terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eugenio Montale: Não Raro Tive o Mal da Vida ao Lado

Não raro tive o mal da vida ao lado:
era o arroio arrochado que gorgolha,
ou era o esturricar-se de uma folha
ardida, ora o cavalo esquartejado.

Do bem não soube, exceto da magia
que emana da divina Indiferença:
como uma estátua assim na sonolência
do meio-dia, e a nuvem, e o falcão no ar alçado.


Tradução de Ivo Barroso