quinta-feira, 14 de julho de 2011

Perguntas e respostas sobre a maçonaria (II)

Quais são os graus mais elevados da Maçonaria?
Embora haja muitos graus numericamente mais elevados, o terceiro grau (de Mestre Maçom) é considerado o grau mais alto da Maçonaria, porque o grau de Mestre Maçom, em um drama alegórico extenso do qual o candidato participa, ensina a crença sublime da Maçonaria na ressurreição dos corpos. Esse drama também é chamado de lenda hirâmica ou lenda do terceiro grau.
No terceiro grau, o candidato participa de um drama onde ele faz o papel de um personagem bíblico chamado de “Hiram Abif”, um pedreiro que trabalhou no Templo do Rei Salomão. No drama da loja, Hiram é abordado no Templo por maçons renegados que tentam extorquir dele a palavra secreta Maçônica. Quando Hiram se nega a divulgá-la, os maçons o matam (o candidato é simbolicamente morto com um golpe de marreta almofadada na cabeça, arrastado pelos pés e colocado dentro de um saco pelos seus irmãos maçons), que então enterram o corpo de Hiram Abif (diz-se ao candidato que ele deve permanecer deitado enquanto materiais são espalhados em cima de seu corpo).
No decorrer do drama, o corpo de Hiram é depois descoberto por outros maçons que trabalham no Templo do Rei Salomão. O Rei Salomão e os outros maçons fazem uma procissão ao túmulo e então oram pela salvação de Hiram. Após a oração, o Rei Salomão ressuscita Hiram (o candidato) por meio do Forte Aperto de Mão do Mestre Maçom. Diz-se então ao candidato que ele foi trazido da horizontal dos mortos para a perpendicular dos vivos na fé Maçônica da ressurreição dos corpos e da imortalidade da alma.
Depois que um maçom alcança o terceiro grau, ele pode avançar em sua jornada Maçônica para o Rito Escocês ou o Rito de York. O Rito Escocês confere os graus do quarto ao trigésimo-segundo (com o honorário trigésimo-terceiro). O Rito de York também confere graus avançados e é conhecido como a Maçonaria do Ofício Original ou Antigo. Essas organizações não estão sob a autoridade das Grandes Lojas, mas têm relacionamentos amistosos com elas. O propósito desses graus mais elevados é ampliar o que o maçom aprendeu em sua loja azul. Esses graus, assim como os da loja azul, exigem um juramento de segredo. Quando um homem se torna um maçom do trigésimo-segundo grau ou do Rito de York, ele se capacita a fazer parte dos Nobres do Santuário (Shriners).
Quem são os Nobres do Santuário?
Os Nobres do Santuário são uma organização de maçons do 32º grau ou do Rito de York mais conhecidos por seus chapéus marroquinos vermelhos, carros pequenos e paradas de circo. Também são conhecidos por seus hospitais e outras atividades filantrópicas. Os maçons chamam o Santuário de “playground da Maçonaria”. A maioria das pessoas não sabe que todos os Nobres do Santuário são Mestres Maçons (mas nem todos os maçons são Nobres do Santuário).
Da mesma forma que nos graus Maçônicos anteriores, os candidatos ao Santuário são iniciados com uma solene cerimônia religiosa na mesquita local (o local de reunião do Santuário). Todos os candidatos, inclusive os cristãos, devem prestar juramento a Alá sobre o Corão, declarando que prefeririam que seus olhos fossem perfurados no centro por uma lâmina de três polegadas, seus pés esfolados, e forçados a caminhar nas areias quentes das praias estéreis do Mar Vermelho, onde o sol flamejante os atingiria com uma praga lívida, a violar seu juramento Maçônico de Nobres do Santuário.
Por que a Maçonaria é incompatível com o Cristianismo?
A Maçonaria é incompatível com o Cristianismo porque promove o indiferentismo. O indiferentismo é a crença herética de que todas as religiões são tentativas igualmente legítimas de explicar as verdades sobre Deus, as quais, à exceção da verdade de Sua existência, são inexplicáveis. Uma tal perspectiva torna todas as verdades relativas e defende que a Deus agradam da mesma forma a verdade e o erro. O indiferentismo é incompatível com a fé Cristã, porque nós cristãos acreditamos que Deus revelou-Se definitivamente na pessoa de Jesus Cristo e deseja que todos os homens tenham conhecimento dessa verdade. Jesus disse, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai senão por mim” (João 14, 6).
Os ensinamentos e as práticas da Maçonaria também levam ao sincretismo que é uma mistura de diferentes crenças religiosas em um todo unificado. Isso se evidencia muito especialmente nos rituais religiosos da Maçonaria que juntam homens de todas as fés ao redor de um altar comum e colocam todos os escritos religiosos ao lado da Bíblia sobre o altar Maçônico. Isso também se demonstra pelas orações da Loja e seus nomes e símbolos únicos para Deus e o paraíso. O sincretismo é a conseqüência lógica do indiferentismo.
A prática da Loja de exigir de seus membros que prestem juramentos imorais também é incompatível com o Cristianismo. Tais juramentos exigem de um cristão que ele prometa sobre a Bíblia Sagrada seguir um código de conduta moral que dá preferência a maçons sobre não-maçons e preservar senhas e apertos de mão secretos. São juramentos gravemente imorais porque sua matéria subjetiva é trivial e não dá razão à necessidade de um juramento. Tais juramentos são também prestados sob penalidades simbólicas sangrentas de tortura física e morte chamadas de auto-amaldiçoamentos (e.g., ter minha garganta cortada e minha língua arrancada desde a raiz). Essas penalidades mostram uma falta de respeito a Deus e constituem uma blasfêmia, que é um pecado mortal.
Qual a posição católica a respeito da Maçonaria?
A Igreja, por meio de sua Congregação para a Doutrina da Fé, declarou formalmente que os católicos que se inscrevem em associações Maçônicas estão em estado de pecado mortal e não podem receber a Santa Comunhão. Essa declaração, que é o mais recente ensinamento da Igreja, reafirmou quase 300 anos de pronunciamentos papais contra a Maçonaria baseados em que os ensinamentos da Loja são contrários a fé e moral Católicas.
A declaração da Igreja sobre a Maçonaria expõe os católicos maçons a certo número de graves penalidades sob o direito canônico. Por exemplo, se um católico souber que a Igreja magisterialmente considera a participação na Maçonaria como pecado mortal, ele não deve se aproximar da Santa Comunhão (c. 916). A Igreja impõe o dever de não comungar sacrilegamente a todos em estado de pecado mortal. Esse católico maçom que sabe estar em pecado mortal deve receber a absolvição em uma confissão sacramental antes de poder receber comunhão novamente, a menos que haja um motivo sério e nenhuma oportunidade para se confessar (c. 916). Essa confissão, para ser válida, também exige que o católico maçom renuncie à sua associação com a Maçonaria.
Além disso, como a participação na Maçonaria é uma condição externa ou pública, pode-se recusar a Santa Comunhão ao católico maçom que obstinadamente continue sendo membro da Maçonaria (c. 915). A esse católico maçom também se proíbe a Unção dos Enfermos (c. 1007) assim como os ritos funerários eclesiásticos, se tais forem ocasião de escândalo público (c. 1184, §1, °3).
O Cânon 1364 também impõe uma excomunhão automática aos apóstatas, hereges ou cismáticos. Tal cânon também se aplica aos católicos maçons. Se, por exemplo, um católico maçom adota os ensinamentos teológicos da Maçonaria que a Igreja condenou (indiferentismo, sincretismo), ele está em heresia porque acredita em tais ensinamentos. Além disso, se um católico maçom sabe que a Igreja é contra a participação na Maçonaria e mesmo assim recusa-se terminante e persistentemente a se submeter à autoridade do papa de impedir sua associação com a Loja, ele pode também estar em cisma. Os católicos maçons também podem ficar sujeitos ao Cânon 1374 que impõe um interdito ou penalidade justa àqueles que se associem a organizações que tramam contra a Igreja.
Para que se apliquem as penalidades canônicas, o católico maçom deve agir de um modo gravemente imputável (ou seja, o católico teria que saber do ensinamento da Igreja sobre a Maçonaria e, após dele se informar, escolher desprezá-lo). Por experiência própria, sei que um número considerável de católicos maçons age de modo gravemente imputável em relação a sua participação na Maçonaria. Nesses casos, as penalidades canônicas, incluindo a excomunhão, se aplicam. As penalidades da Igreja não existem para afastar a pessoa da qual a pena é cobrada. Ao contrário, as penalidades servem para comunicar a gravidade de sua conduta à pessoa, encorajar seu arrependimento e reconciliação com a Igreja, e trazê-la de volta ao único aprisco de Cristo. Afinal, a missão da Igreja é a salvação das almas.
Como os maçons reagem à anti-Maçonaria?
Os maçons visivelmente evitam usar seus rituais para defender a Loja da oposição Cristã. Isso se deve a que os ensinamentos dos rituais a respeito de Deus, da salvação somente pelas obras, da ressurreição e vida eterna na loja celestial acima são indefensáveis de um ponto de vista Cristão. Essa fuga do maçom ao uso do ritual Maçônico para defender seu ofício torna-se evidente tão logo se veja os vários portais Maçônicos criados por maçons para defender a Maçonaria. Além disso, das centenas de livros escritos acerca da Maçonaria, não há um único livro que forneça uma defesa Cristã da Loja tratando dos erros do indiferentismo, do sincretismo e dos juramentos imorais.
Ao invés, o apologeta Maçônico geralmente usa um argumento ad hominem para defender a Loja. Um argumento ad hominem é um argumento que ataca o caráter do oponente ao invés de responder a suas alegações. Como a maioria das informações acerca da Maçonaria vem de homens que deixaram a Loja, os maçons evitam tratar dos rituais e focam seu ataque na credibilidade e no caráter do ex-maçom.
Enquanto cristãos, nós não julgamos os maçons individualmente nem atacamos seu caráter. Na verdade, a maioria deles é de pessoas boas e virtuosas. Ao invés, nós julgamos os ensinamentos do ritual Maçônico à luz dos ensinamentos de Jesus Cristo e Sua Igreja. Esperamos que um dia os católicos maçons venham falar abertamente conosco a respeito de seus rituais Maçônicos para explicar e defender os ensinamentos da Loja à luz da fé Cristã.”
(John Salza, FAQs on Freemasonry)