quarta-feira, 18 de julho de 2012

A reengenharia social anticristã dos Kirchner

“Na Argentina, o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007;+2010) impulsionou a reengenharia social anticristã. Nos últimos anos, com a presidente Cristina F. de Kirchner (2007-2011; 2011-2015) estão se aprofundando essas políticas de destruição de toda legislação que reflita, ainda que de modo imperfeito, a ordem natural.
O anteprojeto do novo Código Civil
Em 27 de março, duas semanas depois de se conhecer a decisão da Suprema Corte da Nação que firmou jurisprudência a favor do aborto, a presidente Cristina Kirchner recebeu das mãos do presidente do mesmo tribunal, Ricardo Lorenzetti, o texto que pretende ser o novo Código Civil da Nação. A comissão redatora do anteprojeto foi integrada pelo mesmo Lorenzetti, pela vice-presidente da Corte, Elena Highton de Nolasco e pela jurista Aída Kemelmajer de Carlucci.
Alguns de seus conteúdos que atentam mais gravemente contra a ordem natural:
- Em relação à vida humana, o anteprojeto diz que “a existência da pessoa humana começa com a concepção no corpo da mulher ou a implantação nela do embrião formado mediante técnicas de reprodução humana assistida”, institucionalizando assim uma discriminação injusta entre os embriões fruto de uma relação natural e os obtidos por técnicas de fecundação extracorpórea, o que dá azo a qualquer experimentação e outros atentados contra os “embriões de laboratório”. Ao mesmo tempo, parece situar o começo da pessoa na implantação do embrião, abrindo caminho ao aborto por meios químicos e mecânicos, que atuam antes da implantação do embrião no útero.
- Por sua vez, legaliza a fecundação artificial, inclusive a doação de gametas (óvulos e/ou espermatozóides). Legaliza o aluguel de ventres ou maternidade sub-rogada e a inseminação “post mortem”. Introduz o que chama de “vontade procriacional” como elemento determinante para obter um filho por qualquer método de fecundação “assistida”. A “vontade procriacional” é alheia à realidade genética, o que contradiz o direito da criança à identidade. A criança se converte em uma “coisa” obtenível por qualquer técnica de laboratório, inclusive as mais aberrantes.
- Confirma o suposto “matrimônio” entre pessoas do mesmo sexo, permitido pela lei chamada de “matrimônio igualitário”, de julho de 2010. Legaliza a adoção por parte de homossexuais, a “homoparentalidade”, ou seja, a possibilidade, sem restrições, de que as crianças tenham duas mães ou dois pais.
- Legaliza o chamado divórcio “express”, a pedido de um dos dois cônjuges, desaparecendo a atribuição de culpa na dissolução do vínculo matrimonial. A fidelidade deixa de ser um dever conjugal. O adultério não existe mais como causa de divórcio. Cessa o dever de coabitação, mantendo-se somente a “assistência e alimentos”. O conceito de pátrio poder se dilui até quase desaparecer.
Outros projetos e leis iníquas
Em 21 de julho de 2010, Cristina Kirchner, em um ato público, promulgou a lei chamada de “matrimônio igualitário” (Lei nº 26.618), ou seja, de pseudo-matrimônio entre pessoas do mesmo sexo. Nessa ocasião, a presidente declarou: “não promulgamos uma lei, promulgamos uma construção social”.
Em 30 de novembro de 2011, a Câmara de Deputados aprovou o projeto de lei de “identidade de gênero”, por 167 votos a favor, 17 contra e 7 abstenções, o que significa que não apenas o partido governante está infiltrado pelo desprezo à ordem natural.
O projeto sanciona que os cidadãos têm o “direito” de mudar legalmente o “sexo que se lhes atribuiu ao nascer”, adequando à “mudança de sexo” a certidão de nascimento e os documentos de identidade por outros que refletem a “identidade de gênero autopercebida”, sem necessidade de submeter-se a cirurgias ou terapias hormonais. No caso de optar por adequações terapêuticas “para adequar seu corpo, inclusive sua genitalidade, a sua identidade de gênero autopercebida”, estas serão incluídas no Plano Médico Obrigatório e os provedores do sistema de saúde – públicos ou privados – deverão garantir as práticas. O projeto seguiu para ser apreciado pelo Senado da Nação.
Entre muitos outros exemplos, pode-se mencionar também o Programa Naconal de Educação Sexual Integral e suas Diretrizes Curriculares para a Educação Sexual Integral.
Por suas políticas e por suas declarações pode-se concluir que a presidente Kirchner está evidentemente construindo uma nova sociedade, submetendo a Argentina a uma profunda reengenharia social anticristã.”
(Juan C. Sanahuja, Argentina: la Reingeniería de los Kirchner)