“A suma intransigência católica é a suma caridade católica. É praticada em relação ao nosso próximo quando, para seu próprio bem, ele é ofendido, humilhado e castigado. É praticada em relação a um terceiro quando para defendê-lo da injusta agressão de outrem e protegê-lo do contágio do erro se desmascaram seus autores e fautores, mostrando-os como os iníquos e perversos que verdadeiramente são, expondo-os ao desprezo, horror e execração de todos. É praticada em relação a Deus quando, para Sua glória e a Seu serviço, torna-se necessário silenciar todas as considerações humanas, calcar sob os pés todo respeito humano, sacrificar todos os interesses humanos – e mesmo a própria vida – para obter o mais alto de todos os fins. Tudo isso é intransigência católica e catolicidade intransigente na prática desse puro amor que constitui a caridade suprema. Os santos são os tipos dessa indesviável e sublime fidelidade a Deus, são os heróis da caridade e da religião. Porque há tão poucos verdadeiramente inflexíveis no amor a Deus em nossos dias, há poucos compromissados na ordem da caridade. A caridade liberal é condescendente, carinhosa, até mesmo suave na aparência, mas no fundo é um desprezo essencial ao verdadeiro bem do homem, aos supremos interesses da verdade e por fim a Deus. É o amor do homem a si mesmo, usurpando o trono do Altíssimo e exigindo a adoração que pertence a Deus somente.”
(D. Félix Sardá y Salvany,
El Liberalismo Es Pecado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário