"O mais famoso teórico do declínio é Oswald Spengler, o "doutor-profeta" que previu a queda da Alta Cultura Ocidental em seu magnum opus, O Declínio do Ocidente. Segundo Spengler, toda Alta Cultura tem sua própria "alma" (isto se refere ao caráter essencial da Cultura) e passa por ciclos previsíveis de nascimento, crescimento, ápice, declínio e morte que se assemelham aos da vida de uma planta. Citando Spengler:
"Uma Cultura nasce no momento em que uma grande alma desperta da proto-espiritualidade da humanidade eternamente infantil, e destaca-se, uma forma vinda do informe, algo limitado e mortal vindo do ilimitado e permanente. Ela desabrocha no solo de uma paisagem exatamente definível, à qual como uma planta ela permanece ligada. Ela morre quando a alma atualizou a soma total de suas possibilidades na foma de povos, línguas, dogmas, artes, ciências, e reverte à proto-alma."
Há uma importante distinção nesta teoria entre Kultur ("Cultura") e Zivilisation ("Civilização"). Cultura refere-se à fase inicial de uma Alta Cultura que é caracterizada pela vida rural, religiosidade, vitalidade, vontade de poder, e instintos ascendentes, enquanto Civilização refere-se à fase tardia que é caracterizada pela urbanização, irreligião, intelecto puramente racional, vida mecanizada, e decadência. Spengler focou particularmente em três Altas Culturas entre as quais ele fez comparações: a Mágica, a Clássica, e a atual Alta Cultura Ocidental. Ele defendia a idéia de que o Ocidente, que estava em sua fase de Civilização tardia, logo entraria em um estágio final imperialista e "cesarista" – um estágio que, segundo Spengler, marcaria o clarão derradeiro antes do fim da Alta Cultura.
Talvez a mais importante contribuição de Spengler para a Revolução Conservadora, contudo, seja sua teoria do "Socialismo Prussiano" que ele expressou em Prussianismo e Socialismo, e que formou a base de sua visão de que os conservadores e os socialistas deveriam se unir. Neste livro curto ele afirmou que o caráter prussiano, que era o caráter alemão par excellence, era essencialmente socialista. Para Spengler, o verdadeiro socialismo era primordialmente um assunto de ética em vez de economia.
Esse socialismo ético prussiano significava o desenvolvimento e a prática da ética do trabalho, disciplina, obediência, um sentido do dever para o bem maior e o estado, auto-sacrifício, e a possibilidade de alcançar qualquer posição pelo talento. O socialismo prussiano se diferenciava do marxismo e do liberalismo. O marxismo não era verdadeiro socialismo porque era materialista e baseado em conflito de classes, que estava em contraste com a ética prussiana do estado. Também em contraste com o socialismo prussiano estavam o liberalismo e o capitalismo, que negavam a idéia de dever, praticavam um "princípio de pirataria", e criavam o governo do dinheiro."
(Lucian Tudor, The German Conservative Revolution & Its Legacy)
El martirio según el martirologio
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