quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Martinho Lutero e a veneração à Santíssima Virgem

“Terminemos a resposta à primeira objeção, pela voz insuspeita de Lutero: A Santíssima Virgem foi honrada e invocada desde o princípio do cristianismo, como provam as numerosas imagens encontradas nas catacumbas e nos monumentos dos primeiros séculos.
Os primeiros escritores e santos falam dela com veneração e amor, excitando o povo cristão a orar-lhe, a invocá-la, como sendo a Mãe de Jesus Cristo e a Mãe dos homens.
O próprio Lutero, antes da sua queda vergonhosa e sua vida lúbrica, honrava, amava, orava à pura Mãe de Jesus, e escreveu sobre o seu culto páginas admiráveis, que até hoje figuram como monumento de glória em honra da Mãe de Deus. “A Virgem Maria, escreve o herege, dizendo que todas as gerações haverão de chamá-la bem-aventurada, quer dizer que o seu culto passaria de geração em geração, de tal modo que não houvesse época nenhuma em que não ressoassem os louvores. É o que ela exprime dizendo que doravante todas as gerações hão de aclamá-la, isto é: Desde esta hora começa esta corrente de louvores que deve estender-se a todas as gerações e à posteridade.”
Eis como o próprio Lutero confessa que o culto da Virgem Santa começou na hora mesma em que ela cantou o seu primeiro Magnificat... Até lá era Virgem desconhecida, porém de lá em diante ela há de ser a Virgem exaltada, louvada, orada, no universo inteiro.
Não é, pois, uma invenção de Roma, a de orar e louvar a SS. Virgem; é uma invenção divina, colocada, por Deus mesmo, no berço do cristianismo, gravada em letras de fogo nos alicerces e na abóbada da Igreja verdadeira, e isto antes mesmo que Cristo aparecesse visivelmente neste mundo.
Ele está ainda escondido no seio da Virgem Imaculada e antes mesmo que ele exija a adoração de sua pessoa divina, ele já exige a veneração daquela que lhe serve de santuário e de Mãe!
É ele que inspirava Maria SS., é ele que falava pelos seus lábios; é que ordena, como se dissesse que não receberia a homenagem das criaturas, senão depois de elas terem honrado aquela que ele escolheu como Mãe... É a primeira aplicação do adágio, hoje clássico: Tudo por Jesus, nada sem Maria.
Refleti sobre isso, pobres protestantes, e se não quiserdes escutar a voz do sacerdote católico, nem da Igreja, nem do Evangelho, escutai, pelo menos, a voz do vosso próprio fundador, Lutero.”
(Pe. Júlio Maria de Lombaerde, Luz nas Trevas)