Nas noites de verão o mundo
se move ao alcance do ouvido
na interestadual com seus silvos
e rugidos, uma ocasional sirene
que nos provoca arrepios.
Às vezes, em noites claras e serenas,
vozes flutuam em nosso quarto,
lunares e fragmentadas,
como se o céu as houvesse liberado
bem antes de nosso nascimento.
No inverno fechamos as janelas
e lemos Tchekhov,
quase a chorar por seu mundo.
Que luxo, sermos tão felizes
que podemos nos afligir
por conta de vidas imaginárias.
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Si no eres Tradicionalista ¿te odio?
Há 15 horas