sábado, 30 de abril de 2011

Mons. Richard Williamson e a beatificação de João Paulo II

“No 1º de maio, daqui a poucas semanas, João Paulo II será declarado “Beato” por Bento XVI em meio a uma grande celebração na Praça de São Pedro em Roma. Mas os Católicos fiéis à Tradição sabem que João Paulo II, enquanto grande promotor da Igreja Conciliar, foi também um eficaz destruidor da Igreja Católica. Então como pode ser proclamado “Beato”, último passo para ser canonizado, quando as canonizações da Igreja são infalíveis? A resposta rápida é que João Paulo II não será beatificado como Beato Católico através de uma beatificação Católica na Igreja Católica, mas como um “Neobeato” através de uma “Neobeatificação” da “Neo-Igreja”. E os “Neoprelados” são os primeiros em proclamar a novidade, e os últimos a reclamar infalibilidade, pelo que fazem.
Ilustremos a natureza da Neo-Igreja através de uma comparação obtida da vida moderna. A gasolina pura (benzina, nafta) cheira, tem sabor e se comporta como gasolina. Ela pode fazer funcionar um automóvel. A gasolina misturada com apenas um pouco de água ainda pode ter cheiro e sabor de gasolina, mas já não se comporta como gasolina – não se a pode usar para fazer funcionar um automóvel. A água lhe retirou a capacidade de combustão.
A gasolina pura se compara com o Catolicismo puro – altamente combustível! A água pura em nossa comparação é como o humanismo secular puro, que será a Religião Global, sem traço algum de Catolicismo nela. Ora, o Catolicismo e o humanismo se mesclaram no Concílio Vaticano II e em seus 16 documentos. Assim é que o Conciliarismo, o Novo Catolicismo, pode ainda ter cheiro e sabor de Catolicismo, a ponto de fazer com que os “bons Católicos” esperem que as beatificações Conciliares se ponham no caminho da infalibilidade, assim como faziam as beatificações da Igreja pré-Conciliar, mas na realidade uma pequena mistura de humanismo secular foi suficiente para que o Catolicismo deixasse de funcionar, assim como não se necessita de muita água para que a gasolina já não entre em combustão.
Desta forma, as novas beatificações para os olfatos Católicos desprevenidos podem ter o sabor e o cheiro das beatificações Católicas, mas quando examinadas mais detidamente, resta claro que as novas beatificações não são de modo algum a mesma realidade. Um exemplo famoso: uma beatificação Católica anteriormente exigia dois milagres distintos, enquanto que a Neobeatificação exige apenas um. E as regras da Neobeatificação estão significativamente relaxadas em algumas outras formas também. Portanto, nenhum Católico deve esperar outra coisa que um Neobeato surgindo de uma Neobeatificação. João Paulo II foi de fato um “Beato” do Concílio.
O que engana os Católicos são os elementos de Catolicismo que ainda permanecem na Igreja Conciliar. Mas assim como o Vaticano II foi planejado para substituir o Catolicismo (gasolina pura) com o Conciliarismo (gasolina-água), assim o Conciliarismo foi planejado para abrir caminho ao que podemos denominar de Religião Global (água pura). A procissão vai de Deus até o Neodeus e do Neodeus ao Não-deus. Hoje em dia temos a Nova Roma impulsionando o Neodeus do Vaticano II com Neobeatos que lhe correspondam, mas não passará muito tempo até que verdadeiros criminosos sejam os “Beatos” do Não-deus.
Contudo, o verdadeiro Deus não deixará que aquelas ovelhas que não queiram ser enganadas o sejam. Nem abandonará uma só alma que não O tenha abandonado antes, disse Santo Agostinho. Citação maravilhosa!”
(Dom Richard Williamson, F.S.S.P.X, Newchurch, Newblesseds)