Mostrando postagens com marcador João Paulo II. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador João Paulo II. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de maio de 2014

Sinais dos tempos

“Em 2005, um 'crucifixo' deformado, feito pelo escultor judeu Enrico Job para celebrar a visita de João Paulo II a Brescia, foi erguido próximo à aldeia vizinha de Cevo.
O 'crucifixo' deformado, que trazia uma imagem dependurada de Cristo, subia de uma base de chamas de metal esculpidas e não para cima em direção ao céu, mas arqueava para frente, caindo em direção ao chão, talvez como símbolo da teologia antropocêntrica deformada de João Paulo II.
Naquela ocasião, João Paulo II pronunciou um discurso no qual teve como certa uma futura “beatificação” e “canonização” de Paulo IV, que presidiu ao antropocêntrico, em vez de teocêntrico, Concílio Vaticano II.
O ‘crucifixo’ de Cevo daquele dia em diante tornou-se um símbolo da intenção e determinação da Igreja Conciliar de ‘canonizar’ Paulo VI, cuja ‘beatificação’ está marcada para outubro de 2014.
Em 24 de abril de 2014, apenas três dias antes das ‘canonizações’ de João XXIII e João Paulo II, esse símbolo horroroso que ofende a Redenção de Cristo e o mais sagrado sinal da Fé quebrou-se e espatifou-se.
O ‘crucifixo’ deformado, erguido em homenagem a João Paulo II e ‘dedicado’ por ele a Paulo VI, rompeu-se e veio abaixo, matando um jovem que vivia em uma rua curiosamente chamada João XXIII.”
http://carmelbooks.blogspot.com.br

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Não se pode canonizar um papa ignorando seu pontificado

"No dia 1º de abril de 2011, o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, esclareceu o motivo para a beatificação de João Paulo II. O Catholic News Service reportou o seguinte:
O Papa João Paulo II está sendo beatificado não por causa de seu impacto na história ou na Igreja Católica, mas por causa do modo como viveu as virtudes cristãs da fé, esperança e caridade, disse o Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos...
O Cardeal Amato disse que o processo de santidade é uma das áreas da vida da igreja onde o consenso dos membros da igreja, tecnicamente o "sensus fidelium" ("senso dos fiéis"), realmente importa. "Desde o dia de sua morte em 2 de abril de 2005, o povo de Deus começou a proclamar sua santidade", e centenas, quando não milhares, visitam seu túmulo todos os dias, disse o cardeal. Um outro sinal é o número de biografias publicadas sobre ele e o número de suas obras que são traduzidas e publicadas...
O Cardeal Amato disse, "a pressão do público e da mídia não perturbou o processo, mas o ajudou" porque foi mais um sinal da difundida fama de santidade do Papa João Paulo, que é algo de que a igreja exige provas antes de se movimentar para beatificar alguém...
[Joaquin Navarro-Valls, que trabalhou como porta-voz do Vaticano sob o Papa João Paulo], um membro da Opus Dei, disse ter tido a bênção de conhecer pessoalmente três santos: Josemaria Escriva de Balaguer, fundador da Opus Dei; a Beata Teresa de Kolkata; e o Papa João Paulo. O que todos os três têm em comum, disse, era um bom senso de humor, um sorriso fácil e uma habilidade para rir. Quanto aos que questionam beatificar o Papa João Paulo apenas seis anos após sua morte e aqueles que dizem que a explosão do escândalo dos abusos sexuais dos clérigos durante seu pontificado lança uma sombra escura sobre seu reinado, Navarro-Valls disse que as pessoas devem se lembrar de que a beatificação não é um juízo sobre um pontificado, mas sobre a santidade pessoal do candidato. A pergunta chave, disse, é: "Temos certeza de que ele viveu as virtudes cristãs em grau heróico?"

Desta forma, o Cardeal Amato e o ex-porta-voz de João Paulo II, Navarro-Valls, fazem a inédita afirmação de que a Igreja pode beatificar, e portanto canonizar, um papa baseando-se unicamente na exibição de virtude em sua vida pessoal, sem nem mesmo considerar seu longo pontificado de quase três décadas. Como todos podem ver, a idéia é estapafúrdia. Os candidatos à canonização formal sempre foram julgados pelas virtudes heróicas de suas vidas como um todo. Isso vale especialmente para os papas, pois seus pontificados são parte integral de suas vidas como católicos.
Sendo assim, João Paulo II verdadeiramente viveu de modo heróico as virtudes católicas da fé, esperança e caridade em seu pontificado? Assis I e II, rezar com animistas no Togo e pedir a São João Batista que proteja o Islã mostram um exercício heróico da virtude da fé? Pelo contrário, a virtude católica da fé proibiria essas coisas em razão do Primeiro Mandamento.
Em relação à virtude da esperança, é a esperança de que, se nós como católicos cooperarmos com a graça, salvaremos nossas almas. Mas como pode alguém dizer que João Paulo II exibiu heroicamente essa virtude, quando pelas palavras e atos de seu pontificado ele consistentemente deu a aparência da esperança de que não-católicos possam ser salvos por meio de suas próprias religiões falsas? Também a virtude católica da Esperança presume a possibilidade de ir para o inferno, do contrário não haveria qualquer necessidade de esperança. Mas como João Paulo II questiona até se existe alguma alma humana no inferno, como pode alguém dizer que ele exibiu a virtude da esperança em grau heróico?
Também a virtude católica da caridade exigiria que um papa corrigisse e disciplinasse inúmeros prelados e sacerdotes que disseminassem heresia e erro na Igreja. Pelo contrário, o único prelado notável que João Paulo II disciplinou durante seu pontificado foi o Arcebispo Lefebvre. Da mesma forma, a virtude da caridade demanda a correção do abuso litúrgico geral por amor a Deus, que merece a adoração correta, por amor às almas dos sacerdotes que cometem esses sacrilégios, assim como por amor às almas dos fiéis que foram constantemente escandalizados com tais atos. Em vez disso, embora João Paulo II tenha pedido desculpas pelos abusos litúrgicos, ele pouco ou nada fez para detê-los.
Como resposta, alguns lembraram São Celestino V como um papa que foi pessoalmente santo mas não conseguiu ter um pontificado de sucesso. Mas os casos de João Paulo II e São Celestino são completamente diferentes. Em primeiro lugar, Celestino só foi papa por seis meses. Em segundo, embora a santidade heróica e as severas penitências de Celestino como monge sejam indisputáveis, ele simplesmente não tinha qualquer experiência que fosse no governo da Igreja. Devido a sua ingenuidade ele provou ser um administrador terrível pelos padrões do mundo. Mas nunca no decurso de seu pontificado Celestino deixou de exibir qualquer virtude católica, muito menos chegou a participar de atos públicos que dariam razão ao questionamento dessa virtude.
De fato, é impossível dividir a pessoa única de João Paulo em duas entidades separadas e distintas para fins de canonização. A Igreja não pode canonizar a parte de João Paulo II que alguns dizem ter exibido virtudes heróicas em privado, enquanto ignora a consistente falta ou mesmo oposição daquelas virtudes ao longo de um pontificado de vinte e sete anos."
(Peter Crenshaw, Can the Church Canonize a Pope While Ignoring His Papacy?)

http://remnantnewspaper.com

quinta-feira, 3 de abril de 2014

As profecias de Lúcia de Fátima e Padre Pio sobre João Paulo I

“Coloque-a na categoria das notícias explosivas. Uma reportagem na revista italiana Mensageiro de Santo Antônio diz que o Padre Pio – o incrível estigmatizado italiano que foi canonizado ano passado – previu uma situação que envolvia Albino Luciani – o Papa João Paulo I – antes de Luciani, à época bispo de Vittorio Veneto, ascender ao Trono de Pedro.
Se verdadeira, será a segunda profecia envolvendo um Papa recente atribuída a Pio, que foi canonizado recentemente. Notícias anteriores incomprovadas afirmavam que Pio profetizou a eleição de Karol Wojtyla ao papado.
No caso de Luciani, que foi Papa por apenas 33 dias, a predição estava ligada à promoção de Luciani a patriarca (ou arcebispo) de Veneza. De acordo com um artigo escrito por Renzo Allegri, Francesco Cavicchi, um empresário de Conegliano Veneto [uma vila italiana], foi ver o famoso místico em 1967 para receber aconselhamento espiritual. No fim de sua conversa, o Padre Pio lhe contou: “Você deve formar um grupo de oração em sua cidade natal”.
Chegando a casa, Cavicchi tentou exatamente isso, diz a revista, apelando a Luciani, que na época era seu bispo – mas sem sucesso. “Tão logo Luciani ouviu o nome de Padre Pio mencionado, a conversa foi interrompida bruscamente,” relata a publicação. “'Basta!', disse Luciani, 'Não quero mais falar sobre isso.' Naqueles dias, Pio não era bem visto pelas autoridades eclesiásticas.”
Quando o empresário alguns meses depois contou ao frade capuchinho o que acontecera, diz-se que Pio permaneceu em silêncio por um momento, e então respondeu, “Não se preocupe. O próprio bispo vai procurar por você no tempo devido. E você receberá permissão escrita do patriarca.
Isso parecia impossível, mas Pio repetiu sua afirmação de que tanto o bispo local como o patriarca viriam em auxílio de Cavicchi na formação do grupo de oração. “Agora vá em paz!”, teria dito Pio.
Cavicchi voltou para casa confuso mas viu a predição se materializar de um modo incrivelmente literal. Isso ocorreu um ano após a morte de São Pio quando, em 10 de dezembro de 1969, Cavicchi recebeu uma ligação do secretário do Bispo Luciani, que anunciou que o bispo queria encontrar-se com ele. Quando Cavicchi foi ver o então Bispo Luciani, o futuro papa imediatamente voltou a conversa para Pio, desta vez de um modo bastante simpático. Ele se lembrou do pedido para um grupo de oração e disse que iria tratar do assunto quando de seu retorno de uma viagem a Roma.
Alguns dias depois, surgiram notícias de que o Bispo Luciani havia sido nomeado Patriarca de Veneza e dado a Cavicchi permissão escrita para um grupo de oração – desta forma cumprindo as palavras de Pio de que o empresário iria primeiro falar com um “bispo” e então receber permissão do “patriarca”.
Talvez ainda mais interessante seja que o Mensageiro de Santo Antônio diz que antes de ser Papa, na primavera de 1977, o Bispo Luciani fez uma visita, anteriormente não revelada, à vidente de Fátima, Lúcia dos Santos, em Coimbra, Portugal – na qual a Irmã Lúcia, uma freira no Mosteiro de Monte Carmelo, supostamente profetizou sua eleição como Papa.
A publicação cita o irmão do Papa João Paulo I, Edoardo, que participou da peregrinação, recordando detalhes do dramático encontro.
“Albino disse a seu secretário que permanecesse no quarto de espera”, disse. “O encontro, que deveria durar apenas dez minutos, terminou durando duas horas. Não sei sobre que conversaram. Tudo que sei é que, após o encontro, meu irmão estava profundamente abalado. Na verdade, ele estava tão perturbado com esse encontro que permaneceu completamente em silêncio durante toda a viagem de volta para casa.”
O Mensageiro relata que, após a morte do Papa, soube-se que Lúcia saudou o então Patriarca como “Santo Padre”. “Ela previu sua eleição ao papado, mas também que seu pontificado seria muito curto e que seu sucessor seria um estrangeiro, um Cardeal de Cracóvia”, afirma Allegri. “Essa previsão também foi confirmada pelo próprio Patriarca durante um de seus passeios com um teólogo veneziano, Pe. Germano Pattaro.
Ironicamente, Luciani e seu futuro sucessor, Karol Wojtyla, ficaram amigos após o encontro relacionado a Fátima, e diz-se que o próprio Papa João Paulo I mais tarde previu quem o iria suceder, indicando a pessoa que estava no quarto em frente ao seu no Conclave realizado na Capela Sistina.
Aquela pessoa era Karol Wojtyla – o Papa João Paulo II – que se tornou pontífice depois que o Papa João Paulo I morreu misteriosamente.”
(Michael H. Brown, Report Claims Padre Pio And Fatima Seer Both Issued Prophecies About John Paul I)

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A relíquia do beato e a ira de Deus

UMA RELÍQUIA DE JOÃO PAULO II SERÁ LEVADA A LOURDES
“Cidade do Vaticano, 19 de Outubro de 2012 (Vatican Information Service - VIS) – Uma relíquia do Beato João Paulo II será transportada ao santuário francês de Lourdes durante uma peregrinação organizada pela UNITALSI (União Nacional Italiana para Transporte dos Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais). A peregrinação deve acontecer de 21 a 27 de outubro. O Arcebispo Zygmunt Zimowski, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde, deu permissão à UNITALSI para levar o relicário contendo sangue de João Paulo II, para que possa ser visto e venerado por peregrinos de todo o mundo. Falando à Rádio Vaticano, Salvatore Pagliuccia, presidente da UNITALSI, destacou que estamos atualmente no Ano da Fé, e o Sínodo dos Bispos está reunido para examinar a questão da nova evangelização, “um tema muito próximo do coração de João Paulo II”. A influência desse Papa “ainda é sentida na Igreja e entre os fiéis”, disse. Portanto, “a presença do relicário do beato na peregrinação é um sinal muito significativo, porque representa a presença de suas idéias e sentimentos, acima de tudo a presença do amor que, como homem e pastor, ele deu ao povo, aos fiéis, e em particular aos doentes e aos deficientes.””

CENTENAS DE PESSOAS SÃO EVACUADAS DURANTE ENCHENTES EM LOURDES
“Lourdes, França, 20 de Outubro de 2012 (Agence France-Presse - AFP) — Enchentes causadas por chuva ininterrupta no sudoeste da França causaram o fechamento da maior parte do santuário católico de Lourdes ontem e a evacuação de centenas de peregrinos, disseram as autoridades locais. Ônibus transportavam hóspedes de hotéis na cidade baixa para um centro de convenções e um complexo esportivo depois que autoridades disseram que os locais ficariam fechados por muitos dias.
Dois acampamentos também foram evacuados e muitas estradas fechadas ao redor de Lourdes, onde os católicos acreditam que a Virgem Maria apareceu à jovem camponesa Bernadette Soubirous em uma gruta em 1858, enquanto o rio Gave de Pau transbordava de suas margens. A água estava a um metro de altura em frente à gruta e 80 centímetros na Avenida du Paradis, onde a maioria dos hotéis para peregrinos se localiza, no que as autoridades disseram ter sido a pior enchente em 25 anos.
Somente a maciça basílica, construída em terreno elevado, ainda era acessível. “O local em frente à gruta está completamente coberto de água, o altar está submerso”, disse Thierry Castillo, o zelador dos santuários. “Há correntezas de lama”, disse, predizendo danos maiores que seriam caros de reparar. Castillo destacou a usina hidrelétrica que fornece energia aos santuários, que ficou gravemente danificada por troncos flutuantes de árvores.
O Gave de Pau estava dez metros acima de seu nível normal no sábado pela manhã e ainda subindo, quando meteorologistas previram que a chuva que tinha caído sem interrupção desde quinta-feira continuaria até domingo. Um pesado aguaceiro é previsto para a tarde e a noite de domingo. Na mesma região 3.500 lares ainda estavam sem eletricidade depois que ventos fortes na quinta e sexta-feira derrubaram os fios de eletricidade. “Não vi nada parecido em 40 anos”, disse o proprietário de hotel Pierre Barrere enquanto observava os peregrinos sendo evacuados.
Catherine Brun de Grenoble, no sudeste da França, foi avisada para partir às 8:30 da manhã. Ela disse que mal teve tempo de tirar o carro da garagem quando as águas começaram a subir. Salva-vidas evacuaram sua mãe, de saúde frágil, em um barco algumas horas mais tarde. As duas mulheres foram levadas para outro hotel. Lourdes atraiu mais de seis milhões de visitantes ano passado. A Igreja Católica reconhece 68 milagres ligados ao local e muitas pessoas deficientes ou doentes vão lá para rezar por uma cura.”

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O papa que excomungou a Tradição

“João Paulo II foi o papa do Vaticano II, o concílio que introduziu uma ruptura com o passado da Igreja pela primeira vez em sua história. Ele desenvolveu, segundo a análise do Pe. Johannes Dörmann, a estranha teologia que propaga a idéia da salvação universal (e conseqüentemente de um inferno vazio). Ele apresentou todas as religiões como meios de agradar a Deus, especialmente com gestos ecumênicos espetaculares como o de Assis em 1986. Ele foi o primeiro papa a visitar uma sinagoga e uma mesquita. Lá não apenas não pregou Jesus Cristo, como deixou entendido que essas religiões que negam explicitamente a mediação de Nosso Senhor Jesus Cristo podem ser agradáveis a Deus. Além disso, ele beijou em público o Corão, manifestando seu respeito por um livro que nega a divindade de Jesus Cristo e apresenta um homem anquilosado em seus vícios como mensageiro de Deus; e enfiou uma mensagem de arrependimento no Muro das Lamentações em Jerusalém, como se fosse Isaac o perseguidor de Ismael e não o contrário. Novamente ele manifestou seu arrependimento no ano 2000 por todo o passado glorioso da Igreja, especialmente as cruzadas. Seria também necessário citar seus excessos em inculturação – ele aceitou participar de cultos pagãos e misturou-os com o ritual católico; sua moralidade descentrada, baseada na dignidade do homem e não mais na lei de Deus; sua propagação de um catolicismo superficial, principalmente durante as Jornadas Mundiais da Juventude; o exagerado número de viagens, de beatificações e de canonizações (ele canonizou mais santos do que todos seus predecessores juntos); sua gestão liberal, permitindo a propagação de movimentos duvidosos ou escandalosos (por exemplo, ele tinha uma grande admiração pelo Pe. Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo); e assim por diante.
Doravante todos podem ver por si mesmos os frutos desse pontificado: a apostasia das nações cristãs e a autodemolição da Igreja.
Se se busca a origem de todos esses erros, encontra-se imediatamente o abandono da Tradição em favor de uma “nova teologia” neomodernista, que tem sido amplamente analisada nestas colunas.
Na verdade, João Paulo II passará para a história da Igreja como o papa que excomungou o Arcebispo Lefebvre e com ele a Tradição bimilenar da Igreja. Essa mancha em sua reputação é indelével. E se, Deus o livre, a beatificação e a canonização de João Paulo II se realizarem, será necessário rezar para que Deus encurte a paixão de Sua Igreja e faça surgir um verdadeiro pastor que anulará esse ato escandaloso e restaurará a Tradição a seu lugar de honra.”
(Sel de La Terre, Primavera de 2011)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mistérios luminosos do rosário

“Em sua Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae de 16 de outubro de 2002, o Papa João Paulo II tentou modificar o rosário, entre outras coisas, acrescentando cinco mistérios adicionais, chamados mistérios de luz para distingui-los dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.
Infelizmente essa carta, que pretende promover o rosário, está maculada de naturalismo do começo ao fim, e considera o rosário como uma experiência psicológica semelhante às orações e meditações das religiões não-católicas. Daí a importância do “significado antropológico do rosário” (§25), que torna compreensível o mistério do homem. Entre os “melhoramentos” ao rosário propostos nesse sentido está o acréscimo dos mistérios de luz, especialmente escolhidos para não ofender os protestantes, ou seja, todos plenamente descritos nos Evangelhos e nenhum deles mencionando explicitamente a Santíssima Virgem Maria. Isso está de acordo com a intenção manifesta de fazer o rosário mais “cristocêntrico”, o que significa, na prática, que ele se torna menos explicitamente mariano.
Os cinco “momentos” “luminosos” “significantes” (§21) que ele escolhe são o batismo de Cristo no rio Jordão, Sua auto-manifestação em Caná, Sua proclamação do Reino de Deus e Seu chamado à conversão, Sua Transfiguração, e a instituição da Sagrada Eucaristia. Todos são belos eventos tirados dos Evangelhos, e muito apreciados como manifestações da bondade de Jesus, nos quais Ele revela-Se a Si mesmo, Seu poder, Sua misericórdia, ou Seu reino. Contudo, é deveras interessante notar que nenhum deles tem uma conexão direta com o mistério da Redenção; somente a instituição da Sagrada Eucaristia tem uma relação indireta, enquanto fundação de sua renovação incruenta. A introdução desses mistérios é, assim, um esforço de diluir o foco tradicional nos mistérios essenciais da Redenção, como contidos nos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.
No entanto, não é mera coincidência que os mistérios tradicionais do rosário sejam inteiramente focados no mistério da Redenção, preparados nos mistérios gozosos, realizados nos mistérios dolorosos e aplicados nos mistérios gloriosos. Se a Tradição os transmitiu até nós dessa maneira, é porque tais são os mistérios nos quais nossas almas precisam meditar para a salvação eterna. Em uma de suas encíclicas anuais dedicadas ao rosário, o Papa Leão XIII explica que:
“O Rosário oferece uma maneira fácil de adentrar nos principais mistérios da religião cristã e gravá-los na mente... de forma ordenada, os principais mistérios de nossa religião seguem-se um ao outro... Primeiro vêm os mistérios nos quais o Verbo fez-se carne e Maria, a inviolada Virgem e Mãe, desempenhou seus deveres maternais em relação a ele com uma alegria santa; depois vêm as dores, a agonia e a morte do Cristo sofredor, o preço pelo qual realizou-se a salvação de nossa raça; e finalmente seguem-se os mistérios plenos de sua glória.” (Magnae Dei Matris, 8.9.1892)
O motivo para essa mudança de orientação é paulatinamente desviar nossa atenção da Redenção como uma aquisição das almas dos pecadores, que nos compra de nossos pecados com uma satisfação à ofensa feita a Deus. A teologia moderna do Mistério Pascal acha que isso não é necessário, que Deus não é infantil para exigir pagamento por nossos pecados, e que conseqüentemente tudo de que precisamos é refletir nas manifestações do amor, da glória e da bondade de Deus, pois “cada um desses mistérios é uma revelação do Reino agora presente na própria pessoa de Jesus” (Rosarium Virginis Mariae, §21).
O resultado final da recitação desses mistérios luminosos será um dessecamento do rosário, a perda de seu foco especificamente mariano, desviando a atenção da união com o ato de Redenção de Cristo, unicamente por meio do qual podemos nos salvar de nossos pecados. Pouco a pouco ele se tornará vazio e estéril e não será mais rezado. Conseqüentemente, devemos evitar esse “melhoramento” opcional e nos apegar à Tradição dura e testada da Igreja que santificou tantas gerações de santos. Embora não seja em si um pecado recitar esses mistérios de luz com católicos modernos, devemos certamente desencorajar sua recitação e evitar adquirir ou tornar disponíveis quaisquer panfletos ou livretos que apresentam os mistérios de luz.”
(Pe. Peter Scott, F.S.S.P.X, Should We Recite the Luminous Mysteries of the Rosary?)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O concílio beatificado

“Mais de um milhão de pessoas assistiu à beatificação de João Paulo II em Roma, em 1º de maio passado. Essa imensa reunião foi a resposta ao clamor que se ouviu em 8 de abril de 2005, dia do funeral de quem teve o terceiro pontificado mais longo da história: “Santo Subito”, gritava a multidão. Menos de um mês depois da sua eleição e sem esperar os 5 anos estabelecidos pelo Código de Direito Canônico atualmente em vigor, no dia 13 de maio do mesmo ano Bento XVI autorizava a abertura do processo de beatificação do seu antecessor. Imediatamente levantou-se no mundo inteiro um concerto de aprovação. Contudo, a Fraternidade São Pio X, por meio do seu Superior Geral, manifestou reservas sobre a conveniência de tal beatificação. Um documento foi enviado ao Vaticano para expressar todas as questões que isto poderia suscitar.
“Este documento (...) foi enviado segundo as normas do direito aos diversos responsáveis do processo diocesano, para o colocassem entre os documentos do expediente e o examinassem com o mesmo cuidado que os demais. Tendo chegado aos gabinetes competentes, o nosso documento foi misteriosamente deixado de lado, para ser aberto somente no dia seguinte ao encerramento do processo diocesano, isto é, demasiado tarde para ser levado em consideração. (...) Depois de ter feito chegar ao conhecimento dos tribunais romanos, infelizmente nossas questões não receberam nenhuma resposta, mas ao contrário, em 19 de dezembro de 2009, a Santa Sé declarou a heroicidade das virtudes do falecido Papa”.
Como explicar a recusa das autoridades romanas de estudar a documentação apresentada pela FSSPX? Será que um estudo aprofundado sobre o pontificado de João Paulo II poderia pôr em jogo a que parecia ser uma bela unanimidade?
Por acaso João Paulo II não seria o Papa da ruptura com a Tradição, que havia sido defendida por seus antecessores? Acaso se tem medo desta voz, quando começam a levantar-se vozes que questionam os “40 anos gloriosos” que se seguiram ao Concílio?
É impressionante ver como João Paulo II, com suas palavras e seus atos, se afastou dos seus predecessores até Pio XII. Foi o primeiro Papa desde São Pedro a visitar uma sinagoga e uma mesquita. Foi o primeiro Pontífice que organizou reuniões inter-religiosas, condenadas por Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, Pio XI e Pio XII, bem como pelo Código de Direito Canônico anterior ao de 1983, que estabelecia penas muito severas, prevendo até mesmo a de excomunhão. O encontro de Assis, organizado em 1986, convocado e presidido por ele, é, sem dúvida, o ato mais grave do seu pontificado. Apenas isso já deveria ser bastante para impedir a sua beatificação. O Código de 1917 - em vigor até 1983 - dizia, efetivamente, que “aqueles que ajudam de alguma forma ou participam ativamente nas cerimônias dos hereges são suspeitos de heresia”. Como o Código de Direito Canônico de 1917 proibia a João Paulo II organizar esse encontro, ele suprimiu este artigo do novo Código publicado em 1983. Tal reunião constituiu uma desobediência manifesta e gravíssima ao 1º Mandamento de Deus. A partir de então multiplicaram-se os encontros inter-religiosos e ecumênicos, que hoje em dia são habituais. Com isso a religião católica é relegada ao nível das falsas religiões. O Deus verdadeiro e a verdade eterna são colocados em pé de igualdade com os falsos deuses e com o erro. Isto tem um nome: é uma blasfêmia!
Qual é a razão que levou o falecido Papa a realizar todas essas reformas? A resposta está no seu testamento: “Da minha parte agradeço o eterno Pastor que me consentiu servir esta grandíssima causa (o Concílio Vaticano II) durante todos os anos do meu pontificado”. Como disse em diversas ocasiões, o Concílio, “um grande dom para a Igreja” e no qual interveio ativamente, “foi a sua bússola”. Durante os seus 26 anos de pontificado se esforçará para aplicar os seus princípios. O encontro de Assis será o arremate de uma missão para a qual se sentia investido. Ele afirmou isso mesmo aos cardeais nos seguintes termos: “O encontro de Assis é a mais bela posta em prática do ensinamento do Vaticano II”.
Assim, pois, João Paulo II foi o Papa do Concílio, ao qual dedicou todo o seu pontificado. Através de seus escritos e discursos, por suas numerosas viagens, pelas nomeações de bispos e cardeais que fez, pelas Jornadas Mundiais da Juventude que promoveu, este Papa que veio do leste difundiu e institucionalizou eficazmente e ativamente o ensinamento do Vaticano II no mundo inteiro.
Sob o seu pontificado, seguindo o exemplo que ele mesmo deu, multiplicaram-se as cerimônias inter-religiosas, as cerimônias litúrgicas excêntricas e escandalosas, que a televisão retransmitiu por toda parte. Também sob o seu pontificado, e a pedido da própria Santa Sé, desapareceram os últimos Estados oficialmente católicos. Tudo em nome do Concílio!
Além disso, João Paulo II, seguindo Gaudium et Spes, ensinou a redenção universal dos homens. Assim como o Concílio tinha feito antes dele, desde a sua primeira encíclica proclamou que “pela sua encarnação, o Filho de Deus uniu-se de certo modo a cada homem”. Através da sua Encarnação, Jesus Cristo veio confirmar a sua aliança com o homem. O Papa nunca disse que essa aliança foi quebrada pelo pecado original ou pelos pecados pessoais... A Redenção é a manifestação do amor que Jesus tem por cada homem. O homem tem que tomar consciência deste amor e ter confiança na sua salvação... A Igreja é um dos caminhos propostos ao homem para chegar a esse término. Assim se glorifica o imanentismo religioso, condenado por São Pio X na encíclica Pascendi Dominici Gregis. Deste modo se explicam as inacreditáveis palavras que João Paulo II pronunciou em 25 de dezembro de 1978: “Natal é a festa do homem. Nasce o Homem. (...) Se nós celebramos assim tão solenemente o Nascimento de Jesus, fazemo-lo para testemunhar que todo e qualquer homem é alguém único e que não se pode repetir. (...) É em nome deste singular valor de todos e cada um dos homens, em nome desta força que é trazida para todos e cada um dos homens pelo Filho de Deus ao tornar-se homem (...) vos digo: Aceitai o mistério, no qual todos os homens e cada um vive desde quando Cristo nasceu. Respeitai este mistério! (...) Deus agradou-se do homem por Cristo”. Isso significa dizer que foi uma honra para Cristo ter-se tornado homem! Trata-se de uma inversão de toda a teologia.
As conseqüências deste ensinamento são gravíssimas. O homem, assim divinizado, pode esperar o céu sem fazer parte da Igreja Católica, como sugere o Vaticano II nos documentos Unitatis Redintegratio e Nostra Aetate. Esta doutrina nova destruiu o espírito missionário e explica a agonia das congregações missionárias. A missão que estas têm não é mais de converter, mas oferecer um testemunho junto às demais religiões!
Nos últimos meses, de modo semelhante à Fraternidade São Pio X, especialmente por causa das discussões doutrinárias, ouviram-se vozes críticas ao Vaticano II. A Fraternidade São Pio X não está sozinha! Estas reações incomodam! A beatificação do Papa do Concílio, o Papa de Assis, se tornou uma questão urgente para desanimar e desacreditar os críticos. Com ele se beatifica o Vaticano II! A próxima etapa - a canonização – já está em andamento. Uma vez alcançada, espera-se que o Concílio se transforme em algo definitivamente intocável.
Durante o seu pontificado, João Paulo II quis homenagear e premiar aqueles que tinham trabalhado por este Concílio, experimentando o rigor dos seus antecessores. Foi assim que se elevou ao cardinalato padres como Urs Von Balthasar, De Lubac e Congar, embora muitas de suas obras, envenenadas de modernismo, tenham sido colocadas no Índice de Livros Proibidos no pontificado de Pio XII. Ele também reabilitou Teilhard de Chardin, paladino das tropas modernistas, ao mesmo tempo em que excomungou a Tradição católica ao condenar Monsenhor Lefebvre e sua obra, que não tinham feito senão continuar com o que a Igreja sempre fez por 2000 anos. Dessa forma, João Paulo II encorajou e ensinou uma doutrina nova, consumando uma ruptura evidente com a Tradição.
Para convencer-se da realidade desta ruptura, convém recordar a doutrina professada pelo Concílio Vaticano I, em sua constituição Pastor Aeternus, sobre a função exercida pelo Papa: “O Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro para que manifestem por sua revelação uma nova doutrina, senão para que, com a sua assistência, conservassem santamente e expusessem fielmente a Revelação transmitida aos Apóstolos, ou seja, o depósito da fé”.
João Paulo II foi o arauto do Concílio Vaticano II, que o Cardeal Ratzinger qualificou como “1789 na Igreja”. Beatificar João Paulo II equivale a beatificar o Concílio Vaticano II, causa primeira dos males que atualmente afligem a Igreja.
Por essa razão, não podemos rezar a João Paulo II, mas podemos rezar pelo eterno descanso de sua alma e pelo seu sucessor no Trono de Pedro, a fim de que abandone o ensinamento do seu antecessor e volte à Tradição, que é a única que devolverá à Igreja toda a sua glória e restaurará o Reino de Cristo nas almas e no mundo inteiro.”
(Pe. Christian Bouchacourt, F.S.S.P.X, “Bienheureux” Concile)

http://www.fsspx-sudamerica.org/fraternidad/iesus/editorialportu134.php

sábado, 30 de abril de 2011

Mons. Richard Williamson e a beatificação de João Paulo II

“No 1º de maio, daqui a poucas semanas, João Paulo II será declarado “Beato” por Bento XVI em meio a uma grande celebração na Praça de São Pedro em Roma. Mas os Católicos fiéis à Tradição sabem que João Paulo II, enquanto grande promotor da Igreja Conciliar, foi também um eficaz destruidor da Igreja Católica. Então como pode ser proclamado “Beato”, último passo para ser canonizado, quando as canonizações da Igreja são infalíveis? A resposta rápida é que João Paulo II não será beatificado como Beato Católico através de uma beatificação Católica na Igreja Católica, mas como um “Neobeato” através de uma “Neobeatificação” da “Neo-Igreja”. E os “Neoprelados” são os primeiros em proclamar a novidade, e os últimos a reclamar infalibilidade, pelo que fazem.
Ilustremos a natureza da Neo-Igreja através de uma comparação obtida da vida moderna. A gasolina pura (benzina, nafta) cheira, tem sabor e se comporta como gasolina. Ela pode fazer funcionar um automóvel. A gasolina misturada com apenas um pouco de água ainda pode ter cheiro e sabor de gasolina, mas já não se comporta como gasolina – não se a pode usar para fazer funcionar um automóvel. A água lhe retirou a capacidade de combustão.
A gasolina pura se compara com o Catolicismo puro – altamente combustível! A água pura em nossa comparação é como o humanismo secular puro, que será a Religião Global, sem traço algum de Catolicismo nela. Ora, o Catolicismo e o humanismo se mesclaram no Concílio Vaticano II e em seus 16 documentos. Assim é que o Conciliarismo, o Novo Catolicismo, pode ainda ter cheiro e sabor de Catolicismo, a ponto de fazer com que os “bons Católicos” esperem que as beatificações Conciliares se ponham no caminho da infalibilidade, assim como faziam as beatificações da Igreja pré-Conciliar, mas na realidade uma pequena mistura de humanismo secular foi suficiente para que o Catolicismo deixasse de funcionar, assim como não se necessita de muita água para que a gasolina já não entre em combustão.
Desta forma, as novas beatificações para os olfatos Católicos desprevenidos podem ter o sabor e o cheiro das beatificações Católicas, mas quando examinadas mais detidamente, resta claro que as novas beatificações não são de modo algum a mesma realidade. Um exemplo famoso: uma beatificação Católica anteriormente exigia dois milagres distintos, enquanto que a Neobeatificação exige apenas um. E as regras da Neobeatificação estão significativamente relaxadas em algumas outras formas também. Portanto, nenhum Católico deve esperar outra coisa que um Neobeato surgindo de uma Neobeatificação. João Paulo II foi de fato um “Beato” do Concílio.
O que engana os Católicos são os elementos de Catolicismo que ainda permanecem na Igreja Conciliar. Mas assim como o Vaticano II foi planejado para substituir o Catolicismo (gasolina pura) com o Conciliarismo (gasolina-água), assim o Conciliarismo foi planejado para abrir caminho ao que podemos denominar de Religião Global (água pura). A procissão vai de Deus até o Neodeus e do Neodeus ao Não-deus. Hoje em dia temos a Nova Roma impulsionando o Neodeus do Vaticano II com Neobeatos que lhe correspondam, mas não passará muito tempo até que verdadeiros criminosos sejam os “Beatos” do Não-deus.
Contudo, o verdadeiro Deus não deixará que aquelas ovelhas que não queiram ser enganadas o sejam. Nem abandonará uma só alma que não O tenha abandonado antes, disse Santo Agostinho. Citação maravilhosa!”
(Dom Richard Williamson, F.S.S.P.X, Newchurch, Newblesseds)