quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O legado de Obama: fortalecimento do Irã e da Rússia


“Em 2 de dezembro, fontes da mídia da Arábia Saudita reportaram que aviões de guerra israelenses haviam voado sobre as Colinas de Golan, entrado no espaço aéreo sírio, e bombardeado uma instalação militar iraniana dentro da Síria.
A busca do Irã por domínio estratégico na região já vem de décadas. Nos últimos anos, o Irã foi ajudado por três eventos fundamentais: o caos causado pelo ISIS forneceu novas oportunidades para o intervencionismo iraniano; a incompreensível decisão da administração Obama de liberar 170 bilhões de dólares em recursos iranianos, e a interferência da administração Obama na Operação Cassandra, uma operação da inteligência americana dirigida contra o transbordo de drogas e dinheiro entre o Hezbollah e o governo comunista da Venezuela.
Tão obcecada estava a administração Obama com um “acordo” nuclear com o Irã que uma operação americana de grande escala destinada a deter a operação entre o agente terrorista do Irã e a ditadura comunista foi interrompida.
Para o Oriente Médio, o novo acordo com o Irã foi uma mudança no equilíbrio estratégico de poder em favor da busca iraniana por hegemonia. Para o resto do mundo, significou mais drogas nas ruas das cidades ocidentais e a ameaça de agentes iranianos na América Latina com passaportes venezuelanos.
Até mesmo o período de tempo para o adiamento da construção de uma arma nuclear não está acordado. O “acordo” em si jamais foi assinado. As instalações militares iranianas estão imunizadas contra inspeções.
Os efeitos tangíveis do acordo são a modernização das capacidades militares do Hezbollah na fronteira norte de Israel e do Hamas na fronteira sul. Como se os 150.000 foguetes que o Hezbollah tem apontados para Israel e seu apoio iraniano não fossem uma causa suficiente de preocupação, a obsessão da administração Obama com a produção de um acordo com o Irã permitiu que o Hezbollah se tornasse um jogador desimpedido e principal no comércio internacional de drogas.
Os agentes do Irã no Iêmen, os Houthi, estão ameaçando o governo do Iêmen e os sauditas. A embaixadora Nikki Haley mostrou ao mundo um foguete dos Houthi lançado em direção à Arábia Saudita levando todas as marcas de projeto e tecnologia iranianos.
Seja o que for que se pense da visão estratégica de Obama ou sua falta em relação ao Oriente Médio, a política permissiva voltada para as operações de droga do Hezbollah vai significar mais produto barato nas ruas dos centros das cidades da América.
Se não tivesse havido um golpe militar, a administração Obama teria tornado o Egito em um vassalo da Irmandade Muçulmana. O Egito agora se voltou para a Rússia.
Desde os Acordos do Sinai na esteira da Guerra de 1973, o objetivo da América tem sido manter os russos fora do Egito. O apoio de Obama à fundamentalista Irmandade Muçulmana à custa de direitos humanos pôs fim a mais de 40 anos de diplomacia americana altamente elaborada.
Em 28 de novembro, o Kremlin anunciou um acordo com o Egito que permitirá à Rússia construir bases aéreas em solo egípcio e usar o espaço aéreo egípcio. Foi uma retaliação pelo apoio da administração Obama a Mohammed Morsi, apoio que persistiu mesmo depois que o tirano foi deposto.
Como os sauditas, os egípcios estão preocupados com a desestabilização da região causada pelo Irã e pelo ISIS. Os egípcios não mais vêem a América como um aliado de confiança. A Rússia foi capaz de ganhar uma posição tanto do lado iraniano como do egípcio no abismo do Oriente Médio.
O próprio Presidente Obama finalmente reconheceu, durante seu último ano de mandato, que suas políticas na Líbia resultaram em um vácuo de poder preenchido pelas filiais do ISIS e permitiu que a Líbia se tornasse um canal para o fluxo sem fim de imigrantes para a Europa.
Obama estava tão focado em derrubar o ditador Muamar Khaddaffi que não tinha nenhum plano para o que fazer depois. Somente depois que o caos explodiu em sua cara é que ele percebeu o que havia criado.
O Oriente Médio sempre foi instável, mas Obama, em sua inépcia, tornou-o ainda mais. Consequentemente, centenas de milhares vão morrer em conflitos militares e outros ficarão desabrigados. Milhares serão provavelmente vendidos como escravos, tal como ocorre agora nos mercados de escravos ao ar livre na Líbia, algo que nem Khaddaffi teria tolerado.
O legado de Obama em relação ao Oriente Médio está escrito no sofrimento de seu povo, na guerra inevitável entre os agentes de Israel e do Irã, na reemergência da Rússia como mediadora na região, e nas drogas que vão fluir até os centros de nossas cidades com a interferência na Operação Cassandra.”
(Abraham H. Miller, Obama’s Legacy: Empowering Iran And Russia)

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