terça-feira, 18 de agosto de 2009

Cardeal John Newman e as diferenças entre Santo Agostinho e Lutero quanto à justificação


“A questão principal é se a Lei Moral pode em sua substância ser obedecida e cumprida pelos regenerados. Agostinho diz que embora sejamos por natureza condenados pela Lei, somos também capazes, pela graça de Deus, de cumpri-la para nossa justificação; Lutero [e igualmente Calvino], que, embora condenados pela lei, Cristo mesmo a cumpriu para nossa justificação; Agostinho, que nossa retidão é ativa; Lutero, que é passiva; Agostinho, que é dada, Lutero, que é só imputada; Agostinho, que ela consiste em uma modificação do coração; Lutero, em uma modificação de estado. Lutero afirma que os mandamentos de Deus são impossíveis ao homem; Agostinho acrescenta, impossíveis sem Sua graça; Lutero, que o Evangelho se compõe só de promessas; Agostinho, que ele é também uma lei; Lutero, que nossa sabedoria mais alta é não conhecer a Lei; Agostinho diz, ao contrário, que é conhecê-la e cumpri-la – Lutero diz que a Lei e Cristo não podem viver juntos no coração. Agostinho diz que a Lei é Cristo; Lutero nega e Agostinho afirma que obediência é uma questão de consciência. Lutero diz que um homem se faz cristão não trabalhando, mas ouvindo; Agostinho exclui só aquelas obras feitas antes que a graça seja dada; Lutero diz que nossas melhores ações são pecados; Agostinho, que elas são realmente agradáveis a Deus.”
(Cardeal John Newman, Lectures on Justification)

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