quinta-feira, 30 de abril de 2020

O fascínio do absurdo nos movimentos revolucionários


“Um movimento político não se conhece só pelas finalidades que alardeia (sua “ideologia”), nem só pelas ações reais que empreende (os “meios” que emprega), mas pela tensão dialética entre esses dois elementos. O caso do comunismo é especialmente interessante sob esse aspecto, na medida em que os “meios” a que recorreu, embora alegadamente deduzidos da natureza mesma dos fins proclamados, foram sempre e sistematicamente antagônicos a esses fins, os quais, dessa forma, não se chocaram só com a resistência da realidade exterior, mas com a sua própria impossibilidade intrínseca. De fato, construir a “sociedade sem classes” por meio da fusão de todos os poderes (político-militar, econômico e cultural) nas mãos de uma elite revolucionária é uma coisa tão obviamente autocontraditória e impossível — não só logicamente e em abstrato, mas substantivamente — que o simples fato de milhões de pessoas terem apostado suas vidas (e principalmente as alheias) nesse empreendimento eminentemente abortivo só se explica pelo fascínio do absurdo. Um movimento dessa ordem não fica sem efeito, é claro, mas produz efeitos muito diferentes dos pretendidos. “Transforma o mundo”, mas não no mundo imaginário dos seus sonhos e sim num mundo caótico que escapa não só do seu controle, mas da sua compreensão. Não há um só comunista no mundo que consiga olhar de frente o horror que suas ações produziram e admitir que não advieram de coincidências fortuitas e sim da própria lógica interna do seu projeto revolucionário.
Fenômeno similar se observa hoje no movimento “gayzysta”, na ideologia da “diversidade”, no ecologismo e, de modo geral, em todos os projetos globalistas.”

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