Marina Tsvetaeva: Andas, Pareces Comigo
Andas, pareces comigo,
Com os olhos abaixados.
Eu também os abaixava!
Passante, queira parar!
Leia – deixe seu buquê:
Botão de ouro, papoula –
Que me chamavam Marina
E quantos anos eu tinha.
Não ache que é um túmulo,
Que surgirei, assombrando…
Eu amei demais sozinha
Ria, quando não podia!
Sangue fluía na pele
E meus cachos enrolavam…
Eu, passante, também fui!
Passante, queira parar!
Pegue um galho selvagem
E depois uma amora:
Morango de cemitério
Não há maior nem mais doce.
Só não fique aí sombrio,
Cabeça baixa no peito.
Em mim pense levemente,
E me esqueça levemente.
Como luz te ilumina!
Coberto de pó de ouro…
– Que não te deixe confuso
Minha voz que vem da terra.
Tradução de Helder da Rocha