chegavam. Ele escreveu sobre pessoas que morriam a uma taxa de cinco ou seis por dia, seja por exaustão ou por comerem tão vorazmente a comida que lhes era fornecida, que seus corpos famintos não suportavam.
O monge Simeon de Durham escreveu:
“Era horrível ver cadáveres humanos em decomposição nas casas, nas ruas e nas estradas, fervilhando de vermes.
Pois não havia restado ninguém para enterrá-los, tendo todos morrido pela espada ou pela fome... Não havia nenhuma aldeia habitada entre York e Durham - elas se tornaram lugares para a espreita de feras e ladrões.”
Nem é preciso dizer que esta era uma época muito diferente, com idéias muito diferentes sobre a santidade da vida humana. Mas a extensão da destruição e do sofrimento infligidos aos não combatentes foi extraordinária, mesmo para os padrões da época, e até mesmo os contemporâneos de William ficaram chocados com o nível de crueldade.
Diz-se que um soldado do exército de William, Gilbert d'Auffay, voltou para a Normandia, recusando a oferta de propriedades na Inglaterra. Outro, chamado Reinfrid, ficou tão afetado pelo que viu durante o massacre que se tornou monge em Evesham e mais tarde voltou a Yorkshire para refundar a abadia abandonada de Whitby.
Guilherme de Jumièges, que escreveu seu livro Gesta Normannorum Ducum (Feitos dos Duques Normandos) a pedido do próprio Guilherme, o Conquistador, descreveu como o rei “massacrou quase toda a população, desde os muito jovens aos velhos e grisalhos”. A Crônica Anglo-Saxônica relata que Guilherme foi para Yorkshire em 1069 e “a arruinou completamente”.
O monge do século XII, Orderic Vitalis, escreveu em um livro sobre a vida de Guilherme, o Conquistador:
“Quando penso em crianças indefesas, jovens na flor da idade e respeitáveis barbas grisalhas, todos morrendo de fome, fico tão comovido que prefiro lamentar a dor e o sofrimento das pessoas miseráveis ​​a fazer uma tentativa vã de lisonjear o perpetrador de tal infâmia. Não posso dizer nada de bom sobre esta matança brutal. Deus irá puni-lo.”
Vitalis afirma que até 100.000 pessoas morreram no Massacre do Norte, seja pelos assassinatos iniciais ou subseqüentemente pela fome. Foi relatado que alguns se venderam como escravos para evitarem morrer de fome.
Muitos outros historiadores duvidam deste número convenientemente redondo, mas o número de mortos ainda é provável que esteja na casa das dezenas de milhares, que é um número significativo, considerando a população da Inglaterra na época, de cerca de dois milhões.
Alguns historiadores modernos se referem ao evento como um genocídio, um termo que não foi cunhado até 1944. Pessoalmente, considero-o uma hipérbole. Não foi uma tentativa intencional de eliminar os ingleses como povo, mas uma tentativa de torná-los impotentes e mostrar-lhes quem estava no comando. Foi também uma estratégia muito bem-sucedida, uma vez que não haveria mais rebeliões em grande escala depois que Guilherme instalou normandos em todas as posições de poder.
As áreas mais afetadas demoraram muito para se recuperar. Simeon de Durham escreveu que o campo permaneceu abandonado e sem cultivo por mais nove anos. Mesmo na época em que o Domesday Book foi compilado, dezesseis anos após os eventos de 1070, um terço das terras disponíveis em Yorkshire ainda estavam registradas como vasta ('abandonada'). A população era apenas um quarto do que fora antes, o que corresponde a um declínio de 150.000 pessoas.
A melhor maneira de compreender eventos em uma escala tão grande como o Massacre do Norte é reduzi-los a um nível individual. A mãe dizendo aos filhos que eles não verão mais o pai e que eles não têm onde dormir, nem comida para comer naquela noite. As famílias marchando para o sul em meio à chuva e à neve e tendo que deixar seus membros menos robustos na beira da estrada, um por um. Eles eram seres humanos com sentimentos, assim como nós.
É claro que nem é preciso dizer que os camponeses medievais estavam familiarizados com o conceito de morte prematura, bem como acostumados a muitas outras adversidades que nem sequer poderíamos imaginar. É claro que também percebo que o Massacre do Norte não foi nada único, e algo igual ou pior já aconteceu a muitos, se não à maioria dos outros povos em algum momento da história.
Mas o que mais me impressiona em todo esse episódio é o quão relativamente desconhecido ele é hoje, considerando que realmente foi uma das piores coisas que já aconteceram ao povo inglês. Freqüentei uma escola em North Yorkshire e só me lembro vagamente de ter lido de passagem sobre um acontecimento que era conhecido pelo termo incomum de "Massacre", mas, fora isso, não fiquei impressionado e, até recentemente, tinha ouvido falar muito pouco sobre tais fatos.
Não ajuda em nada que a parte do país onde isso aconteceu tenha permanecido um fim de mundo durante muito tempo até a Revolução Industrial. Se tivesse sido o Massacre do Sul e tivesse acontecido mais perto do centro da vida cultural do país, provavelmente teria um papel muito mais proeminente nos mitos nacionais de hoje.
Nos últimos anos, esforços têm sido feitos para derrubar a visão tradicional da história escrita pelos vencedores. Eventos de muito tempo atrás foram ressuscitados e receberam um novo sopro de vida, sempre que pudessem ser usados ​​para promover uma narrativa conveniente de vítimização.
Para dar um exemplo diferente dos óbvios sobre escravidão e colonialismo, há um nível cada vez maior de consciência pública sobre o massacre de Peterloo em 1819, quando 18 pessoas que protestavam pela reforma parlamentar foram mortas por cavalaria armada. O 200º aniversário do evento no ano passado foi marcado por uma série de eventos públicos, e o massacre foi tema de um filme de Mike Leigh.
No entanto, aquela época, em que a população de Yorkshire diminuiu em 75% e as pessoas se viram na necessidade de comer seus próprios familiares porque não queriam ser cidadãos de segunda classe em seu próprio país, ainda não penetrou profundamente na consciência nacional.
Não há memoriais para os mortos em lugar nenhum que eu saiba, nem mesmo em York, que tem um memorial na Torre de Clifford para um massacre antijudaico que aconteceu no século XII. O 950º aniversário da matança de 100.000 ingleses transcorreu no inverno passado sem eventos comemorativos de qualquer espécie.
O Massacre do Norte é retratado na Tapeçaria de Bayeux, mas nenhuma das peças teatrais históricas de Shakespeare faz qualquer menção ao evento. Nenhum poeta, pintor, autor ou cineasta conhecido, antigo ou moderno, produziu algo que o imortalizasse na memória popular.
Mesmo morando no norte da Inglaterra, quando quis fazer uma pesquisa sobre o assunto não consegui encontrar sequer um único livro nas bibliotecas de meu condado inteiro, para não falar da biblioteca da minha cidade, que sediou uma exposição especial para o Dia da Memória do Holocausto, em nome de nossa população judaica de 0,38%.
Normalmente não pensamos na Conquista Normanda como tendo qualquer legado significativo em nossos dias, mas apesar de agora pessoas com sobrenomes normandos como Beaumont ou DeVere serem indistinguíveis de nós, elas ainda tendem a ser mais ricas do que aquelas com um sobrenome inglês normal, e ainda mais em comparação com aquelas com nomes que soam tipicamente do norte, como Bradshaw ou Thompson.
Este ano assistimos a um ataque repentino ao legado e à memória daqueles que enriqueceram com o tráfico de escravos, como parte de uma fúria voltada para a correção de erros históricos, independentemente de como era a vida séculos atrás e de a escravidão ser considerada aceitável na época.
Nenhum raciocínio por trás disso, no entanto, é também aplicado para destruir a percepção pública daqueles que receberam grandes propriedades que foram violentamente tomadas dos anglo-saxões, sem importar quanto sangue havia em suas mãos e por quanto sofrimento foram responsáveis. A costumeira dinâmica oprimido-opressor e a idéia de haver uma virtude na condição de vítima não parecem contar neste caso.
Estou tão acostumado a pensar que os ingleses foram os vencedores da história, que instintivamente não parece normal ou apropriado pensar que já fomos vítimas, embora, neste caso, tenhamos sido. Terão sido vítimas do Massacre do Norte meus ancestrais? Certamente há uma grande possibilidade. Dado o número de pessoas afetadas e o número de descendentes que alguém que viveu em 1070 terá hoje, é bem possível que seus ancestrais também tenham sido, se você tiver ainda que um mínimo de sangue inglês, não importando onde viva no mundo.
Contudo, para ser honesto, tenho dificuldade em ver os ingleses de 1070 como sendo realmente nós. Posso me identificar facilmente com pessoas de até mais ou menos 300 anos atrás, mas para épocas anteriores as coisas começam a ficar muito confusas. As pessoas cujas casas e fazendas foram incendiadas e que fugiram para salvar suas vidas (ou seja, os que tiveram sorte) provavelmente eram, em sua maioria, parecidas fisicamente conosco, mas não teríamos quase nada em comum para conversar com elas, se por um milagre chegássemos a entender algumas palavras que um dissesse ao outro.
Eles não eram nós, mas precisaram existir para que pudéssemos vir ao mundo, da mesma forma que não vejo meu eu de três anos de idade como, em qualquer sentido significativo, o mesmo eu que está escrevendo isto agora, e no entanto há ainda uma razão pela qual pretendo mesmo assim guardar as fotos antigas.
Não quero um pedido de desculpas de quem quer que seja o político de mais alto escalão na Normandia e também não quero que derrubem a estátua de Guilherme, o Conquistador, porque isso não significaria nada. Espero, para seu próprio bem, que ninguém que hoje viva se sinta nem um pouco culpado por isso e que possam negar a cifra de 100.000 o quanto quiserem; eu não me importo. Guilherme, o Conquistador, fez o que precisava fazer e, se os anglo-saxões não gostaram, então mais deles deveriam ter lutado ao lado do rei Harold em Hastings.
Os anglo-saxões perderam seu país em 1066 e prevê-se que nos tornaremos minoria no nosso em 2066 (uma projeção que se baseia em dados de 10 anos atrás; portanto, realisticamente, essa data já pode ter sido bastante antecipada).
No entanto, os anglo-saxões de 1070 constituíam uma parcela muito maior da população do que somos hoje. Os normandos dominaram completamente a Inglaterra sendo menos de um por cento da população, e os britânicos governaram a Índia por muito tempo sendo muito menos do que isso. Não é apenas uma simples questão de quem compõe qual percentagem da população, mas de quem tem o poder e está disposto a usá-lo.
A razão pela qual desejo que os acontecimentos de 1070 sejam mais conhecidos não é chafurdar em um sentimento de vitimização por eventos que ocorreram há muito tempo, mas pela relevância de sua mensagem para nós hoje, na bela confusão em que nos metemos.
Nunca devemos nos deixar tornar a raça subjugada em nosso próprio país; lembrem-se do que aconteceu da última vez.”
(Alex Simmonds, The North Doesn’t Remember

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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A ilusão dos reformadores religiosos

“Outra coisa que vale a pena notar é que todos os autointitulados ‘reformadores’ [em religião] constantemente anunciam sua reivindicação de estar retornando a uma ‘simplicidade primitiva’, que certamente nunca existiu, exceto em sua imaginação. Isso às vezes pode ser apenas uma maneira conveniente de esconder o verdadeiro caráter de suas inovações, mas também pode muitas vezes ser uma ilusão de que eles próprios são vítimas, pois é frequentemente muito difícil determinar em que medida os aparentes promotores do espírito antitradicional estão realmente conscientes do papel que estão desempenhando, pois não poderiam de forma alguma cumpri-lo a menos que eles mesmos tivessem uma mentalidade distorcida.” 
(René Guénon, Le Règne de la Quantité et les Signes des Temps)

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Passo a passo da Grande Substituição

“Existem duas expressões comuns que são usadas para descrever o fato de que os europeus estão em via de se tornarem minorias em seus próprios países. Uma delas é “A Grande Substituição” e a outra é “Genocídio Branco”. Se você já viu a frase “Genocídio Branco” usada antes, não terá dúvida de que também viu a resposta costumeira que recebe; isto é, a tentativa de desconstruir a palavra “genocídio” em vez de abordar o assunto muito sério em questão. 
Apesar da definição oficial das Nações Unidas de "genocídio" endossar que o uso acima é correto, ainda é uma expressão que tendemos a evitar, já que muito tempo acaba sendo dedicado à semântica. No entanto, consideremos por um momento a expressão "genocídio suave" e o que isso pode acarretar... 
1  – Infiltre-se nas instituições políticas, educacionais e de mídia do país. 
2 – Imponha impostos onerosos e custos de vida elevados para a população nativa. 
3 – Declare guerras injustas criando refugiados e depois abra as fronteiras para os mesmos. Aceite até imigrantes econômicos sob a desculpa de que eles também são “refugiados”. 
4 – Pregue e ensine o relativismo cultural onde todas as culturas são iguais, não importa quão bárbaras algumas sejam. 
5 – Ensine aos jovens apenas as piores partes da história dessa nação e promova e recompense a culpa e o ódio a si mesmo. 
6 – Use o feminismo como uma ferramenta para destruir a relação entre a população nativa masculina e feminina. 
7 – Aplique políticas de multiculturalismo e diversidade para que a população não nativa não seja assimilada pela população dominante e, desta forma, crie microcolônias ou micronações dentro da nação maior. 
8 – Prenda ou silencie os nativos que falam contra essas políticas por meio de leis de “discurso de ódio” e/ou ostracismo social. 
9 – Promova a ideia de ter nenhum ou poucos filhos para a população nativa em nome do ambientalismo, enquanto usa o estado de bem-estar social para subsidiar o crescimento da população não nativa e a ajuda estrangeira para subsidiar o crescimento populacional nos países de origem dos não nativos. 
10 – Promova a ideia de que a nação é uma terra de imigrantes e que não existe população indígena, despojando os nativos da terra. 
11 – Promova a ideia de que a população indígena não pode ser vítima de racismo ou crimes de ódio e, para encobrir os crimes cometidos contra ela, a ideia de que a população indígena é de alguma forma “privilegiada”, alimentando assim o ódio à mesma. 
12 – Implemente cotas ou ações afirmativas com base na identidade/cor da pele em vez de mérito, colocando assim os não nativos em posições de poder e domínio.”

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