Não te escreveria hoje
nenhuma destas linhas,
mas os galos cantaram três vezes na noite –
e foi preciso gritar:
– Senhor, Senhor, a quem reneguei?
Estou mais velho do que tu, Mãe,
mas assim mesmo como me conheces:
um pouco curvado de ombros,
inclinado sobre as perguntas do mundo.
Não sei ainda hoje por que me deste à luz.
Apenas para que eu caminhe entre as coisas
e lhes faça justiça, distinguindo
o que é mais verdadeiro e o que é mais belo?
A minha mão hesita: é muito pouco.
Por que me deste à luz, Mãe,
por quê?
Meu corpo cai aos teus pés,
pesado como um pássaro morto.
Tradução de Luciano Maia
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quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Lucian Blaga: Quarteto
A língua não é o verbo que recrias.
A única língua, tua de verdade,
dona de escuridão e claridade,
é a que conheces e em que silencias.
Tradução de Luciano Maia
A única língua, tua de verdade,
dona de escuridão e claridade,
é a que conheces e em que silencias.
Tradução de Luciano Maia
terça-feira, 12 de junho de 2012
Lucian Blaga: A Alma da Aldeia
Menina, põe as tuas mãos sobre os meus joelhos.
Eu creio que a eternidade nasceu na aldeia.
Aqui todo pensamento se aquieta.
E o coração palpita mais tranqüilo,
quase como se não batesse no peito,
mas no seio da terra, em algum lugar.
Aqui se sacia a sede de redenção
e se os teus pés sangrarem
podes repousar num banco de argila.
Olha, é noite.
A alma da aldeia volteia entre nós
como um perfume tímido de erva cortada,
como um evolar de fumaça de um beiral de palha,
como uma dança de cabritos sobre sepulturas altas.
Tradução de Luciano Maia
Eu creio que a eternidade nasceu na aldeia.
Aqui todo pensamento se aquieta.
E o coração palpita mais tranqüilo,
quase como se não batesse no peito,
mas no seio da terra, em algum lugar.
Aqui se sacia a sede de redenção
e se os teus pés sangrarem
podes repousar num banco de argila.
Olha, é noite.
A alma da aldeia volteia entre nós
como um perfume tímido de erva cortada,
como um evolar de fumaça de um beiral de palha,
como uma dança de cabritos sobre sepulturas altas.
Tradução de Luciano Maia
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