sábado, 7 de abril de 2018

O início da vida humana


“A defesa da vida, cujos maiores inimigos atuais são os favoráveis ao aborto, passa pela compreensão de quando inicia a vida humana. A resposta a esta pergunta é dada pela própria ciência biológica, através da Embriologia Humana, e não é necessário que se recorra a argumentos teológicos para lidar com a questão. O objeto da Teologia, que também é uma ciência, é outro, apenas isto. O mesmo acontecendo com a Filosofia, o Direito, etc.. - são ciências, com seus objetos próprios, mas que não têm a contribuir para a questão do conhecimento de quando inicia a vida humana.
A questão do aborto está diretamente ligada a esta compreensão do início da vida humana. É exatamente neste ponto, no início de uma nova vida, que a retórica abortista mais se sente à vontade para dar vazão ao seu discurso de termos pejorativos ao nascituro: “amontoado de células”, “simples tecido”, “parasita”, etc. Esta fase da vida humana é a mais fácil de ser utilizada por estes grupos para seus rotulamentos. Tais termos são usados com um único objetivo: desumanizar o nascituro, negando-lhe aquilo que já está presente desde sua concepção e que lhe é mais importante, sua humanidade.
Porém, dizer que o fruto da concepção não é uma vida humana, como inúmeros abortistas dizem, não encontra qualquer respaldo científico. O afirmado pela Embriologia Humana é exatamente o contrário, que a vida humana tem seu início na concepção. As citações abaixo, em tradução livre, são retiradas de livros que são referência na área de Embriologia Humana.
Keith Moore and T. V. N. Persaud, The Developing Human: Clinically Oriented Embryology (6th ed. only) (Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1998):
"O desenvolvimento humano é um processo contínuo que inicia quando um oócito (óvulo) de uma fêmea é fertilizado pelo esperma (ou espermatozóide) de um macho"
"... mas o embrião começa a se desenvolver logo que o oócito é fertilizado" (p. 2)
"Zigoto: esta célula resulta da união de um oócito e um esperma. Um zigoto é o início de um novo ser humano (ou seja, um embrião)." (p. 2)
"O desenvolvimento humano inicia na fertilização, processo durante o qual o gameta masculino ou esperma (...) une-se com um gameta feminino ou oócito (...) para formar uma célula única, chamada zigoto. Esta célula altamente especializada e totipotente marca o início de cada um de nós como um ser individual" (p. 18)
William Larsen, Human Embryology (New York: Churchill Livingstone, 1997):
"Neste texto iniciamos nossa descrição do desenvolvimento humano com a formação e diferenciação das células femininas e masculinas ou gametas, que unir-se-ão na fertilização para iniciar o desenvolvimento embrionário de um novo indivíduo. (...) A fertilização ocorre nas Trompas de Falópio (...) resultando na formação de um zigoto contendo um único núcleo diplóide. Considera-se que o desenvolvimento embrionário inicia-se neste ponto" (p. 1)
"Este momento da formação do zigoto pode ser considerado como o início ou momento zero do desenvolvimento embrionário" (p. 17)
Ronan O'Rahilly and Fabiola Muller, Human Embryology & Teratology (New York: Wiley-Liss, 1994):
"A fertilização é uma etapa importante, pois, sob condições normais, um novo e distinto organismo humano é assim formado" (p. 5)
"A fertilização é o processo de eventos que inicia quando um espermatozóide faz contato com um oócito (...)" (p. 19)
"O zigoto (...) é um embrião unicelular" (p. 19)

Ou seja, a ciência, representada aqui pela Embriologia Humana, já sabe muito bem quando uma nova vida é iniciada: na concepção, na fertilização, que nada mais é que o encontro entre os gametas masculino e feminino. É neste exato ponto que a ciência pode dizer que há a formação de um novo ser humano.
Não existe dúvida quanto a isto, mas o que há atualmente é uma tentativa de politização da questão, criando-se figuras estranhas ao processo, tal como um estágio de “pré-embrião”, para que o aborto torne-se aceitável, mesmo nas primeiras etapas da gravidez.
Então, quando um abortista vier com um discurso de que não se sabe quando a vida começa como forma de preparar o terreno para sua defesa do aborto, é só dizer-lhe que a ciência já deu esta resposta há tempos e que ele deveria se atualizar. Se ele o fizer e não mudar de opinião, pode-se bem ver o quanto ele se importa com a vida humana. Mas se ele nem mesmo procurar se inteirar sobre o assunto, é para se perguntar quem afinal são os obscurantistas?”

http://contra-o-aborto.blogspot.com.br