quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A ponta do iceberg


“Corrija-me se estiver errado, mas tanto quanto me lembro o então Cardeal Ratzinger publicou uma nova disciplina para casos de suspeita de pedofilia em ou cerca de 2000 ou 2002. A nova disciplina ordenava que todos os casos de suspeita de pedofilia fossem levados a Roma, para lá serem investigados longe da proteção permitida pelos poderes locais.
Agora mova o olhar para a Pensilvânia, e deixe que descanse de um extremo ao outro do mar (ou, se preferir, sobre toda a frutada planície). É óbvio que a Pensilvânia não é uma ilha, completamente separada do que acontece no restante do País. PA deve ser talvez a ponta de um enorme iceberg.
Reflitamos agora por um momento: quantos casos de desobediência à regra de Ratzinger devem ter acontecido neste tempo? Quantos Bispos devem estar envolvidos? Quantos deles se tornaram Arcebispos, ou Cardeais? Quantos deles são homossexuais, ou foram chantageados por aqueles que são?
E sejamos claros em uma coisa: se pensamos que o problema tinha sido em sua maior parte erradicado dez a quinze anos atrás, mas então descobrimos que não foi isso que aconteceu, quantos outros casos devem estar acontecendo agora, enquanto escrevo?
Onde existem padres homossexuais, devem existir padres pedófilos, pois mesmo que nem todo homossexual seja pedófilo, a maioria dos pedófilos é homossexual. Tem diminuído o número de padres homossexuais nos últimos quinze anos? Pode alguém dizer que o fenômeno do sacerdócio homossexual foi erradicado? O tão amistoso padre de paróquia na igreja perto de você dá a impressão de ter a necessária dose de testosterona? Penso que não...
Começo a suspeitar de que a organização da Igreja nos EUA (e em sabe-se lá quantos outros países) abriga uma vasta rede de pedófilos operando tanto nas sombras como à meia-luz, e com muitos que deveriam ver sendo incompetentes demais para ver, ou covardes demais para fazerem alguma coisa, ou eles próprios chantageados.
Digamos, como exemplo, que um Cardeal (digamos, também como exemplo: Wuerl) não seja pedófilo, mas homossexual. Ele sabe que pode ser esmagado a qualquer momento. Ele se depara com pedófilos entre os de sua mesma tribo. Será ele um infatigável perseguidor de molestadores de crianças? Ou ele se limitará a fazer o mínimo indispensável para ter alguma defesa no futuro, enquanto evita sua própria queda pelas mãos da camarilha pedófila? Quantas situações como esta devem existir por todo o Ocidente, se considerarmos o número de pessoas em púrpura e vermelho que clara e legitimamente podemos ver como suspeitas de homossexualidade? Pode-se realmente pensar que, digamos, o Cardeal Coccopalmerio é normal?
E que dizer do ex-Arcebispo de Buenos Aires? Sua conduta enquanto esteve lá, e antes de estar lá, era acima de qualquer suspeita? Penso que não...
Não. Este problema não pode ser resolvido pelas mesmas pessoas que o criaram. Precisamos ver padres, bispos e cardeais culpados apodrecendo na cadeia.
Isto poderá, com o tempo, ser dissuasão suficiente. Então quando as estruturas oficiais se tornarem tão corruptas que não puderem mais ser reformadas a partir de dentro, a Providência fornecerá o modo como poderão ser reformadas a partir de fora.”

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