quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

São Celestino V

“Papa. Nasceu nos Abruzos, c. 1214; morreu próximo de Anagni, em 1296. Canonizado em 1313. Comemoração: 19 de maio.
Após a morte do papa Nicolau IV, mais de dois anos se passaram sem que houvesse um acordo sobre a sucessão. Em 1294, já desesperados, os cardeais tentaram pôr um fim ao impasse elegendo um “tapa-buraco”. O escolhido foi Pedro de Morrone, um eremita de oitenta anos de idade. Pedro pertencia a uma família de camponeses e era monge beneditino, mas há anos vivia como chefe de um grupo de eremitas no Monte Morrone, região dos Abruzos. Embora chocado com a escolha dos cardeais, submeteu-se a sua vontade e, assumindo o nome de Celestino, foi consagrado bispo de Roma em Áquila. Os resultados, porém, foram desastrosos, pois ele não possuía as características necessárias para o cargo, excetuando-se apenas sua santidade.
Em sua simplicidade e ignorância, cometeu os erros mais elementares e tornou-se um inocente útil nas mãos do rei Carlos II de Nápoles. Consciente de suas falhas e sentindo-se infeliz no novo ambiente, Celestino abdicou do cargo diante de um consistório de cardeais, em Nápoles. Havia sido papa por cinco meses. Poucos dias depois, o severo e inflexível Bonifácio VIII foi eleito em seu lugar, mas temia que os adversários fizessem uso de Celestino para atingir seus fins. Velho e cansado, Celestino ainda tentou fugir para as montanhas ou através do mar; no entanto, por ordem de Bonifácio, foi encontrado e encerrado em um pequeno aposento no castelo de Fumone, perto de Anagni. “Do mundo eu não queria mais do que uma cela”, disse São Celestino, “e uma cela foi o que me deram”. Figura das mais patéticas de toda a história do papado, morreu dez meses depois e foi enterrado em Áquila.”
(Donald Attwater, The Penguin Dictionary of Saints)

Tradução de Maristela R. A. Marcondes e Wanda de Oliveira Roselli