segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O Brasil merece o totalitarismo

Não sou analista político, não sigo diariamente as movimentações dessa classe de gente parasita, mas certas coisas saltam aos olhos de todos, ou pelo menos dos menos infectados de ideologia, mormente em momentos de transição e crise como este por que hoje passamos. Estas últimas eleições deixaram bastante claros para mim certos pontos que passo a detalhar a seguir.
Em primeiro lugar, o PT não poderá mais ser retirado do poder pela via do voto. Essa era a única ferramenta que se havia deixado meio em neutralidade para disputa com os adversários. Porém, com a invenção das bolsas e a criação de um eleitorado dependente de dezenas de milhões de cabeças, a possibilidade de defenestrar o partido-máfia não existe mais. Isso deve pesar na consciência dos idólatras da democracia, do poder do número e da “vontade popular” rousseauniana. Os petistas continuarão sendo reeleitos enquanto quiserem dar esmolas, enquanto acharem que ainda vale a pena jogar este jogo. Seu sonho é mudar a constituição e ou banir as eleições inteiramente, ou torná-las mera exibição para inglês ver, como acontecia nos países das chamadas “democracias populares” do Leste Europeu; se é que já não são assim, considerando as possibilidades de fraude nas urnas eletrônicas, atestadas por especialistas, e as denúncias recorrentes.
Na democracia há alternância de poder. Doze anos com o mesmo partido na presidência já deveriam soar o alarme para uma inteligência medianamente formada e saudável de que alguma coisa não está funcionando bem. Não se trata mais de democracia, ou ela está nos estertores de morte, pois provou-se que é possível comprar metade de um povo e perpetuar-se no poder.
A frágil democracia brasileira não vai agüentar mais doze anos de PT. Talvez não agüente nem mesmo o retorno de Lula para fechar o ciclo e instaurar o que eles muita vez chamam, em sua perversidade semântica, de “democracia participativa”. Antes que se esgote o planejado ciclo de vinte e quatro anos de Lula-Dilma-Lula que o brasileiro servil e vergonhosamente lhes dará, o país já terá sido completamente dominado e não haverá mais nenhuma reação. Esse golpe será finalizado com a alteração da constituição em pontos chave que a tornarão uma versão brasileira das constituições bolivarianas.
Após o golpe da constituinte, eles poderão desviar todo o dinheiro que iria para as bolsas em direção às contas da Nomenklatura. Toda a oposição terá sido destruída e toda imprensa livre, calada. Não será mais necessário comprar ninguém. Então acontecerá que os piores pesadelos dos que não votavam no PSDB com medo de perder as bolsas e os concursos serão realizados justamente por aqueles em quem constantemente ao longo dos anos votaram, porque já não precisarão desses expedientes para manter-se no poder.
O povo brasileiro, que se destaca no mundo como um dos mais violentos, confirmou que coloca ou mantém essas pessoas no poder, apesar de toda a corrupção comprovada em que se envolveram, porque não lhe interessam os padrões morais de seus representantes, porque admira os criminosos, considera-os mais espertos que se colocaram "além do bem e do mal", e que não é possível governar este país sem corrupção; quase dá a entender que tal comportamento poderia ser descriminalizado. Mas quem faz pouco caso do crime é ele mesmo um criminoso por cumplicidade. Seus heróis são os ladrões e os corruptos. A corrupção não interessa para a maioria, contanto que tenha sua esmola em dia. A eleição mostrou ser para a maioria uma espécie de relação entre senhores e escravos, e escravos voluntários. O senhor ameaça tirar a esmola, ou aterroriza dizendo que o adversário o fará; o povo então vende sua liberdade pela comida. Também isso é sinal do fim da democracia. A “educação revolucionária” do povo, perseguida década após década, atingiu finalmente seu objetivo, convenceu-o de que, se lhe dizem que a corrupção favorece os pobres, então não há nada de errado com ela. Um povo com esse nível moral não merece outro sistema de governo que não o totalitário. Com seus atos pedem e imploram pelo totalitarismo, pelo Grande Irmão que lhes dará sua quota semanal de ração, que lhes tirará o peso da responsabilidade pela própria vida, sem fazerem a menor idéia dos efeitos apocalípticos de sua irresponsabilidade.
Quando a economia entrar em colapso, aqueles que, por interesses meramente pessoais, mesquinhos, umbilicais, ajudaram a manter o partido no poder, que festejaram cada vitória com fogos e buzinas, gritos nas ruas e bandeiras, terão perdido o que justificava sua lealdade e só terão a violência como arma, mas será tarde demais, porque então os instrumentos de alternância política terão sido tão corrompidos que deles só subsistirão simulacros. O Estado terá sido completamente tomado pelo partido. Os mesmos que sempre sustentaram essa máfia, os beneficiários das bolsas e propinas, os idiotas úteis e companheiros de viagem que empurraram o país para o abismo, quando o partido já não precisar mais deles por ter chegado ao controle político total e portanto puder dispensar suas esmolas, voltar-se-ão com fúria contra o partido, mas serão esmagados sem piedade, como sempre costuma acontecer na história do movimento revolucionário.
Com esta eleição, Deus mostrou-se furioso com nosso país, afastou de nós Seu rosto, deixou-nos entregues a nós mesmos bebendo o cálice de Sua ira, para que o povo seja punido com os efeitos de suas próprias escolhas e chegue até as últimas conseqüências do erro assassino no qual gerações insistiram e chafurdaram, mas ainda não conseguiram completamente realizar. Os materialistas dissimulados, por sua vez, os ateus na prática, os hipócritas que lêem sua Bíblia mas votam constantemente naqueles cujo objetivo é a destruição final do Cristianismo, esses não entenderão a mensagem, não aprenderão nada dos fatos, pois dos fatos à mente posta-se o filtro ideológico deturpador e reducionista, a afeição fanática pela Revolução. São os que desprezam o magistério da Igreja, que se desculpam dizendo que o magistério só valeu para sua época, presos a uma camisa de força verbal de interpretação alucinada da realidade, crendo histericamente no que outros lhes dizem, e não no que a realidade abertamente lhes mostra. Deus pedirá contas de todos os seus atos, inclusive de suas escolhas políticas, de alcance geral e, portanto, mais graves. E serão punidos de acordo, pois se não receberam justiça no tempo, recebê-la-ão além do tempo; mas nada será deixado sem a devida paga.