sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Pio VI e os expedientes desonestos dos inovadores

“Eles conheciam a capacidade dos inovadores na arte do engano. Para não chocar os ouvidos dos católicos, os inovadores buscaram esconder as sutilezas de suas manobras tortuosas usando palavras aparentemente inócuas que lhes permitiriam insinuar o erro nas almas da maneira mais gentil. Quando a verdade já estivesse comprometida, eles poderiam, com suaves mudanças ou adições na fraseologia, distorcer a confissão da fé que é necessária para nossa salvação, e com erros sutis levar os fiéis à danação eterna. Essa maneira de dissimulação e mentira é maligna, independentemente das circunstâncias sob as quais seja usada. Por muito boas razões não pode ser tolerada em um sínodo cuja principal glória consiste acima de tudo no ensinamento da verdade com clareza e exclusão de todo perigo de erro.
Ademais, se tudo isso é pecaminoso, não pode ser desculpado na maneira como se vê sendo praticado, sob o pretexto errôneo de que as afirmações aparentemente chocantes em certo lugar são depois desenvolvidas segundo linhas ortodoxas em outros, e mais além até corrigidas; como se permitir a possibilidade de tanto afirmar como negar uma proposição, ou de fazê-la depender das inclinações pessoais do indivíduo, não tivesse sempre sido o método fraudulento e insolente usado pelos inovadores para estabelecer o erro. Pois tanto permite a possibilidade de promover o erro como de escusá-lo.”
(Pio VI, Auctorum Fidei)