segunda-feira, 11 de julho de 2011

Perguntas e respostas sobre a maçonaria (I)

Que é a Maçonaria?
Há muitos mal-entendidos entre as pessoas acerca da organização denominada Maçonaria (também conhecida como “Franco-Maçonaria” ou “a Loja”). Enquanto a maioria do público acha que a Maçonaria é apenas uma fraternidade, ela é considerada por toda igreja Cristã que já a estudou como uma religião que é incompatível com o Cristianismo.
A Maçonaria tem um sistema religioso bastante formal que inclui a crença em Deus como o Grande Arquiteto do Universo, a imortalidade da alma e a ressurreição dos corpos. A Maçonaria também acredita que o homem pode alcançar a salvação por meio de suas boas obras, independentemente do dom da graça divina. Muito embora acredite em Deus, na ressurreição dos corpos e na salvação pelas obras, a Maçonaria não exige de seus membros que creiam em Jesus Cristo ou em Sua Igreja.
A Maçonaria também é controversa porque mantém secretos seus ensinamentos religiosos e morais por trás das portas da Loja. A fim de garantir esse segredo, a Maçonaria exige de seus membros que façam a Deus um juramento de que jamais revelarão os ensinamentos da Loja, caso contrário serão dignos de uma morte horrorosa (por exemplo, merecerão ser degolados, ter o coração arrancado ou o corpo serrado ao meio). Enquanto a Maçonaria condiciona seus próprios membros a crerem que ela é somente uma fraternidade, ela vai lentamente afastando de Jesus Cristo seus membros Cristãos, oferecendo-lhes um plano de salvação diferente por meio da virtude Maçônica e das boas obras. Com a graça de Deus, cada vez mais homens estão abandonando a Loja a cada ano que passa e revelando as incompatibilidades entre a Maçonaria e a fé Cristã.
Como a Maçonaria se define a si mesma?
Muito embora os maçons afirmem que a Maçonaria é apenas uma fraternidade, a Maçonaria se define universalmente como “um sistema regular de moralidade, velado em alegoria e ilustrado por símbolos”. Assim, sua própria definição revela que ela é mais do que uma fraternidade. A Maçonaria assim se define porque ensina um sistema de moralidade através de alegorias e simbolismos que, quando fielmente praticados, levam todos os maçons à “loja celestial acima”, independentemente de suas crenças religiosas individuais. A Maçonaria é muito mais do que um clube social.
De um ponto de vista Cristão, qualquer organização que afirme ser um sistema de moralidade (especialmente um cujos ensinamentos morais são secretos e dizem levar os maçons à vida eterna) deve ser avaliado à luz da Escritura e dos ensinamentos da Igreja. Se os ensinamentos morais de uma organização não estão fundados na Revelação de Deus em Jesus Cristo, eles apresentam incompatibilidades com a fé Cristã. No que se refere à Maçonaria, tais incompatibilidades incluem uma negação do dom divino da graça no processo de justificação e salvação que nos vem unicamente através da morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
Qual a origem da Maçonaria?
As origens da Maçonaria são objeto de discussão, mesmo entre maçons. A maioria dos maçons, no entanto, concorda que o nascimento da Maçonaria moderna ocorreu na Inglaterra em 1717, na aurora do período Iluminista. Nesse período houve um movimento intelectual que se espalhou pela Europa chamado Racionalismo, que exaltava a razão humana acima da Revelação de Deus. Isso deu origem a um subjetivismo religioso no qual o homem podia então decidir sobre o que era e o que não era verdadeiro em matéria de fé e moral. As verdades Cristãs da queda, do pecado original e da necessidade de redenção foram abandonadas. A autoridade eclesiástica também foi abandonada. Deus tornou-se um “Grande Arquiteto do Universo” deísta, buscado e adorado em todas as religiões. Tais elementos se preservaram na Maçonaria moderna.
Ironicamente, embora quase toda igreja Protestante tenha condenado a Maçonaria, o movimento Racionalista na verdade foi gerado na Revolta Protestante. Lutero e outros “reformadores” Protestantes substituíram a autoridade magisterial da Igreja Católica pelo julgamento individual, o que levou a milhares de divisões dentro do Cristianismo. Mas enquanto os protestantes removeram a autoridade magisterial da Igreja de sua religião, os maçons removeram o próprio Cristo.
Quais as práticas e os ensinamentos da Maçonaria?
A Maçonaria se governa por determinados preceitos fundamentais e inalteráveis que a organização chama de “marcos” (landmarks). Os marcos foram transmitidos de uma geração Maçônica à seguinte por meio de rituais secretos e tradição oral. Embora não haja consenso a respeito de todos os marcos, a maioria dos maçons concorda que eles incluem a crença em Deus como o Grande Arquiteto do Universo, na imortalidade da alma e na ressurreição dos corpos.
Os marcos também incluem a outorga do ritual de morte e ressurreição do terceiro grau (também chamado de lenda hirâmica), o ensinamento de verdades religiosas e morais por meio de simbolismo, a exigência de segredo, a necessidade de que os candidatos tenham completo uso de suas faculdades mentais e corporais (nenhum deficiente físico ou mental pode participar da Maçonaria) e a exigência de juramentos de aliança com amaldiçoamentos de si mesmo como condição de filiação.
A Maçonaria também reverencia todos os escritos religiosos e os coloca em pé de igualdade com a Palavra de Deus escrita na Bíblia. Assim, a Maçonaria coloca todos os livros religiosos sobre seu altar (o Livro de Mórmon, os Vedas, o Zend Avesta, o Zohar, o Bhagavad-Gita, os Upanixades e quaisquer outros). Isso se deve ao fato de que, ao contrário do Cristianismo, a Maçonaria não acredita que a Bíblia seja a Palavra de Deus revelada e escrita. Ao invés, a Maçonaria encara todas as religiões como tentativas igualmente plausíveis de explicar a verdade sobre Deus que, ao final, não pode ser conhecida.
Como se organiza a Maçonaria?
A Maçonaria se organiza em lojas (também chamadas lojas azuis) que ficam sob a autoridade de uma Grande Loja e seu Reverendíssimo Grande Mestre. Existem 51 Grandes Lojas nos Estados Unidos (uma para cada estado e para o Distrito de Columbia). Cada Grande Loja é a autoridade governante da Maçonaria em uma dada jurisdição, e todas as lojas azuis de uma jurisdição devem se reportar à respectiva Grande Loja. Não há, contudo, uma Grande Loja ou autoridade governante que sozinha impere sobre toda a Maçonaria. As lojas azuis, sob a autoridade de sua Grande Loja, tornam os homens maçons por meio da outorga de rituais cerimoniosos chamados de “graus”.
Há três graus na Maçonaria que são conferidos pela loja azul: o primeiro, de Aprendiz; o segundo, de Companheiro; e o terceiro, de Mestre Maçom. O candidato inicia-se como Aprendiz, passa pelo grau de Companheiro e sobe ao grau sublime de Mestre Maçom.
Quem fala pela Maçonaria?
O ritual Maçônico é em princípio a autoridade que fala pela Maçonaria. Embora não haja uniformidade de estado a estado, os rituais são essencialmente os mesmos. Daí os maçons se vangloriarem da universalidade da Maçonaria. Além disso, embora o ritual Maçônico não seja idêntico de estado a estado, todas as Grandes Lojas nos Estados Unidos reconhecem-se a si mesmas como praticando Maçonaria válida. Isso significa que maçons de um estado podem visitar uma loja em outro estado e se lhes permite a participação nos trabalhos rituais.
Quando um cristão critica os ensinamentos dos maçons usando os rituais, o maçom geralmente responde de uma forma evasiva, dizendo que “ninguém fala pela Maçonaria”. Essa resposta, que não é genuína, nada mais é do que uma maneira de evitar falar dos rituais. Qualquer maçom honesto vai admitir que o ritual de sua Grande Loja é a autoridade que fala pela Maçonaria em sua jurisdição, e é por meio desses rituais que aprendemos os ensinamentos da Maçonaria sobre Deus, a ressurreição e a vida eterna, sem qualquer exigência de se acreditar em Jesus Cristo.
Outra autoridade importante que explica o significado da Maçonaria é a Bíblia Maçônica. Essa Bíblia, em geral a versão do Rei James do Velho e do Novo Testamento, inclui um anexo extenso com definições e terminologias Maçônicas. Esse livro é geralmente dado aos maçons depois que recebem o terceiro grau, e pode ser adquirido na maioria das Grandes Lojas país afora. Outras autoridades secundárias incluem as obras de amigos da Maçonaria, tais como Henry Wilson Coil, Albert Mackey e Albert Pike, os quais declaram, todos, que a Maçonaria é uma religião e essa religião não é o Cristianismo.”
(John Salza, FAQs on Freemasonry)