sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O papa que excomungou a Tradição

“João Paulo II foi o papa do Vaticano II, o concílio que introduziu uma ruptura com o passado da Igreja pela primeira vez em sua história. Ele desenvolveu, segundo a análise do Pe. Johannes Dörmann, a estranha teologia que propaga a idéia da salvação universal (e conseqüentemente de um inferno vazio). Ele apresentou todas as religiões como meios de agradar a Deus, especialmente com gestos ecumênicos espetaculares como o de Assis em 1986. Ele foi o primeiro papa a visitar uma sinagoga e uma mesquita. Lá não apenas não pregou Jesus Cristo, como deixou entendido que essas religiões que negam explicitamente a mediação de Nosso Senhor Jesus Cristo podem ser agradáveis a Deus. Além disso, ele beijou em público o Corão, manifestando seu respeito por um livro que nega a divindade de Jesus Cristo e apresenta um homem anquilosado em seus vícios como mensageiro de Deus; e enfiou uma mensagem de arrependimento no Muro das Lamentações em Jerusalém, como se fosse Isaac o perseguidor de Ismael e não o contrário. Novamente ele manifestou seu arrependimento no ano 2000 por todo o passado glorioso da Igreja, especialmente as cruzadas. Seria também necessário citar seus excessos em inculturação – ele aceitou participar de cultos pagãos e misturou-os com o ritual católico; sua moralidade descentrada, baseada na dignidade do homem e não mais na lei de Deus; sua propagação de um catolicismo superficial, principalmente durante as Jornadas Mundiais da Juventude; o exagerado número de viagens, de beatificações e de canonizações (ele canonizou mais santos do que todos seus predecessores juntos); sua gestão liberal, permitindo a propagação de movimentos duvidosos ou escandalosos (por exemplo, ele tinha uma grande admiração pelo Pe. Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo); e assim por diante.
Doravante todos podem ver por si mesmos os frutos desse pontificado: a apostasia das nações cristãs e a autodemolição da Igreja.
Se se busca a origem de todos esses erros, encontra-se imediatamente o abandono da Tradição em favor de uma “nova teologia” neomodernista, que tem sido amplamente analisada nestas colunas.
Na verdade, João Paulo II passará para a história da Igreja como o papa que excomungou o Arcebispo Lefebvre e com ele a Tradição bimilenar da Igreja. Essa mancha em sua reputação é indelével. E se, Deus o livre, a beatificação e a canonização de João Paulo II se realizarem, será necessário rezar para que Deus encurte a paixão de Sua Igreja e faça surgir um verdadeiro pastor que anulará esse ato escandaloso e restaurará a Tradição a seu lugar de honra.”
(Sel de La Terre, Primavera de 2011)