domingo, 27 de setembro de 2015

Excepcionalismo, assimilação e imperialismo


“Esta abordagem abstrata da assimilação deriva, no fim das contas, da convicção – tão ingênua quanto chauvinista – de que a América é um país excepcional, que não se baseia em sangue, solo e parentesco, mas é uma nação “dedicada à proposição de que todos os homens nascem iguais”. Seus proponentes são rápidos em rotular a posição mais desatualizada, de que a nação é metaforicamente uma família expandida, como preconceito, mas nenhuma repetição ou extravagância retórica pode maquiar a lógica perigosa que está em ação. Se amo meu país porque ele é meu, então devo ser-lhe leal, ainda que discorde de suas políticas, mas não necessariamente considero-o superior ao país de qualquer pessoa, e posso não ter a disposição de dizer que todos os outros países, na medida em que são legítimos e dignos de respeito, devem se aproximar do meu.
Mas isso é exatamente em que ficam insistindo os advogados da “nação proposicional”. Os Estados Unidos não são apenas a melhor nação da história do mundo, mas também o farol da humanidade, o lar natural de todas as pessoas boas e decentes do mundo e o inimigo de todos os regimes que negam a seus súditos direitos iguais. Deste modo, pelo mesmo argumento, uma nação proposicional é obrigada a abrir suas fronteiras a estrangeiros “que anseiam por respirar a liberdade”, mas também está justificada a empenhar-se em infinitas cruzadas para impor suas proposições ao restante do mundo.”
(Thomas Fleming, Up Mexico Way)