segunda-feira, 14 de julho de 2014

Em todas as nossas ações é a intenção o que Deus busca

“Tem o mundo muitos pobres de espírito, mas de modo não-conveniente; e muitos que choram, mas por ter perdido as riquezas ou os filhos; e muitos mansos, mas para com as paixões impuras; e muitos que têm fome e sede, mas de roubar as coisas alheias e de ter ganhos da injustiça; e muitos compassivos, mas para com o corpo e as coisas do corpo; e puros de coração, mas por vanglória; e pacíficos, mas que submetem a alma à carne; e muitos perseguidos, mas porque são imorais; e muitos desprezados, mas por causa de pecados vergonhosos. Bem-aventurados, em contrapartida, são somente aqueles que fazem e sofrem tais coisas por Cristo e conforme a Cristo. Por quê? Porque deles é o reino dos céus, e porque eles verão a Deus etc. E, assim, são bem-aventurados não porque fazem ou sofrem tais coisas – também aqueles outros fazem [ou sofrem] tais coisas – mas porque as fazem e sofrem por Cristo e conforme a Cristo.
Em todas as nossas ações é a intenção o que Deus busca, como se disse muitas vezes, ou seja, se fazemos isto ou aquilo por Ele ou por qualquer outro motivo. Quando queremos realizar algo bom, tenhamos por fim não o desejo de agradar aos homens, mas o desejo de agradar a Deus, a fim de que, olhando sempre para Ele, façamos tudo por Ele, para que, conquanto suportemos a fadiga, não percamos a recompensa.”
(São Máximo, o Confessor, Terceira Centúria sobre a Caridade)

Tradução de Carlos Ancêde Nougué e Clarice Rodrigues