terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Pe. José María Mestre: O sentido do Natal

“Que pena nos tem que dar nestes dias que se tenha conseguido difamar totalmente, em todas as partes, o sentido religioso do Natal! Silencia-se olimpicamente que o Natal é o Nascimento do Filho de Deus, do Criador, do nosso Redentor, e consegue-se fazê-lo da maneira mais astuta e maliciosa: inundando tudo com propagandas de presentes, de compras, de grandes lojas; pondo por todas as partes o papai Noel consumista dos protestantes; explicando de mil maneiras o “sentido do Natal”, que são as compras, a champanhe, a comida em família, os presentes... E Nosso Senhor? Ah!, mas existiu? Por isso, nós não podemos nos esquecer desta importantíssima festa, e deixar de celebrá-la completamente pelo que é, pelo que vale: por ser o aniversário de nossa Redenção, da hora feliz em que, depois de mais de quatro mil anos de espera impotente, de gemidos de liberação, de sofrimentos e de pecados, nos chega por fim o Salvador prometido. Por fim! Já era hora! Bendito seja Deus e sua Santíssima Mãe! Que seria de nós sem esse nascimento?
Deixemos que o mundo lute pelo que é seu; deixemos que Herodes se perturbe; deixemos que em Jerusalém ninguém se dê conta de nada, que cada um esteja em seus negócios, em seus prazeres, em seus caprichos. Façamos como Maria e José: toda nossa atenção esteja focada nesse Menino que há de nascer, e há de mudar tão profundamente nossa história com seu nascimento. Façamos como os pastores, que deixam todas as ovelhas no campo e correm ao único importante: ver com os próprios olhos o Salvador recém-nascido, a quem encontram... em um palácio, rodeado de guardas, cuidado ricamente? Não: em uma manjedoura, envolto em fraldas... Façamos como os Magos, que se separam de tudo, partem de sua corte real, e sacrificam tudo em aras de um Menino, que devem procurar no Ocidente, na direção de Jerusalém... Ninguém lhes faz caso, mas que importa? Eles seguem sua estrela, essa estrela que os conduz a Belém, e em Belém, à casa em que encontram um Menino junto a sua Mãe e a São José, e no entanto adoram n’Ele Deus, oferecendo-lhe incenso, reconhecem n’Ele o Rei do Universo, ofertando-lhe ouro, e confessam sua natureza mortal e passível, apresentando-lhe mirra...”

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