segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Os trabalhadores da última hora

“É bem evidente que esta parábola se dirige, ao mesmo tempo, tanto aos que são virtuosos desde a sua tenra idade, como aos que se tornam tais na sua velhice: aos primeiros para os preservar do orgulho e os impedir de censurarem os da hora undécima; aos segundos para lhes ensinar que podem merecer o mesmo salário em pouco tempo. O Salvador acabava de falar da renúncia às riquezas, do desprezo de todos os bens, de virtudes que exigem grande ânimo e coragem. Para tal, era preciso o fervor e a força de uma alma cheia de juventude; o Senhor, portanto, reacende neles a chama da caridade, fortalece os seus sentimentos e mostra-lhes que mesmo os últimos a virem recebem o salário de um dia inteiro…
Todas as parábolas de Jesus: as das virgens, da rede, dos espinhos, da árvore estéril, convidam-nos a manifestar a nossa virtude nas nossas ações. Fala pouco de dogmas, porque estes não exigem muito esforço. Mas fala freqüentemente da vida, ou antes, fala sempre, porque sendo a vida uma luta contínua, o esforço também resulta contínuo.”
(São João Crisóstomo, Homilias sobre São Mateus)