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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

O homem é o maior responsável pela decadência da mulher moderna


"Depois de expor a decadência da mulher moderna, não devemos esquecer que o homem é o maior responsável por tal decadência. Assim como as massas plebéias nunca teriam conseguido penetrar em todos os domínios da vida social e da civilização se verdadeiros reis e verdadeiros aristocratas estivessem no poder, numa sociedade dirigida por homens de verdade a mulher nunca teria desejado ou nem mesmo teria sido capaz de tomar o caminho que ela está seguindo hoje.
Os períodos em que as mulheres alcançaram autonomia e preeminência quase sempre coincidem com épocas marcadas pela decadência manifesta nas civilizações antigas. Assim, a melhor e mais autêntica reação contra o feminismo e contra qualquer outra aberração feminina não deve ser dirigida às mulheres como tais, mas aos homens. Não se deve esperar que as mulheres retornem ao que realmente são e, assim, restabelecer as condições internas e externas necessárias para a reinterpretação de uma raça superior, enquanto os homens retiverem apenas a aparência da verdadeira virilidade".
(Julius Evola, Rivolta contro il Mondo Moderno)

domingo, 1 de novembro de 2020

O feminismo não conseguiu conceber uma personalidade para as mulheres senão imitando a personalidade masculina

"O que realmente equivale a uma abdicação foi assim reivindicado como sendo um "passo à frente". Depois de séculos de "escravidão", a mulher queria ser "ela mesma" e fazer o que quisesse. Mas o assim chamado feminismo não conseguiu conceber uma personalidade para as mulheres senão imitando a personalidade masculina, de modo que as "reivindicações" da mulher escondem uma falta fundamental de confiança em si mesmas, assim como a sua incapacidade de ser e de funcionar como um mulher real e não como um homem.
Devido a tal incompreensão, a mulher moderna considerou seu papel tradicional como sendo humilhante e se ofendeu ao ser tratada "apenas como uma mulher". Este foi o começo de uma vocação errada. Por isso, ela queria vingar-se, recuperar sua "dignidade", provar seu "verdadeiro valor" e competir com os homens no mundo dos homens. Mas o homem que ela se propôs derrotar não é de todo um homem de verdade, apenas o fantoche de uma sociedade padronizada e racionalizada que não conhece mais nada que seja verdadeiramente diferenciado e qualitativo.
Nessa civilização, obviamente, não há espaço para privilégios legítimos e, portanto, mulheres que são incapazes e não querem reconhecer sua vocação tradicional natural nem defendê-la (mesmo no plano mais baixo possível, uma vez que nenhuma mulher sexualmente realizada sente a necessidade de imitar e invejar o homem) poderiam facilmente demonstrar que elas também possuem virtualmente as mesmas faculdades e talentos – tanto materiais como intelectuais – que se encontram no outro sexo e que, de modo geral, são exigidos e estimados numa sociedade do tipo moderno. O homem, por sua vez, deixou irresponsavelmente isso acontecer e até ajudou e empurrou mulheres para as ruas, escritórios, escolas e fábricas, em todos os pontos encruzilhados e "poluídos" da cultura e da sociedade modernas. Assim, o último impulso de nivelamento foi dado".
(Julius Evola, Rivolta contro il Mondo Moderno)

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

A queda da mulher advém da queda do homem

"Numa sociedade que não entende mais a figura do asceta e do guerreiro; em que as mãos dos mais recentes aristocratas parecem ser mais adequadas para segurar raquetes de tênis ou shakers para misturas de coquetéis do que espadas ou cetros; em que o arquétipo do homem viril é representado por um boxeador ou por uma estrela de cinema, se não pelo covarde opaco representado pelo intelectual, pelo professor universitário, pelo fantoche narcisista do artista ou pelo banqueiro ocupado e sujo, ou o político - em tal sociedade, seria apenas questão de tempo até que as mulheres se levantassem e reivindicassem uma "personalidade" e uma "liberdade" de acordo com o significado anarquista e individualista geralmente associado a essas palavras. E enquanto a ética tradicional pedia aos homens e às mulheres para serem eles mesmos ao máximo de suas capacidades, e que expressassem com traços radicais suas próprias características de gênero - a nova "civilização" visa nivelar tudo, já que é orientada para o disforme e para o estágio que não está além, mas sim desse lado do individualismo e da diferenciação dos sexos".
(Julius Evola, Rivolta contro il Mondo Moderno)

quarta-feira, 11 de março de 2020

Julius Evola: Para uma historiografia de Direita


“A propósito de considerações sobre o significado europeu que pode ser atribuído a Donoso Cortés, interessante figura de homem político e de pensador espanhol, cujas atividades se situam no período dos primeiros movimentos revolucionários e socialistas da Europa, Carl Schmitt, conhecido historiador alemão, salientou o seguinte: embora, desde então, as esquerdas tenham elaborado sistematicamente e aperfeiçoado uma historiografia própria como fundamento geral da sua ação destrutiva, nada de semelhante se verificou no campo oposto, isto é, no campo da Direita, no seio da qual tudo se reduziu a alguns ensaios esporádicos, que em nada são comparáveis, pela coerência, pelo radicalismo e pela largueza de horizontes, àquilo que, desde há muito, propõem o Marxismo e a Esquerda em semelhante domínio.
Esta observação é em grande parte justa. Com efeito, a única história, conhecida universalmente e com autoridade, à exceção da história de inspiração marxista, tem essencialmente natureza e origens liberais, iluministas e maçônicas. Refere-se às ideologias do Terceiro Estado, que apenas serviram para preparar o terreno aos movimentos radicalizantes de esquerda, já que os seus fundamentos são essencialmente antitradicionais. Uma historiografia de Direita espera ainda a vez de ser escrita: o que constitui um sinal de inferioridade em relação às ideologias e à ação agitadora das esquerdas. De modo mais particular, nem mesmo a história corrente, de orientação patriótica, pode suprir esta lacuna, pois, fora dos seus possíveis cambiantes nacionais e das evocações comovidas de acontecimentos e de figuras heróicas, ela própria se ressente, e em larga conta, das sugestões de um pensamento que não é de modo algum o pensamento de uma Direita, e, sobretudo, porque não pode suportar a comparação, quanto à largueza de horizontes, com a historiografia de esquerda.
Eis o ponto fundamental.
De fato, somos obrigados a reconhecer que a historiografia de esquerda soube abranger as dimensões essenciais da História: para lá dos conflitos e das perturbações políticas episódicas, para lá da história das nações, soube descobrir o processo geral e essencial que se realizou durante os últimos séculos, no sentido da passagem de um tipo de civilização e de sociedade a outro. Que a base da interpretação tenha sido, a esse respeito, constituída pela economia e pelas classes, isso nada tira à amplitude do programa que foi traçado por esta historiografia, a qual, como realidade essencial para lá do contingente e do particular, nos indica, no curso da História, o fim da civilização feudal e aristocrática, o aparecimento da civilização burguesa, liberal, capitalista e industrial, e, depois desta, o anúncio e o começo da realização de uma civilização socialista, marxista e, finalmente, comunista. Aqui, a revolução do Terceiro Estado e a do Quarto Estado são reconhecidas no seu encadeamento natural, causal e tático. A idéia de processos preestabelecidos, para os quais, sem querer nem saber, contribuíram os egoísmos mais ou menos “sagrados” dos povos, as rivalidades e as ambições daqueles que pensaram “fazer a história” sem sair do domínio do particular, tal é a idéia que devemos tomar em consideração. Por isto estudamos as transformações de conjunto e a estrutura social e da civilização, que são o efeito direto do jogo das forças históricas, relegando com exatidão a história das nações para a simples fase “burguesa” do desenvolvimento geral: com efeito as nações só apareceram na história, como sujeito desta, a partir da revolução do Terceiro Estado, e como sua consequência.
Comparada à historiografia de esquerda, a historiografia que é própria a outras tendências aparece pois superficial, episódica, a duas dimensões, até mesmo frívola. Uma historiografia de Direita deveria abranger os mesmos horizontes que a historiografia marxista, com a vontade de apreender o real e o essencial do processo histórico, que se desenrolou no curso dos últimos séculos, fora dos mitos, das superestruturas e também da crônica vulgar. Isto, naturalmente, invertendo os sinais e as perspectivas: isto é, vendo, nos processos essenciais e convergentes da história mais recente, não as fases de um progresso político e social, mas as de uma subversão geral. É evidente que as premissas econômico-materialistas deveriam ser igualmente eliminadas, reconhecendo como simples ficções o homo oeconomicus e o presumível determinismo inexorável dos diversos sistemas da produção.
Forças bem mais vastas, profundas e complexas, agiram e agem na história. Quanto aos detalhes, o mito do “comunismo primordial” é também ele rejeitado por aí opor, para as civilizações que precederam as de tipo feudal e aristocrático, a idéia de organizações, de preferência baseadas num princípio de pura autoridade espiritual, sacral e tradicional. Mas, à parte isto – repitamo-lo –, uma historiografia de Direita reconhecerá, não menos do que a de esquerda, a sucessão ou o encadeamento de fases distintas gerais e supranacionais, as quais conduziram regressivamente até à desordem e às perturbações atuais: tal será, para ela, a base de interpretação dos fatos particulares e das mudanças, sem nunca deixar de estar atenta aos efeitos produzidos por estes últimos no quadro social.
É impossível indicar aqui, nem mesmo à força de exemplos, toda a fecundidade de um tal método e a luz insuspeitada que projetaria sobre muitos acontecimentos. Os conflitos político-religiosos da Idade Média imperial, a constante ação cismática da França, as relações entre a Inglaterra e a Europa, o verdadeiro sentido das “conquistas” da Revolução Francesa, e assim por diante, até episódios de interesse particular, a Itália como o rosto efetivo da revolta das comunas, o duplo aspecto do “Risorgimento” italiano, enquanto movimento nacional, acionado no entanto por ideologias do Terceiro Estado, o significado da Santa Aliança e os esforços de Metternich – o último grande europeu –, o significado da primeira guerra mundial com a ação de contragolpe das suas ideologias, a discriminação entre o positivo e o negativo nas revoluções nacionais, que se afirmaram ontem na Itália e na Alemanha, e assim por diante, até chegar, finalmente, a uma visão conforme a realidade nua das verdadeiras forças, hoje em luta pelo domínio do mundo: eis uma escolha de argumentos sugestivos, entre tantos outros, aos quais se poderá consagrar a historiografia de Direita, para assim revolucionar os pontos de vista que o maior número está habituado a ter em tudo isto pelo efeito de uma historiografia de orientações opostas, e para agir de modo esclarecedor.
Uma historiografia assim concebida, e visando portanto o universal, encontrar-se-ia de modo muito particular à altura dos tempos, se é verdade que, por efeito de processos objetivos irreversíveis, cada vez se perfilam mais, hoje em dia, agrupamentos que não são apenas constituídos por unidades étnicas e políticas, particulares e fechadas. Infelizmente, esta historiografia desejada corresponderia unicamente a um aumento de conhecimentos. No estado atual das coisas, só dificilmente poderíamos esperar dela uma eficácia também prática, na perspectiva de uma ação decidida, de uma luta global e inexorável contra as forças que estão quase a derrubar o pouco que resta da verdadeira tradição européia.
Seria preciso, com efeito, que existisse, como contrapartida, uma Internacional de Direita, organizada e munida de um poder comparável ao da Internacional comunista. Ora sabe-se infelizmente que, devido à carência de homens dotados de uma grande elevação espiritual e de uma autoridade suficiente, devido ainda à prevalência de interesses partidários e de pequenas ambições, devido também a uma falta de verdadeiros princípios, e sobretudo de uma falta de coragem intelectual, não foi possível, até agora, constituir um governo unitário de Direita, nem mesmo só na Itália, e só nos tempos recentes foi possível ver anunciarem-se iniciativas neste sentido.”

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