sábado, 1 de agosto de 2015

A idolatria moderna

“Quem recusa reconhecer ou amar a Deus, fatalmente reconhece ou ama a um fetiche: as épocas pouco religiosas são as mais supersticiosas e idólatras. E a idolatria leva ao fanatismo. Deus é uno, mas os ídolos podem ser infinitos, e cada homem fabrica o seu. O fanatismo implica intolerância, violência e guerra de ídolos contra ídolos, de fanáticos contra fanáticos; daí a falta de respeito recíproco e a conseguinte “impiedade” contra tudo e todos e a negação da liberdade. A sociedade moderna é idólatra – o laicismo é sempre idolatria -, é fanática e intolerante de extrema intolerância... A identificação do conhecer humano com o Absoluto, da verdade com o pensamento em seu devir, do ser com o pensar, comporta, como já se foi dito, a dissolução de Deus no homem, a divinização do homem, a absolutização do princípio da subjetividade, a redução de Deus-Homem ao Homem-Deus, a conversão da teologia em antropologia, que implica em nada dizer sobre o ser do homem e sobre o ser de Deus. Assim, a divindade do mundo moderno foi, sucessivamente, a Ciência, a Humanidade, a Filosofia, a Economia, a História etc.; sempre um ídolo; um mito mundano e laico chamado a se colocar no lugar de Deus”.
(Michele Federico Sciacca, L'ora di Cristo)

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