domingo, 5 de outubro de 2014

Beleza é inteligibilidade

“A BELEZA é inteligibilidade, acima de tudo.
Todas as suas demais notas, como proporção, harmonia entre as partes do todo, integridade, unidade, etc., dependem deste radical ponto arquimédico cognoscitivo.
Um dos dramas de sociedades decadentes, como a nossa, é não entenderem o esplendor da beleza. É estarem imersas entre coisas belas e, ainda assim, serem apáticas.
Quando o homem se torna impermeável à beleza, é porque o seu espírito morreu. A ressuscitação passa, pois, por uma completa reeducação da inteligência — que precisa abrir os olhos para os entes reais. A começar pela natureza.
Muitíssimo poucas pessoas compreendem que qualquer reforma política está fadada a um fracasso maior ou menor se a sociedade não estiver educada para apreciar o belo, em suas principais instâncias: do belo moral ao belo artístico; do belo político à fonte de todas as belezas — que tem alcance litúrgico e é, pois, sacra.
O que gerou a situação contemporânea foi a corrupção do ótimo ("corruptio optimi pessima est", diz o ditado latino), e o ótimo é o espiritual.
Portanto, mais e melhor faz quem combate a corrupção da religião do que quem combate a corrupção da política.”
(Sidney Silveira, em postagem no Facebook)