sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

O inverno demográfico


“Se as tendências atuais se mantiverem, não vamos ficar sem energia ou outros recursos naturais no futuro próximo. Vamos ficar sem pessoas. Essa catástrofe global será o resultado da fertilidade rapidamente declinante, conhecida como Inverno Demográfico.
Em 1960, no mundo inteiro, toda mulher em média tinha 5 filhos. Agora, esse número é 2.6 e está caindo – em outras palavras, um declínio de quase 50 por cento em pouco mais de 50 anos. Hoje, 59 países com 44 por cento da população mundial têm fertilidade abaixo da reposição. Muitas nações desenvolvidas têm taxas de fertilidade de 1.5 ou menores, sendo necessária uma taxa de 2.1 para somente repor a população atual.
Isso não aconteceu espontaneamente. O Inverno Demográfico é o resultado direto da Revolução Sexual – que começou a aparecer no final dos anos 60, quando, não por coincidência, as taxas de nascimento começaram a cair.
O dogma da Revolução Sexual – que se transformou em sabedoria social enraizada no Ocidente – pode ser resumido como segue:
1. O sexo é o aspecto mais importante da existência;
2. Quando o sexo é consensual, é sempre bom;
3. O principal propósito do sexo é o prazer, não a procriação ou a expressão física do amor;
4. O principal propósito da vida é o prazer;
5. As inibições levam a neuroses e devem ser superadas;
6. O sexo não tem nada a ver com a moralidade; e
7. O sexo deveria ser não apenas livre de culpa, mas livre de conseqüências – daí a contracepção, daí o aborto, daí o abandono do casamento.
Os profetas da Revolução Sexual incluem Sigmund Freud, “pesquisadores” como Alfred Kinsey e Masters e Johnson, pornógrafos como o fundador da Playboy, Hugh Hefner, e feministas como Margaret Sanger, Betty Friedan e Simone de Beauvoir. Nos Estados Unidos, a Revolução Sexual é liderada por grupos como a Planned Parenthood [Planejamento Familiar], a National Organization for Women [Organização Nacional pelas Mulheres], a (homossexual) Human Rights Campaign [Campanha pelos Direitos Humanos], e o Sexuality Information and Education Council of the U.S (SIECUS) [Conselho de Informação e Educação sobre Sexualidade dos EUA].
O impacto da Revolução Sexual sobre a fertilidade não pode ser subestimado.
Pela primeira vez na história, pouco menos da metade da população mundial em idade fértil faz uso de alguma forma de controle de natalidade. Em 2015, o mercado de contraceptivos vai gerar uma renda estimada de 17.2 bilhões de dólares por ano.
De forma espantosa, isso é financiado por governos, empresas e agências de ajuda internacionais. Outras espécies se extinguiram. A nossa pode ser a primeira a financiar sua própria extinção.
No mundo inteiro, há aproximadamente 42 milhões de aborto por ano. Isso é mais do que o dobro do número de militares mortos na Segunda Guerra Mundial.
De um ponto de vista demográfico, não estamos apenas perdendo 42 milhões de pessoas anualmente, mas também seus filhos, netos e outros descendentes através dos tempos. Estamos, literalmente, abortando nosso futuro.
A fuga do casamento afetou a fertilidade ainda mais profundamente do que os contraceptivos. Na França, em 2010, mais pessoas começaram a viver juntas do que casadas.
Nos Estados Unidos, em 1960, 59 por cento das pessoas entre 18 e 29 anos de idade (os que estavam no ápice de seus anos férteis) estavam casados, em comparação com apenas 20 por cento hoje.
Outrora uma realidade central da existência, o casamento está se tornando cada vez mais opcional. Em seu lugar veio a coabitação, as relações casuais e os nascimentos fora do matrimônio. Não surpreende que menos casamentos – especialmente os contraídos mais cedo – resultem em menos filhos.
Assim como o Inverno Demográfico é o resultado da Revolução Sexual, esta é o resultado do que se chama Marxismo Cultural – um movimento associado com Antonio Gramsci, a Escola de Frankfurt e Herbert Marcuse.
O Marxismo Cultural foi sua resposta ao fracasso da revolução mundial após a Primeira Guerra Mundial. Gramsci acreditava que família e igreja davam aos trabalhadores o que os comunistas chamavam uma “falsa consciência de classe” que os fazia imunes aos encantos do Marxismo.
A solução, então, era destruir a família e a religião – e que melhor meio de fazê-lo do que promover a licenciosidade sexual e uma sociedade orientada ao prazer irrefletido e longe de lareira e lar?
Embora não haja prova de que a fertilidade dramaticamente declinante seja o que o Marxismo Cultural desejava, é a conseqüência natural de se criar uma sociedade altamente erotizada onde a família é vista como um obstáculo à satisfação pessoal e as crianças, como um fardo.
Não encontraremos a saída da floresta do Inverno Demográfico até que a Revolução Sexual seja destruída – seus profetas, desmascarados e seu dogma, ridicularizado.
Em última análise, a Revolução Sexual tem a ver com morte – aborto, contracepção, doenças sexualmente transmissíveis, pornografia e promiscuidade, em lugar de casamento, fidelidade, procriação e responsabilidade.
Para combatermos tanto a Revolução Sexual quanto o Inverno Demográfico, devemos abraçar uma filosofia de vida. Pois não nos diz a Bíblia: “ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a tua posteridade”?”
(Don Feder, The Only Way to Beat Our Demographic Crisis Is to Confront the Sexual Revolution)