quinta-feira, 28 de maio de 2015

Romero, um beato para o descatolicismo


“Monsenhor Romero é o beato querido pelos descatólicos hispano-americanos. O mártir arvorado pela igreja da pastoral revolucionária que perde fiéis e se empenha em um populismo ainda dependente de postulados que se afastam do catolicismo, marcando o ritmo da teologia da libertação.
Foi um mártir? Digamos, primeiramente, que o conceito de ‘mártir’ restou forçosamente reformulado quando João Paulo II se empenhou em declarar mártir Frei Maximiliano Kolbe, ainda que em sua morte faltassem alguns dos elementos integrantes da, até então, concepção canônica do martírio. Desde então, cabem no conceito martirial outros modelos nos quais prevalecem outras particularidades que antes não eram consideradas propriamente martiriais. Neste novo conceito, lato e elástico, de martírio, cabe sim Oscar Romero, um bom sacerdote, um bom bispo. E ainda mártir proclamado tal por mui determinados grupos e setores da Igreja que lutavam à margem das considerações de fé e virtude que provaram os Mártires do Martirológio. Quiçá, para estes casos, houvesse sido oportuno criar um novo ‘martirológio’, para distinguir e não confundir.
A procissão de entrada da Missa de beatificação foi um lamentável dejá vú, com todos os sacerdotes cobertos com bonés e chapéus, o gesto sem recolhimento, desinibido, festivo, segundo o estilo/formato joão-paulista: Muito clero pouco pio.
Nesse tipo de montagens neo-litúrgicas que o Papa Wojtyla inventou e difundiu, a celebração do Mistério permanece remota, enquanto ressalta uma espécie de auto-celebração complacente na qual a assembléia e suas motivações conjunturais ocupam tudo reduzindo a Presença e o Sacrifício a um mínimo. Sobressai mais o periférico que o essencial necessário.
Na Missa de beatificação, ficava claro que se celebrava Romero. Fica-se em dúvida se Cristo foi celebrado.
Quando levavam ao altar-estrado uma urna com as relíquias do neobeato, a camiseta empapada no sangue do bispo fuzilado enquanto celebrava a Missa, o coro cantava o Salmo 71 na versão, letra e música de Miguel Manzano, tão famosa nos anos 70:
... que ele defenda os humildes do povo e destrua o explorador”.
Uma versão muito distante do ‘humiliabit calumniatorem’ que diz aquele versículo do Saltério que pseudo-traduz (Sal 71,4).
Estamos em 2015, na Igreja cujos hierarcas são aqueles jovens que nos anos 70 cantavam com ensaiado eco de trovão esse versículo do salmo de Manzano: - “Destrua o explorador!!!”. Cantava-se muito nos seminários.
Ao chegar a procissão de entrada ao altar, o coro, ao ritmo de chimpum-chimpum populista, cantava este outro:
- “Vamos todos ao banquete
à mesa da criação
cada qual com seu tamborete
tem um posto e uma missão
”.
Sublime.
n.b. Em todo momento, o celebrante-presidente-ausente foi PP Franciscus. Nunca foi tão evidente que o Cardeal Angelo Amato era só a voz de seu amo.”

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