sábado, 6 de dezembro de 2014

Os discursos maçônicos de Francisco em Estrasburgo

“Em 25 de novembro Francisco realizou uma viagem relâmpago à cidade francesa de Estrasburgo, durante a qual pronunciou dois discursos, um no Parlamento Europeu e outro no Conselho da Europa, duas das principais instituições laicas e maçônicas que fabricam leis contrárias à lei de Deus e que difundem a ideologia direito-humanista que anima todas as leis, diretivas, instituições e tratados europeus. O tom dos mesmos consistiu em uma peroração tipicamente bergogliana expondo uma série de lemas e de idéias força intrinsecamente subversivos e revolucionários, em total consonância com os sofismas fundadores da “civilização” moderna, maçônica e anticristã: naturalismo, deísmo, laicismo, humanismo, pluralismo e utopismo. Não farei uma análise exaustiva de todos os temas evocados em seus discursos, dado que se prestariam a um amplo desenvolvimento que excederia o marco destas breves linhas: selecionei somente algumas de suas declarações em relação ao papel que atribui às instituições européias, e que se situam nos antípodas da visão cristã do ser humano e da sociedade. Começo pelo discurso no Parlamento Europeu:
O centro do “ambicioso projeto político” da comunidade européia se baseia “na confiança no homem, não tanto como cidadão ou sujeito econômico” mas “no homem como pessoa dotada de uma dignidade transcendente (...). A dignidade é uma palavra chave que caracterizou o processo de recuperação” européia depois da segunda guerra mundial. “A percepção da importância dos direitos humanos (...) contribuiu para formar a consciência do valor de cada pessoa humana, única e irrepetível (...). A promoção dos direitos humanos desempenha um papel central no compromisso da União Européia, com o fim de favorecer a dignidade da pessoa (...). Trata-se de um compromisso importante e admirável.”
O regime revolucionário maçônico, liberal, laico e democrático foi constituído pela arrogância do homem que despreza a Jesus Cristo e à Igreja, que se pretende autônomo e isento de observar a lei divina e que não reconhece outra lei que não seja a que o “povo soberano” prescreve-se a si mesmo. Essa “civilização” anticrística, no sentido escatológico do termo, é aprovada, elogiada e promovida por Francisco, que recorda aos eurodeputados “a exigência de encarregar-se de manter viva a democracia, a democracia dos povos da Europa”, para explicar-lhes em seguida que “manter viva a realidade das democracias é um desafio deste momento histórico”, assegurando-lhes depois que a esperança para a Europa reside em “reconhecer a centralidade da pessoa humana”, no “compromisso em favor da ecologia”, em “favorecer as políticas de emprego” e em realizar a construção européia em torno da “sacralidade da pessoa humana”.
No segundo discurso, pronunciado no Conselho da Europa, agradece a seus membros por sua “promoção da democracia, dos direitos humanos e do estado de direito”, com o que legitima o regime democrático, revolucionário e liberal, baseado na “soberania popular” e na exclusão de Deus e da Igreja da vida pública. Ficam assim excluídos do “estado de direito”, por princípio, as monarquias cristãs ou os regimes políticos católicos refratários aos sofismas liberais e aos utopismos “progressistas”, assimilados pelo sistema direito-humanista a “tiranias” e a “ditaduras” intrinsecamente reprováveis. Disse-lhes que para obter a paz tão ansiada “é necessário antes de tudo educar para ela, abandonando uma cultura do conflito, que tende ao medo do outro, à marginalização de quem pensa e vive de maneira diferente”, fórmula totalmente naturalista que prescinde da ordem sobrenatural, da missão civilizadora da Igreja e da redenção operada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Isso é muito diferente do que nos ensina a Igreja a respeito: “Só no dia em que os Estados e governos estimem ser um dever sagrado o ater-se aos ensinamentos e às prescrições de Jesus Cristo em suas relações interiores e exteriores é que chegarão a gozar de uma paz proveitosa, manterão relações de confiança recíproca e resolverão pacificamente os conflitos que possam surgir (...). Segue-se então que não poderá existir nenhuma paz verdadeira, a saber, a tão desejada paz de Cristo, enquanto os homens continuarem na vida pública e privada a não seguir com fidelidade os ensinamentos, os preceitos e os exemplos de Cristo. Uma vez assim constituída ordenadamente a sociedade, pode por fim a Igreja, desempenhando sua divina missão, fazer valerem todos e cada um dos direitos de Deus tanto sobre os indivíduos como sobre as sociedades. Nisso consiste a breve fórmula: o reino de Cristo (...). De tudo isso resulta claro que não há paz de Cristo sem o reino de Cristo.” (Encíclica Ubi Arcano, Pio XI, 1922)
Mas escusado será dizer que na visão naturalista de Francisco essas palavras de Pio XI não têm qualquer significado. Depois faz a seus ouvintes a seguinte pergunta retórica: “Como alcançar o objetivo ambicioso da paz?”, à qual responde do seguinte modo: “O caminho escolhido pelo Conselho da Europa é antes de tudo o da promoção dos direitos humanos, ao qual junta o desenvolvimento da democracia e o estado de direito. É uma tarefa particularmente valiosa, com significativas implicações éticas e sociais, visto que de uma correta compreensão desses termos e de uma reflexão constante sobre eles depende o desenvolvimento de nossas sociedades, sua convivência pacífica e seu futuro.”
Concluindo esta breve resenha: Toda a mensagem de Francisco se fundamenta no reconhecimento e na legitimação da ideologia iluminista e revolucionária dos “direitos humanos”, substituta do Evangelho e dos Mandamentos, e na promoção da falaz “dignidade da pessoa humana” que oculta a natureza caída do homem e a conseqüente necessidade na qual este se encontra de ser resgatado do pecado e salvo da condenação eterna pela graça divina comunicada por Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, através da Igreja, seu Corpo Místico e única Arca de Salvação.
Essa verdade teológica básica foi expulsa da constituição política moderna do Estado liberal e revolucionário, que repousa no livre “contrato social” contraído entre indivíduos “autônomos” e “soberanos”, os quais, obedecendo à “vontade geral”, imaginam-se emancipados de toda lei superior diferente daquela que eles mesmos decidam atribuir-se: lei natural, lei eclesiástica, lei divina. É a atitude do homem rebelde que, renunciando a sua condição de criatura, dependente moral e ontologicamente de seu Criador, constitui-se origem do bem e do mal, adorando sua “dignidade transcendente e inalienável” como seu fim último e declarando-se a razão de ser da sociedade e do Estado.
A democracia moderna não é nada mais que a concretização social dessa atitude de rebeldia. Ela encarna eminentemente o “sereis como deuses” do Éden, traduzido em espúria teoria política pelos “filo-sofistas” da “Ilustração” e do “Século das Luzes”... O regime democrático é o eco temporal do “non serviam” pronunciado por Satanás nas origens da Criação. A democracia moderna não é pois senão a “Demoncracia”, a “Besta” do Apocalipse, que aguarda impaciente a chegada de seu líder derradeiro, aquele cuja missão será a de consumar a rebelião da humanidade contra Deus. Mas sabemos que a besta política será ajudada por uma segunda besta, que corresponde à religião adulterada, prostituída e prevaricadora, a qual também contará com um chefe emblemático, que fará com que os moradores da terra se submetam incondicionalmente à primeira, adorando-a. E é necessário reconhecer que Francisco, através de seus discursos de Estrasburgo, se situa inequivocamente na linha do falso profeta descrito por São João em sua visão escatológica, apresentando-se aos olhos do mundo como um cordeiro, mas falando como um dragão...”

http://wwwapostoladoeucaristico.blogspot.com.br