sexta-feira, 24 de maio de 2019

É lícito desejar um mal físico ou temporal sob o aspecto de um bem maior


“O homem, enquanto pecador e culpável, não é digno de amor, mas sim de ódio, já que, enquanto permaneça nesse estado, é aborrecível aos olhos de Deus. Mas enquanto criatura humana, capaz todavia da glória eterna pelo arrependimento de seus pecados, deve ser amado com amor de caridade. E precisamente o maior amor e serviço que lhe podemos prestar é ajudá-lo a sair de sua triste e miserável situação (...). Do mesmo modo, não é lícito jamais desejar ao pecador algum verdadeiro mal (e.g, o pecado da condenação eterna). Mas é lícito desejar-lhe algum mal físico ou temporal sob o aspecto de um bem maior, como seria, por exemplo, uma enfermidade ou adversidade para que se torne (...) o bem comum da sociedade (e.g, a morte de um escritor ímpio ou de um perseguidor da Igreja para que não continue fazendo mal aos demais).”
(Antonio Royo Marin, Teologia Moral para Seglares)