“Na realidade, o verdadeiro e o belo se identificam, distinguindo-se apenas por uma distinção de razão. O verdadeiro resulta da adequação da inteligência com a coisa, enquanto o belo resulta do deleite proporcionado por essa adequação. Com outras palavras, à noção de verdadeiro corresponde a conformidade do intelecto com a coisa, e à noção de belo corresponde o repouso agradável decorrente do conhecimento da coisa. Vê-se, portanto, que o conhecimento é condição indispensável do deleite que é constitutivo do belo. A agradabilidade, deleitação ou alegria, constitutivos do belo, podem ser descritas como um certo prazer experienciado pelo contemplante, como índice de felicidade ou repouso satisfatório; no caso do homem, em virtude de sua unidade substancial de matéria e espírito, este gozo nunca é puramente intelectual, ainda que a beleza contemplada seja supra-sensível, mas é um prazer que, referente em última instância ao intelecto, envolve o homem todo em suas dimensões corporal, psicológica e espiritual. Há como que um transbordamento do deleite, atingindo o homem em todas as suas dimensões.”
(Pe. Elílio de Faria Matos Júnior,
Teoria Tomista da Beleza)
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