“Outra grande visão de um Terceiro Reich veio de Edgar Julius Jung, um intelectual politicamente ativo que escreveu o volumoso Die Herrschaft der Minderwertigen, traduzido para o inglês como The Rule of the Inferiour (O Governo do Inferior), que tem sido chamado "a bíblia do neoconservadorismo". Esse livro apresentou uma crítica devastadora do Liberalismo e combinou idéias de Spann, Schmitt, Pareto e outros pensadores.
A democracia liberal foi rejeitada por Jung como o governo das massas que são manipuladas por demagogos e também como o governo do dinheiro porque tem tendências inerentes em direção à plutocracia. As idéias da Revolução Francesa de "liberdade, igualdade e fraternidade" foram todas rejeitadas como corrosivas influências nocivas à sociedade e fontes de individualismo, que Jung via como uma causa central de decadência. Jung também rejeitava o Marxismo como um produto corrupto da Revolução Francesa. A Revolução Conservadora para Jung era, em suas palavras, a "restauração de todas as leis e valores elementares sem os quais o homem perde suas ligações com a natureza e Deus e sem os quais ele é incapaz de construir uma ordem verdadeira. No lugar da igualdade haverá padrões inerentes, no lugar da consciência social uma justa integração à sociedade hierárquica, no lugar da eleição mecânica uma elite orgânica, no lugar do nivelamento burocrático a responsabilidade interna do autogoverno genuíno, no lugar da prosperidade em massa os direitos de um povo orgulhoso."
No lugar das formas liberais e marxistas, Jung imaginou o estabelecimento de um Novo Reich que usaria a economia corporativa (relacionada ao sistema medieval de guildas), seria organizado sobre uma base federal, seria animado pela espiritualidade cristã e pelo poder da Igreja, e seria conduzido por uma monarquia autoritária e uma elite composta de membros qualificados selecionados. Nas palavras de Jung, "o Estado, enquanto a mais elevada ordem da comunidade orgânica, deve ser uma aristocracia; no último e mais elevado sentido: o governo dos melhores. Até a democracia foi fundada com essa pretensão."
Ele também criticou o conceito materialista de raça como "materialismo biológico" e afirmou ao invés a primazia da entidade cultural-espiritual (era com base nisso, mais do que na biologia, que o Problema Judeu tinha que ser resolvido). Além disso, ele rejeitava o nacionalismo no sentido normal do termo, apoiando ao invés o conceito de um Império pan-Europeu federalista e supranacional, enquanto ainda reconhecendo a realidade e importância do Volk e a separação dos grupos étnicos. De fato, Jung acreditava que o novo Reich deveria ser formado sobre "uma fundação volkista indestrutível da qual a luta volkista poderia tomar forma."
Edgar Jung, contudo, não estava satisfeito com meramente escrever sobre suas idéias; ele tinha grandes ambições políticas e trabalhou ativamente com partidos e conservadores que concordavam com ele na década de 20 até 1934. A necessidade de batalha já era parte da filosofia de Jung: "Se o povo alemão vir que, entre eles, os combatentes ainda vivem, então eles também perceberão o combate como a mais elevada forma de existência. O destino alemão chama por homens que o dominem. Pois a história do mundo faz o homem."
Durante sua atividade política, ele veio a detestar o movimento Nacional-Socialista devido a um ódio pessoal a Hitler assim como a sua visão de que o Nacional-Socialismo era um produto da modernidade e estava ideologicamente ligado ao Marxismo e ao liberalismo. Jung foi bastante ativo em sua oposição ao NSDAP e foi eventualmente responsável por escrever o discurso de Papen em Marburg que criticou o governo de Hitler em 1934, e que resultou na morte de Jung na Noite das Facas Longas."
(Lucian Tudor, The German Conservative Revolution & Its Legacy)