segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Na prática, Roma não considera a FSSPX cismática

“Durante todo esse tempo da condenação, das excomunhões, e até mesmo depois, existem documentos oficiais que dizem que não existimos, que nossos sacramentos são inválidos etc. Mas ao mesmo tempo, em Roma, na prática as coisas são diferentes. Eles nos tratam como sendo totalmente católicos. Isso complica as coisas. Por exemplo, Roma trata com os sacerdotes que nos deixaram de um modo particular. Há um princípio em ação na Igreja Católica que se um católico é ordenado, seja para o diaconato ou para o sacerdócio, em um movimento cismático (por exemplo, os ortodoxos ou quem quer que tenha ordens válidas), quando retorna à Igreja Católica, ele não pode jamais exercer os poderes que roubou fora da Igreja. É um princípio geral que se aplica até os dias de hoje.
Ora, quando éramos supostamente cismáticos, quando sacerdotes recebiam ordens na Sociedade mas iam para Roma, se fôssemos realmente cismáticos, eles deveriam ter proibido o exercício de seus poderes. Mas o fato de que eles permitiram-lhes retornar como sacerdotes prova que eles não nos vêem como cismáticos. Essa tem sido a política constante de Roma. Em um determinado caso, alguém tinha sido ordenado pelo bispo Rangel, que havia sido consagrado bispo pelos bispos Tissier, Williamson e de Galaretta. Em Roma, quando esse sacerdote apareceu, eles perceberam que ele tinha sido ordenado por um bispo consagrado por bispos “cismáticos”. Eles enviaram o caso para a Congregação para a Doutrina da Fé. A resposta que receberam foi que ele deveria ser tratado como todos os outros. Assim, de novo, na prática, não existe cisma.”
(Dom Bernard Fellay, F.S.S.P.X, em palestra proferida em homenagem aos 40 anos de fundação da Fraternidade)