sexta-feira, 3 de abril de 2015

O horto de Getsêmani na paixão da Igreja

“Hoje mais do que nunca na história da História, isto é, a que tem por dono e senhor o Senhor da Criação toda, os acontecimentos parecem demonstrar quase sem dar lugar a dúvidas que a Grande Apostasia referida na carta aos Tessalonicenses prévia à aparição do Homem da Iniqüidade está presente.
No horto de Getsêmani, nosso Senhor, ao assinalar abatido que sua alma tinha uma tristeza de morte, pediu aos apóstolos que o acompanhavam: “Ficai aqui e velai comigo. Rezemos para não cair em tentação.” Contudo em nossos tempos, à semelhança daqueles, nossa atitude se assemelha à de Pedro, João e Tiago que, não entendendo a gravidade do momento apesar das claras advertências de seu Divino Mestre, dormiram.
É que a cotidianidade da convivência com o mal, com a perversidade em todas suas formas possíveis, e sobretudo com o esfriamento da caridade na Igreja nos fez tomar a atitude da rã esquentando-se em fogo lento, acostumando-nos aos poucos ao aquecimento da água, até chegar o momento em que tentar reagir será quase impossível.
Deste modo os Think Tanks da Nova Ordem Mundial trabalharam incansavelmente para fazer da população mundial, por um lado, uma massa tão oprimida que seria capaz de fazer qualquer coisa em troca de um pouco de pão e até de água, e por outro lado, no homem pós-moderno, gerar um estado de relaxamento e apatia tal, de maneira que nos tornemos as rãs antes mencionadas.
Hoje observamos impassíveis as terríveis matanças que se levam a cabo em muitos lugares do mundo; em alguns lugares, perpetradas por fanáticos islâmicos, em outros, com o objetivo de impor-lhes a “deusa democracia” dizendo-lhes como notava o Pe. Castellani: “faz-te livre ou te mato”, e outras, como o caso da Ucrânia, nas quais se pretende cercear países com o ânimo de “ajudar seus habitantes a decidir livremente a que nação querem pertencer”. Isto olvidando o imensíssimo genocídio perpetrado pela Rússia na Ucrânia no Holodomor, onde foram mortos de fome 10 milhões de pessoas em um fato historicamente comprovável e não como outros pretensos “holocaustos” aos quais tanto culto rendem nossos falsos pastores. E tudo isto precisamente com a vênia e o financiamento da alta finança judia e com o trabalho intelectual de abrandamento intelectual e espiritual da Franco-Maçonaria, hoje também enquistada nas altas hierarquias eclesiásticas.
Porém, apesar de ver como se preparam imensos exércitos e se realizam exercícios em grande escala, ou de como se posicionam os sistemas de defesa e de ataque das grandes potências nucleares em estado de alerta máximo, continuamos pensando que a possibilidade de uma 3ª Guerra Mundial não só é longínqua, mas que caso aconteça provavelmente não nos vai afetar, enquanto continuamos tranqüilos vendo nossas judaicas e promíscuas séries favoritas de televisão em HD, com nossa calefação ou refrigeração gerando o âmbito de conforto adequado para desfrutar dos benefícios do mundo moderno.
E uma das técnicas destes arquitetos da pós-modernidade para fazer com que nos sintamos tão tranqüilos é fazer com que nos esqueçamos de Deus, e isso se consegue com mais efetividade não pregando a falta d'Ele, mas tergiversando e desnaturalizando a noção do mesmo.
E ao considerar que Deus é tão misericordioso que não pode condenar ninguém eternamente, a conseqüência lógica é que não se faça nenhum esforço para alcançar a vida eterna. Recordemos Bergoglio dizendo: “O caminho da Igreja é o de não condenar ninguém eternamente”. E assim em várias oportunidades sustentou que os que pretendem ser santos são hipócritas, já que aparentemente, na nova concepção do homem, este ao pretender viver uma vida virtuosa quer ser diferente, e até melhor que os demais em um ato de terrível e imisericordiosa soberba anti-igualitarista, proposta essencialmente oposta à imposta pela deusa democracia, hoje idolatria oficial na neo-igreja e nos países do mundo inteiro. Diz-nos conseqüentemente o “bispo de Roma”: “O lugar privilegiado para o encontro com Jesus Cristo são os próprios pecados”, tergiversando as palavras do apóstolo que disse: “prefiro gloriar-me de minhas fraquezas” (II Cor 12; 9-10) que bem entendido implica que aos débeis e pequenos são dadas as ferramentas necessárias para vencer precisamente estes pecados através da graça, mas não convalidá-los em suas desviadas condutas, como parece pretender Bergoglio ao juntar-se sempre com promotores de vícios nefandos a quem nunca chama a deixar sua vida de pecado, mas a quem em vez disso diz: “quem sou eu para julgar?”.
O que resulta evidente é que a antropocêntrica neo-igreja propõe o vicioso como paradigma de quem pratica uma “virtude de humildade” já que é “sincero” com sua condição de pecador e se “gloria de seus pecados”, diferente de quem pretende viver virtuosamente, ao qual se chama de hipócrita, já que nem sempre faz o que prega e a quem se censuram as quedas, sem ter em conta seus esforços por levantar-se.
Há pouco escutei dizer que não se pode questionar o “papa” porque não somos protestantes, mas que acontece quando é esse “papa” quem promove o protestantismo? Podemos recordar que o vaticano vai participar oficialmente na “celebração” dos 500 anos da Reforma Protestante ou quando Bergoglio disse que para conseguir a união dos “cristãos” (entenda-se corretamente “hereges protestantes”), devemos “deixar de lado questões polêmicas ou apologéticas” e “refinadas discussões teóricas”, entre muitíssimas outras citações e situações similares.
E tornando ao tema do pecado, estas propostas de Bergoglio resultam coerentes com sua lógica sincretista, já que para o luteranismo a salvação não encontra obstáculo em nenhum tipo de viciosas condutas desde que se realize um ato de fé interior, embora se permaneça no pecado. Mas o “bispo de Roma” vai além do protestantismo e leva esta salvação automática a todo tipo de seitas e até aos ateus aos quais se disse que não precisavam crer em Deus para salvar-se, somente “fazer o bem”, tornando completamente desnecessária a Graça Divina e por conseguinte a evangelização, substituindo-a pelo “diálogo e cultura do encontro”.
Apesar destas tristes realidades da oficialidade eclesiástica, não podemos deixar de pregar a verdade evangélica dos novíssimos e a eternidade da “glória” e do inferno, recordando a visão de São João Bosco em suas visões daquele último, em cuja porta havia um cartaz que dizia: “Ubi non est redemptio!”, ou seja, “Aqui não há redenção!”. Isto como um dever essencial de caridade para prevenir os pecadores da necessidade da conversão e do arrependimento para não “serem arrojados ao inferno, ao fogo inextinguível, onde o verme que os rói nunca morre, e o fogo nunca se acaba” (Mc. 9; 45-45).
Relata a beata Catarina Emmerick que na agonia do horto se apresentaram a Jesus as ingratidões dos homens pelos quais Ele se oferecia como vítima expiatória; como através dos tempos sua Igreja se veria inundada de heresias, pela corrupção, frieza e malícia de um infinito número de cristãos, pela mentira e astúcia de doutores orgulhosos, pelos sacrilégios de todos os sacerdotes viciosos, a abominação e a desolação no santuário de Deus. Assinalou a beata: “Jesus viu todos; chorou por eles; quis sofrer por todos os que não o vêem e que não querem levar sua Cruz com Ele à cidade edificada sobre a pedra, à qual foi dado o Santíssimo Sacramento e contra o qual as portas do Inferno não prevalecerão nunca”; e continua relatando: “Jesus Cristo, o Filho do Homem, lutava e juntava as mãos; caía como sobrecarregado sobre seus joelhos e sua vontade humana travava um combate tão terrível contra a repugnância de sofrer tanto por uma raça tão ingrata, que o suor de sangue caía de seu corpo em gotas sobre o solo”.
Por tudo isto, longe de exaltar nossos pecados, não podemos deixar de sofrer por eles, sabendo que Nosso Senhor padeceu imensamente no Horto de Getsêmani ao ter que carregar os mesmos, para expiar em sua natureza humana ditos pecados, apesar de Ele mesmo estar isento deles. E nesta hora de trevas para a humanidade toda e para a Igreja, longe de sentirmo-nos satisfeitos de nós mesmos, estejamos em vez disso preparados para a Grande Tribulação, e desta vez sim atentemos à recomendação de Nosso Senhor ao nos advertir: “Velai e orai para que não caiais em tentação, pois embora o espírito esteja disposto, a carne é fraca” (Mt. 26, 41).”

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