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P. 915. Quantos são os pecados contra o Espírito Santo?
R. Seis: desespero de salvação, presunção da misericórdia de Deus, impugnar a verdade conhecida, invejar o bem espiritual de outrem, obstinação no pecado, e impenitência final.
P. 916. Que é o desespero de salvação?
R. É uma desconfiança da misericórdia e do poder de Deus como também dos méritos de Jesus Cristo, como se não tivessem força suficiente para nos salvar. Este foi o pecado de Caim, quando disse: “Meu pecado é maior do que posso merecer perdão”. (Gen. 4; 13). E de Judas, “quando, derrubando as moedas de prata no templo, saiu e se enforcou”. (Mat. 27; 4-5).
P. 917. Que é a presunção da misericórdia de Deus?
R. Uma insensata confiança na salvação, sem se levar uma boa vida, ou sem se importar com seguir os mandamentos, como a que possuem os que pensam que serão salvos somente pela fé,
sem boas obras.
P. 918. O que é impugnar a verdade conhecida?
R. Argumentar obstinadamente contra pontos conhecidos da fé, ou impedir o caminho de nosso Senhor forjando mentiras e calúnias, como os hereges fazem, quando ensinam ao povo ignorante, dizendo que os católicos adoram imagens como a Deus, e dão aos Anjos e aos Santos a honra que se deve a Deus; ou que o Papa por dinheiro dá-nos perdão para cometer qualquer pecado que nos agrade, todas estas sendo tais falsidades, que maiores não poderiam ser inventadas.
P. 919. Que é a inveja do bem espiritual do outro?
R. Uma tristeza ou lamentação quanto ao crescimento de outro em virtude e perfeição, como os sectários parecem ter quando zombam e ficam perturbados com os jejuns frequentes, orações, festas, peregrinações, esmolas, votos, e ordens religiosas da Igreja Católica, chamando-os
supersticiosos e tolices, porque não têm em suas igrejas tais práticas de piedade.
P. 920. Que é a obstinação no pecado?
R. A persistência obstinada na iniquidade, e continuar passando de um pecado a outro, depois de suficientes instruções e admoestações.
P. 921. Como mostrar a malícia deste pecado?
R. Extraído de Heb. 10; 26-27. “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,
mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.”
P. 922. Que outras provas você tem?
R. Extraído de II Ped. 2; 21. “Teria sido melhor não terem conhecido o caminho da justiça, do que conhecendo-o desviarem-se do santo mandamento que lhes foi entregue.”
P. 923. Que é impenitência final?
R. Morrer sem confissão ou arrependimento pelos nossos pecados, como fazem aqueles de quem se disse: “Com um pescoço duro, e com os corações e ouvidos incircuncisos, vós sempre resistis ao Espírito Santo.” (Atos 7; 51) E na pessoa de quem Jó fala, dizendo: “Tudo isto a despeito de terem posto Deus de lado, de não quererem saber nem dele nem dos seus caminhos para nada.” (Jó 21; 14)
P. 924. Por que se diz que esses pecados não serão nunca perdoados, nem neste mundo, nem no mundo vindouro?
R. Não porque não haja poder em Deus ou nos sacramentos de remi-los, se os confessarmos e nos arrependermos deles, (excetuando-se apenas a impenitência final) dos quais lemos: “Há pecado para morte, e por esse não digo que ore.” (I João 5; 16-17) ”Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda iniquidade.” (I João 1; 9)”
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Catecismo de Douay, Capítulo XIX)