“O que pedem os partidários de uma liberdade indefinida? Que cada um tenha o direito de fazer o que bem lhe apraz. Mas se assim for, cada um fará aquilo que lhe parece mais útil, aquilo que melhor se adequa a seus interesses. Ora, estes interesses individuais raramente estão de acordo uns com os outros; pelo contrário, estes se contradizem constantemente. Os bens, as honras, as dignidades só podem, em geral, ser compartilhados por um novo indivíduo, por uma nova família, quando cessam de ser partilha de outro indivíduo, de outra família. Aliás, atentem ao fato de que a liberdade que Deus deu ao homem não é um direito; é uma faculdade: a faculdade de escolher entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, entre o vício e a virtude. Assim, por exemplo, somos livres para salvar ou assassinar um de nossos semelhantes, socorrê-lo, se for pobre, ou roubá-lo, se for rico. Podemos usar ou abusar de nossa liberdade. Mas a razão, em acordo com a lei divina, nos ensina claramente que o bom uso da liberdade deve ser recompensado, e seu mau uso, castigado. É assim que não podemos nunca dar aos homens, como um direito, a liberdade de fazer o mal. É verdade que a prudência aconselha tolerar o mal quando é impossível remediá-lo sem que se cause um mal ainda maior; mas as leis humanas nunca podem autorizar o mal como um princípio, e uma lei que tal o fizesse seria nula, per si.”
(Augustin Louis Cauchy, Educação do Jovem Europeu: Breves Palavras aos Homens de Bom Senso e de Boa Vontade)
El martirio según el martirologio
Há 17 horas