domingo, 17 de outubro de 2010

Não sejamos reféns dos relativistas morais e do patrulhamento ideológico marxista


“O relativismo moral parece ter tomado conta de quase tudo. A linha desenhada pela tradição ocidental judaico-cristã, que sempre demarcou com clareza os conceitos de certo e errado, vem sendo adrede e maldosamente apagada pela borracha relativista, a serviço do projeto gramsciano de minar os valores burgueses para poder implantar o mundo do faz-de-conta – e historicamente sangrento – em que vive a esquerda radical, a ponto de quase não ser mais percebida por milhões de bem intencionados, que mais parecem tontos teleguiados. Você foi assaltado? A culpa é da pobreza. Fulano matou os pais e foi ao motel? Culpa do Consenso de Washington. Beltrano atirou uma criança do alto de um prédio? Sem dúvida, foi por causa do neoliberalismo. Aquele político tungou recursos públicos? Nada de errado, pois o fez em prol do projeto de uma sociedade igualitária. O analfabeto funcional que preside o Brasil usou (mais uma vez) palavras chulas e você se chocou? A culpa é sua, sem dúvida um elitista preconceituoso, porque Sua Excelência apenas usa a linguagem do povo. Você é contra as famigeradas cotas raciais? Ora, deixe de ser egoísta, pense nas injustiças históricas. Você é contra a TV exibir cenas de casais homossexuais trocando beijos? Puxa, deixe o seu obscurantismo religioso de lado, deixe de ser hipócrita e modernize-se. E por aí vai, sem possibilidades de volta, ao que parece, a não ser que as pessoas que prezam a tradição em que a sociedade ocidental sempre se baseou não fiquem caladas, não se sintam patrulhadas e abram a boca, os pulmões e o espírito e lutem contra o maior mal de nossos dias – o relativismo moral, cujos defensores já revelam de saída um contra-senso, o de falar em uma “sociedade do futuro”, simplesmente jogando fora todo o passado. Um disparate, já que não pode existir “amanhã” sem “hoje” e, portanto, sem “ontem”. Amigo, o que se espera de você é que diga abertamente que a culpa é dos assaltantes, dos assassinos, dos estupradores, dos políticos larápios, que proclame aos quatro ventos que o nosso presidente é um ignorante, que as cotas raciais – como quaisquer outras – são uma estupidez, que você não tem vergonha de professar a sua religião ou de saber discernir o que é certo do que não é, que hipócritas e sacripantas da seita marxista são esses patrulheiros ideológicos sempre à espreita e que nem tudo o que é moderno, para usarmos expressão de São Paulo aos Coríntios, embora possa ser permitido, nos convém (I Cor 6, 12). Não vá atrás desse isentismo travestido de democrático que nos está tornando reféns dos relativistas morais. Devemos ser complacentes com os que erram – e quem não erra? - mas temos o dever de, primeiro, saber que erros são erros e, segundo, que não podemos condescender com eles.”
(Ubiratan Iorio, Nada mais Pode Surpreender...)

http://www.ubirataniorio.org/blog.htm

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