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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Da proibição do véu islâmico

“Alguns tolos na Direita rejubilam quando em França se proíbe o uso do véu islâmico. Julgam eles que essa é uma medida em prol das nacionalidades e da civilização europeia. Enganam-se. A República que proíbe o uso do véu islâmico é a mesma República que proíbe o uso de crucifixos. Por isso, tais medidas anti-véu não são feitas em favor das pátrias e da tradição católica da Europa. São feitas em favor da república, do laicismo, da maçonaria, e visam neutralizar o "extremismo" para favorecer um "moderantismo" bastardo e aglutinador.
Lembrem-se, direitistas, que o uso de véu ou de lenço na cabeça, não é algo anti-europeu. Pelo contrário, se observarem como vestiam os nossos antepassados, concluirão que as modas modernas é que são anti-europeias."

http://accao-integral.blogspot.com.br

domingo, 23 de setembro de 2018

Os católicos liberais e a falência do estado laico


“Diante do avanço da legislação anticristã no Brasil, as lideranças dos diversos grupos religiosos estão em busca de um entendimento para empreender uma reação comum e impedir a aprovação de leis que agridem a consciência moral da imensa maioria da população brasileira. Em princípio, essa atitude poderia ser compreensível e louvável, contanto que observadas todas as regras da prudência para afastar qualquer perigo de um falso ecumenismo e irenismo.
Mas há uma coisa que merece reparo nessa frente ampla das “religiões” contra as forças maçônicas a serviço do Reino do Anticristo e da Sinagoga de Satanás. É que no embate com o inimigo, quando este defende sua plataforma política contra o Direito Divino e Natural e recusa uma interferência das religiões nos debates em curso no Congresso Nacional argumentando que o Estado brasileiro é laico, os representantes da frente ampla das religiões, principalmente os católicos liberais, saem em defesa do Estado laico dizendo que os verdadeiros inimigos deste são os políticos ateus ou agnósticos que se mostram intolerantes e incapazes de manter um diálogo democrático com seus adversários.
Dizem também os parlamentares da frente ampla das religiões que os seus adversários estão esquecidos de que o Brasil não é um Estado ateu, visto que no preâmbulo da Constituição Federal se diz que os representantes do povo brasileiro promulgam a carta magna sob a proteção de Deus. E argumentam que Estado laico significa que o Estado não sofre uma incidência direta das instituições religiosas em sua organização.
Na minha opinião, toda essa arenga é um paralogismo, se não for, de fato, um sofisma.
Com efeito, a invocação de Deus é anulada pelo princípio da soberania popular consagrado nas constituições de todas as repúblicas modernas nascidas da Revolução Francesa. Deus, nas constituições modernas, não significa nada, ainda mais quando se sabe que, conforme o direito político moderno, o Estado resulta de um contrato social. Soberano é o indivíduo que se põe no lugar de Deus. Não prevalece o princípio de que Deus criou o homem como ser naturalmente social.
Como deputados constituintes, os representantes do povo não declaram que querem organizar o Estado conforme a lei de Deus ou da santa religião. Portanto, a invocação de Deus (ou do Grande Arquiteto) na Constituição Federal não passa de um artifício para selar um compromisso político ou tranquilizar as consciências que ainda tenham algum sentimento religioso.
Quanto à argumentação de que Estado laico significa apenas que o Estado não sofre incidência direta das instituições religiosas em sua organização, os erros implicados nesta afirmação são mais insidiosos e difíceis de ser compreendidos pelas pessoas mais simples.
Neste ponto, os católicos liberais agem com manifesta má-fé. Porque querem dizer que Estado laico se opõe a Estado teocrático, ou seja, o Estado dominado por uma casta sacerdotal. Isto é falso. O Estado laico (condenado reiteradamente pelo magistério da Igreja e aceito pelo Vaticano II), opõe-se, na história do ocidente, ao Estado confessional, sempre defendido pela Igreja como o único Estado legítimo, conforme o plano de Deus que criou o homem para viver como membro de duas sociedades perfeitas, distintas, mas em harmonia: a sociedade civil e a sociedade eclesiástica, aquela subordinada a esta, indiretamente, nas questões de interesse para a salvação eterna. Estado confessional não é a mesma coisa que estado teocrático.
Ao contrário, o argumento dos católicos liberais da frente ampla das religiões reduz a Igreja a uma instituição de direito privado que teria direito, como qualquer outra instituição, a fazer-se ouvir no Congresso Nacional. Será que esses católicos liberais não sabem que a lógica do Estado laico é que a religião é assunto privado e a tal âmbito deve restringir-se e que o Estado só cuida da esfera pública, ou seja, daquilo que é do interesse de todos enquanto membros do Estado laico, não enquanto católicos, evangélicos, judeus, muçulmanos, espíritas etc?
Na verdade, o que falta aos católicos liberais é a honestidade de reconhecer que o Estado laico é uma agressão contra a sociedade civil majoritariamente católica, porque é um ordenamento jurídico, uma estrutura burocrática, que se sobrepõe à sociedade não para servi-la mas para oprimi-la.
Não procede o argumento de que Estado laico significa dizer que o Estado não manda na Igreja e a Igreja não manda no Estado, mas que tal separação não impede que haja colaboração e boa convivência entre ambas as esferas.
Acabo de ler um artigo interessantíssimo do The Economist (traduzido pel’O Estado de S. Paulo) a respeito da expansão do Islão sobre a Europa e os vários problemas surgidos. A matéria diz que o Reino da Bélgica (que adota o modelo de Estado laico propugnado pelos católicos liberais) subsidia o culto e o ensino religioso nas escolas públicas e o Islão tem sido beneficiado: mais de metade dos imãs é remunerada pelo governo e metade das crianças belgas opta por aulas do Corão! A França, mais fiel à tradição republicana de um laicismo radical que estabelece uma separação total entre religião e estado, vê-se agora obrigada, pelas palavras do primeiro-ministro Manuel Valls, a promover o estudo da religião islâmica sob a supervisão da República Francesa, a fim de impedir que entre em seu território uma teologia islâmica incompatível com os “valores” da sociedade secular.
Como se pode ver pela notícia acima, o Estado laico será destruído pelas suas próprias mentiras e irresponsabilidades. A Bélgica promove, suavemente, sua própria islamização; dentro de alguns anos deixará de ser um reino laico ao gosto dos católicos adeptos da Dignitatis Humanae do Vaticano II para transformar-se em república islâmica, talvez teocrática. A França, mais pretensiosa em sua temeridade maçônica, tenta influenciar os estudos teológicos corânicos como o fez com a teologia católica na época da Revolução.
Tudo indica, porém, que a Bélgica e a França, como de resto toda a União Européia, morrerão pela força do veneno que engoliram. Merecido castigo.
Conta-se que o príncipe Filipe Von Hessen fez mais pela causa protestante que milhares de livros do doutor Martinho Lutero. Hoje, os católicos da declaração Dignitatis Humanae, os católicos da frente ampla das religiões, fazem muito mais pela causa secularista do que todos os escritores e panfletários da ideologia do gênero. Fazem mais do que todos os imãs pelo avanço do Crescente sobre toda a antiga cristandade.”

http://santamariadasvitorias.org

quarta-feira, 27 de junho de 2018

A sociedade moderna e o terrorismo islâmico


"Ataques terroristas como o ocorrido em Paris, há alguns meses, ou como o de Orlando, agora, acontecem porque a sociedade laicista prefere fechar os olhos para a realidade da violência islâmica, tudo por causa de seu comprometimento com o multiculturalismo e com a oposição aos princípios judaico-cristãos.
É interessante como, quando começam as pessoas a criticar o Islã, por seus preceitos que autorizam os atos de violência, os primeiros a se manifestar contra uma eventual islamofobia não são religiosos, mas exatamente os laicistas, relativistas e modernistas em geral.
Isso pode parecer loucura, mas tem um sentido por detrás dessa aparente insanidade. O que leva pessoas que desprezam a religião a defender a religião mais violenta que existe só pode ser explicada por seu ódio a um inimigo comum.
É que o mundo moderno e as instituições e grupos que o representam, desde seu nascimento, possuem uma agenda muito clara, que é a de destruir o cristianismo e extinguir sua influência. É assim desde a Revolução Francesa e, nos movimentos posteriores, esse intento apenas se intensificou.
Esse objetivo permanece no imaginário do homem moderno, que acredita que o mundo apenas vai se tornar melhor, quando a cultura judaico-cristã for esquecida de vez, mesmo que eles não saibam bem o que pretendem colocar em seu lugar.
Por isso, neste momento, apoiar o Islã é uma estratégia bem definida. Se há uma religião no mundo que pode rivalizar, por sua extensão e método, com o cristianismo, é o Islamismo. Assim, ao mesmo tempo que a sociedade moderna se horroriza com os atentados terroristas, tenta minimizar a influência muçulmana sobre eles, se colocando em uma posição dúbia, para não ceder de vez, nem ao radicalismo islâmico, nem à verdade cristã.
O azar deles é que no final, se alcançarem seu intento de destruir toda e qualquer influência cristã sobre o mundo onde vivem, não será uma sociedade livre e tolerante que emergirá, mas uma civilização dominada por uma religião que não tem qualquer problema em ser cruel e violenta. E quando isso acontecer, ou os relativistas se convertem ou passarão ao fio da espada."
(Fábio Blanco, A Posição Dúbia dos Modernistas ante o Terrorismo)

http://www.fabioblanco.com.br

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Na impotência para explicar a dor declara o laicismo sua falência


“Que adverte o laicismo, quando com premeditada confiança afirma que existirá uma humanidade, obra exclusiva do homem, na qual a dor, o mal, o sofrimento, a “opacidade” do não-ser serão eliminados? Adverte que a dor é o seu pior inimigo, e isso que se deve denunciar, direi, gritar, ou seja que o homem é grandeza mas é também miséria, capaz de aperfeiçoamento mas insuscetível de ser perfeição; que é positivismo, mas que contém limites, que não é absoluto: que não é Deus. A dor é uma acusação tremenda: o laicista adverte-o, e rebela-se tentando arvorar o “espírito forte”, o “estóico”, o “enamorado do destino”, o “excepcional”, o “herói”, o “super-homem”, etc. Sobretudo protesta contra a dor moral; é arrependimento, remorso, amargura, angústia. O laicista dirá com Espinosa que estas são “fraquezas” da mesma natureza que o perdão, e que o “sábio” não chora e não ri, não se arrepende e não perdoa, não deve sofrer. Eis que assim o dever-ser do sábio laico reside na eliminação da dor e de todo sofrimento, incluindo o físico, em suportá-lo até conquistar o hábito da insensibilidade, no resgate do homem destas fraquezas transitórias. Mas a dor está sempre aí, em cada passo e cada palpitação, a recordar ao homem que, sem dor, não seria homem, mas um outro ser. Nietzsche, de fato, pensou no “super-homem”, que se situa além da humanidade do homem.
Mas eis que também desta vez o laicismo, pela sua dialética interna, se pôs em dificuldades: a) a dor é temporária e a humanidade futura ignorá-la-á (laicismo otimista); b) a dor é ineliminável e faz com que o homem seja sempre e só miséria (laicismo pessimista). Estas duas posições antitéticas arrancam do pressuposto comum de que existe o homem, e de que assim só existe o saber humano desacompanhado do divino; daqui, a) o laicismo otimista julga eliminar o “irracional” da dor na concepção dialética (Hegel e os hegelianos), sobre cujo desfecho se fundará uma humanidade perfeita; b) o laicismo pessimista aceita-o como o ineliminável irracional absurdo que torna absurda a vida (algumas formas de existencialismo ateu). Mas, precisamente nisto de confessar a sua impotência para explicar a dor (e, em definitivo, o mal), declara o laicismo a sua falência e proporciona-nos a prova de que o homem não é auto-suficiente, ou de que a instância religiosa e teísta brota da sua mesma estrutura ontológica, é imposta ao homem por ele próprio, ou seja pela sua própria natureza interior e profunda. Negado o pecado original, o mal e a dor não têm qualquer explicação. E não está aqui toda a verdade cristã: a dor é consequência do pecado e constitui a negação do homem, mas é também positivismo, enquanto se constitui poderoso meio de resgate, formidável possibilidade de salvação.
Santo Agostinho escreve que quem crê em Deus “chora e ri”, é homem em toda sua humanidade; o sábio laico, que não crê em Deus, não sabe chorar e não sabe rir: sabe tão-só ou soberbamente (nesciamente) rebelar-se, ou outro tanto, desesperar-se nesciamente. O laico soberbo de ontem vale o laico desesperado de hoje; ambos revelam a sua derrota face ao absurdo de uma vida incompreensível porque tão-só terrena, não humana porque apenas, demasiado, desoladamente humana, e assim sempre ao ponto de renegar o humano nas duas opostas evasões do “super-humano” e do “sub-humano”, nas quais o desfecho é idêntico.”
(Michele Federico Sciacca, L’Ora de Cristo)

Tradução de Carlos Eduardo de Soveral

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Olavo de Carvalho: Contradições do laicismo


“A moral laica do mundo burguês reconhece e até proclama com orgulho “científico” sua própria relatividade, em teoria. Mas nenhuma ordem social pode contentar-se com uma obediência relativa, que desembocaria fatalmente no conflito geral e no caos. Daí a distinção prática, tipicamente moderna e burguesa, entre moral privada e ordem pública. A primeira pode multiplicar-se em variações infinitas, desde que não perturbe a segunda. É a informalidade da escolha moral, limitada pela formalidade estrita da ordenação jurídica.
Esse arranjo de ocasião disseminou-se tão universalmente que adquiriu foros de sabedoria eterna e imagem por excelência da “normalidade”, ao ponto de que já ninguém percebe o que ele tem de instável e problemático; e, não o percebendo, tem de improvisar hipóteses rebuscadas para explicar por uma sucessão imaginária de acidentes as crises e percalços que um exame sério deveria ter revelado à primeira vista como desenvolvimentos lógicos e inevitáveis de contradições iniciais não conscientizadas em tempo.
De um lado, aquela distinção constitutiva do Estado laico foi estabelecida como ato de uma minoria revolucionária contra um consenso anterior fundado na homogeneidade moral da sociedade cristã. Uma vez vitorioso, o Estado laico passa a corroer necessariamente o que possa restar dessa homogeneidade, que para ele representa a origem mesma de toda obstinação “reacionária” erguida contra sua obra modernizante. Dissolvida pouco a pouco a unidade moral do povo, a única maneira de evitar a autodestruição da sociedade pelo caos é transferir para a esfera jurídica os mecanismos reguladores antes operados pelo simples automatismo das tradições arraigadas no senso comum. O que era obediência espontânea torna-se assim controle estatal forçado. Na proporção mesma do sucesso obtido pelo Estado leigo em seu esforço de “modernização”, o número, a complexidade e a abrangência dos controles jurídico-burocrático-policiais vão crescendo, avançando para dentro de todos os campos da existência social e invadindo por fim a vida privada e até a intimidade dos pensamentos, regulando a linguagem, a educação doméstica, etc. Tão logo deixa de ser uma promessa e se torna uma realidade, aquilo que surgiu sob o pretexto de resguardar a liberdade individual revela ser um mecanismo opressivo incomparavelmente mais exigente do que a velha autoridade religiosa jamais teria sonhado ser.
A essa primeira contradição soma-se outra pior. Não é possível controlar a sociedade sem regulamentar a economia. À medida que os controles morais embutidos na cultura do velho regime cedem sua autoridade ao aparato judicial, burocrático e policial, amplia-se na mesma medida a intervenção do Estado na economia. O estatismo econômico indefinidamente expansionista é inerente, portanto, à dialética do Estado leigo. Mas este não se impôs justamente mediante a promessa de resguardar a liberdade econômica? Sim. O que não se deve é confundir as intenções declaradas do discurso ideológico com a fórmula política substantiva cuja implantação elas legitimam. A contradição pode escapar até mesmo aos mais sinceros propugnadores da nova política, mas, que ela existe, existe. O moderno Estado leigo pode, com a maior sinceridade do mundo, prometer a liberdade econômica – o que ele não pode é realizá-la, a não ser de maneira capenga, permanentemente ameaçada pelo avanço da mentalidade socialista, que a expansão mesma do laicismo oficial fomenta.
Não é coincidência que o país que defendeu com mais eficácia a liberdade econômica tenha sido justamente aquele que só adotou o laicismo como mecanismo secundário de autocontrole do próprio Estado, sem a ambição de fazer dele um princípio regente de toda a vida social e política, antes conservando vivo e embutindo em suas instituições o máximo que podia das antigas tradições religiosas. Muito menos é coincidência que, hoje em dia, aqueles que desejam radicalizar o princípio laicista, expelindo a religião da vida pública, não sejam de maneira alguma amigos da liberdade econômica, mas todos, em mais ou em menos, adeptos do intervencionismo estatal – socialistas confessos ou enrustidos.”

http://www.olavodecarvalho.org