"O islamismo contemporâneo, tal como o tradicional, tem o seu núcleo na doutrina da jihad. Esta, segundo Guolo, 'manifesta-se como forma pura da nova guerra civil mundial de religiões, que encontra no Islão radical o seu partido combatente'. Enquanto no Ocidente se enceta o debate entre modernos e pós-modernos, os islamitas propõem-se não 'modernizar' o Islão, mas vergar o Ocidente e 'islamizar' a modernidade. Por outro lado, não se deve confundir o Ocidente com a sua modernização, e muito menos com a sociedade de consumo contemporânea, impregnada de neo-paganismo. As características peculiares do Ocidente, observa ainda Huntington, são muito anteriores à sua modenização: 'o Ocidente era Ocidente muito antes de ser moderno'. A visão islâmica do mundo não se contrapõe tanto àquela visão secularizada do mundo moderno, mas, sobretudo, à visão tradicional do Ocidente cristão. O Islão é anti-moderno mesmo na sua versão mais ocidentalizada, como é, por exemplo, a da Arábia Saudita, e é anti-ocidental mesmo na sua versão mais secularizada, como a do Iraque, mas é sempre, e antes de mais, radicalmente anti-cristão. Antes do seu anti-ocidentalismo e do seu anti-modernismo, o Islão define-se pelo seu anti-cristianismo. No 'choque de civilizações' que abre o século XXI, o desafio com o islamismo e, acima de tudo, cultural e moral. O Ocidente que, no decurso da sua história, definiu a sua identidade lutando para defender-se do Islão, hoje estará condenado à derrota, se pretender enfrentá-lo, utilizando como arma a ideologia da secularização. O único modelo de civilização que pode vencer o Islão continua a ser a civilização cristã."
(Roberto de Mattei, Guerra Justa Guerra Santa)
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