quinta-feira, 8 de setembro de 2011

As portas do inferno contra a família

“O movimento feminista moderno teve sua origem nos Estados Unidos, quando da publicação do livro “The Feminine Mystique” (O Mito da Feminilidade), de autoria de Betty Friedan, que muitos consideram “A Mãe” do atual movimento feminista. Ao adotar a nova filosofia do “eu primeiro”, ela propôs às mulheres que somente poderiam sentir-se “verdadeiramente realizadas” e felizes se alcançassem vitórias fora do lar, e que ser esposa e mãe era o mais indigno e degradante de todos os trabalhos que a mulher poderia realizar.
O novo feminismo chegou à conclusão de que a mulher somente poderia chegar ao máximo potencial caso se liberasse da “carga” da maternidade. O primeiro passo era que aceitassem como prioridades novos objetivos materialistas e egocêntricos. As feministas buscaram o modo de remover todos os “obstáculos” para poder triunfar, e entre esses se encontrava a possibilidade de uma gravidez que podia interromper a obtenção de triunfos no mundo dos homens. Como as novas feministas buscavam a igualdade com o homem e a capacidade de ser mãe é precisamente o que mais distingue a mulher do homem, a maternidade se transformou para elas no maior obstáculo. A partir de então a sexualidade e a reprodução já não foram consideradas pelas feministas radicais como dons de Deus; os filhos passaram a ser vistos como uma carga e não uma bênção, e as relações sexuais sem medo da gravidez como um “direito” absoluto. Por isso as novas feministas começaram a exigir, primeiro, o “direito” à contracepção e, mais tarde, seguindo o mesmo raciocínio falso, o aborto a qualquer momento e por qualquer motivo.
Um resumo da teoria de Friedan seria o seguinte:
1. Uma revolução social, uma reforma da imagem feminina deve acontecer, para que não haja conflitos de satisfação sexual.
2. A cultura existente não permite à mulher ser um ser humano pleno.
3. A personalidade humana deve se desenvolver sem regras morais ou religião.
4. O matrimônio não é uma vocação.
5. Ser esposa e mãe é um “papel”.
6. O conceito cristão de feminilidade deve ser descartado.
7. A mãe que trabalha é melhor mãe que as 100% dedicadas aos filhos.
8. A mulher deve enfrentar os “preconceitos religiosos”.
9. A religião usa “a técnica manipuladora da psicoterapia” para que a mulher não se libere; o inimigo a vencer e a destruir é a Igreja Católica.
10. Que fazer para destruir a Igreja? Surge o feminismo espiritual – e é aqui que se encontra a base das exigências das mulheres a respeito do sacerdócio, em uma idéia errada do feminismo religioso – segundo o qual o conceito de liberdade deve incluir uma reforma a favor da ordenação das mulheres sacerdotisas. É por isso que se acusa a Igreja de ser sexista e patriarcal.
Uma ideologia marxista
No começo da década de sessenta, a mulher norte-americana começou a batalha para adquirir os mesmos direitos dos homens, o mesmo acesso à educação e o mesmo salário pelo mesmo trabalho, metas valiosas que continuam sendo respaldadas hoje em dia pela grande maioria das mulheres. Porém, no final daquela década, esse mesmo movimento passou às mãos de um grupo radical que adotou a análise marxista de poder e transformação social.
Em seu livro “The Dialectic of Sex” (A Dialética do Sexo), a feminista radical Shulamith Firestone aplicou a ideologia marxista clássica às relações entre os gêneros. Segundo a ideologia marxista, a família patriarcal foi a primeira opressão e a causa de todas as demais opressões. Essa ideologia propunha então a eliminação da propriedade privada (para debilitar a base econômica da família encabeçada pelo pai), a legalização do divórcio, a aceitação dos filhos ilegítimos, a integração de toda mulher na força laboral, o estabelecimento de creches grátis 24 horas por dia e a eliminação da religião, para assim (misturando diversos aspectos, nem todos necessariamente maus) destruir a família e eliminar as classes e demais forças “opressoras”.
Contudo, segundo Firestone, Marx não foi às últimas conseqüências de seu argumento. Se a família é a causa de toda opressão, então é necessário, dizia, atacá-la diretamente. De acordo com sua análise, é na família que os filhos ficam expostos pela primeira vez ao dualismo de classes. Na figura do pai os filhos vêem a classe opressora, que se beneficia do trabalho (reprodução) da classe oprimida, a “mãe”. Os “filhos” são a classe mais oprimida. Portanto, os filhos nascidos em famílias tradicionais, segundo Firestone, estão socialmente condicionados a aceitar a distinção de classes.
Firestone entendia claramente que sua guerra era uma guerra contra a natureza e, embora reconhecesse que a família está enraizada em realidades biológicas, como o fato de que somente a mulher pode engravidar, ainda assim acreditava que a mulher poderia conseguir sua “liberação”. Isso se faria através: 1) da absoluta revolução sexual de classes, não somente através da eliminação do privilégio masculino, mas também eliminando a distinção mesma do sexo; 2) do absoluto “controle da reprodução” da mulher, incluindo o aborto a qualquer momento e por qualquer motivo; 3) da total liberação sexual, que inclui o direito absoluto do indivíduo de ter relações sexuais com outros indivíduos sem importar a idade, o número de pessoas, o estado civil ou as relações familiares (incesto) ou o gênero. Alguns estimam que 40% das mulheres que compõem o movimento feminista são lésbicas.
Os direitos das lésbicas
Como se isso não bastasse, constatou-se como o atual movimento feminista fez dos direitos das lésbicas uma de suas prioridades principais, incluindo o de adotar filhos e constituir família, com todos os direitos legais dos quais a família tradicional desfruta. Em 1998, durante a Conferência Nacional dos Direitos das Lésbicas, patrocinada pela principal organização feminista dos Estados Unidos, a “N.O.W” (Organização Nacional da Mulher), a referida instituição não somente adotou os direitos das lésbicas como prioridade, como seus dirigentes afirmaram em uma publicação oficial de tal instituição: “Toda mulher deve estar disposta a identificar-se como lésbica, se for uma verdadeira feminista... mulher nenhuma está livre para ser mulher até que todas as lésbicas tenham a liberdade de ser lésbicas.”
As lésbicas, que não podem conceber, aceitaram ajudar as mulheres heterossexuais a exigir seu “direito ao aborto” e, uma vez obtido este, a conservá-lo a todo custo. Em troca dessa ajuda, as feministas heterossexuais pró-abortistas se comprometeram a lutar pelos “direitos” das lésbicas. Estabeleceu-se uma “aliança” que bem poderia ter sido planejada no próprio inferno.
Uma das organizações militantes mais radicais de homens homossexuais, “AIDS Coalition to Unleash Power” (Coalição da AIDS para Desencadear o Poder), oferece às pró-abortistas a ajuda de seus membros contra os que protestam contra o aborto em frente às clínicas, em troca do apoio das feministas na campanha de terror dirigida contra as igrejas nos Estados Unidos. Em muitos casos, os homossexuais e as lésbicas ativistas, segundo se noticiou, são os mais violentos defensores do aborto, dão pontapés, cospem ou mordem os que vão aos centros de aborto manifestar sua oposição a este. A coalizão de homossexuais já mencionada ganhou fama quando seus membros se uniram aos pró-abortistas para gritar insultos e obscenidades aos paroquianos que foram à missa de 10 de dezembro de 1989 na Catedral de São Patrício em New York. Quando começou o sermão do cardeal John O'Connor, os homossexuais interromperam a celebração da Santa Missa, pondo-se de pé nos bancos, gritando, levantando os punhos ameaçadoramente e atirando preservativos ao altar. Um dos ativistas homossexuais apoderou-se da comunhão, rompeu a hóstia em duas e a atirou ao chão.
Estas são algumas das causas que levaram à crise da sociedade, minando o sagrado seio da família, que se converteu verdadeiramente em uma das instituições mais atacadas por Satanás.”
(Luis Eduardo López Padilla, Movimiento Feminista vs. Familia)