quarta-feira, 13 de abril de 2016

Uma vitória da seita modernista

“Com seus documentos, a revolução conciliar age através de duas frentes: uma para os “bonistas”, geralmente distraídos e intoxicados de “papolatria” e outra para os entendidos, os que sabem até onde se quer chegar, tomando-se o tempo necessário para permitir que a infecção alcance o nível da septicemia. Seu pretexto favorito é que se devem erradicar “as rigidezes e os farisaísmos”, sem se agarrar à “aridez” da lei. Os primeiros se conformam com as referências a documentos do V-II mais ou menos passáveis, refugiados em uma “hermenêutica da continuidade” cada vez mais insustentável. E quando tropeçam em um texto ambíguo – os há para todos os gostos – se conformam com os “esclarecimentos”. Ou com os “esclarecimentos dos esclarecimentos”.
Para os segundos, é “o espírito” e não a letra, o que os alenta a prosseguir sua tarefa demolidora, podendo-se dizer que nem sequer a “letra” tem muita vida. Em pouco tempo, “o espírito” passa por cima dela e a esmaga (Dignitatis humanae e Nostra aetate, por exemplo). Amoris laetitia é o último e bom exemplo das táticas de subversão conciliar. Por um lado, as afirmações ortodoxas servem de ópio para os “conservadores” - ou simplesmente broncos? - que estão sempre na defensiva, sem se animarem a ir a fundo contra os modernistas. E por outro lado, a porta se abre mais para que a heresia e o erro consolidem seus avanços. Baste por hoje citar um só parágrafo da tagarelice:
“305. Por isso, um pastor não pode se sentir satisfeito somente aplicando leis morais aos que vivem em situações “irregulares”, como se fossem pedras lançadas sobre a vida das pessoas. É o caso dos corações fechados, que costumam se esconder atrás dos ensinamentos da Igreja “para sentar-se na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas”. [349]. … Devido aos condicionamentos ou fatores atenuantes, é possível que, em meio a uma situação objetiva de pecado – que não seja subjetivamente culpável ou que não o seja de modo pleno – se possa viver na graça de Deus, se possa amar, e também se possa crescer na vida da graça e da caridade, recebendo para isso a ajuda da Igreja [351]. O discernimento deve ajudar a encontrar os possíveis caminhos de resposta a Deus e de crescimento em meio aos limites. Por crer que tudo é branco ou preto, às vezes fechamos o caminho da graça e do crescimento e desencorajamos caminhos de santificação que dão glória a Deus.
E também uma das notas:
“[351] Em certos casos, poderia ser também a ajuda dos sacramentos. Por isso, “recordo aos sacerdotes que o confessionário não deve ser uma sala de torturas nas o lugar da misericórdia do Senhor”: Exhort. ap. Evangelii gaudium (24 de novembro de 2013), 44: AAS 105 (2013), 1038. Igualmente destaco que a Eucaristia “não é um prêmio para os perfeitos mas um generoso remédio e um alimento para os débeis” (ibid, 47: 1039).”
Belloc em seu livro sobre a Reforma diz que levou meio século para que os católicos se inteirassem de que eram anglicanos. E 50 anos cumpridos tem o V-II, embora muitos católicos não se dêem conta de que se lhes quis inculcar outra fé.
Amoris laetitia é outro passo triunfal da seita modernista.
Monsenhor Marcel Lefebvre, ora pro nobis.”

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