quinta-feira, 3 de março de 2016

Os perigos do socialismo

“É demasiado fácil falar que a propriedade deve ser distribuída, porém, quem é o agente do verbo? Quem deve distribuir? Parte-se da idéia que o poder central, que condescende com a distribuição, há de ser sempre justo, sábio, prudente e representante legítimo da consciência da comunidade. Nós, entretanto, colocamo-la em cheque. Afirmamos que deveria haver no mundo uma grande massa de poderes, privilégios, limites e pontos de resistência disseminados que permitiriam ao povo resistir à tirania. E afirmamos que, nesse controle central, por mais que possam tê-lo designado para ser um distribuidor da riqueza de maneira igualitária, há a possibilidade permanente da conversão numa tirania.
Não creio que seja difícil imaginar como isso poderia acontecer. No momento em que um grupo de pessoas começasse a comportar-se de alguma forma que o grupo governante julgasse anti-cívica, poder-se-ia negar-lhes, sem dificuldade e com a aprovação deste mesmo grupo governante, alimentos e suprimentos.
Eles propõem a distribuição das riquezas; eu proponho a distribuição do poder.”
(Gilbert Keith Chesterton, Do We Agree?)

Tradução de Agnon Fabiano