“Os estados modernos, que são monstruosidades burocráticas e jurídicas divorciadas de qualquer sabedoria filosófica, cada vez mais demonstram que terão de ser suplantados nas próximas décadas como uma condição de sobrevivência das nações ocidentais. Tecnocracias mal administradas por elites ridiculamente estúpidas que com desfaçatez inédita na história humana se propõem a regular cada detalhe da vida social e individual. Estes estados desfalecem diante de nossos olhos.
Instituições de princípios vazios de sentido, que não resistem a simples análises lógicas oferecem-nos um espetáculo exemplar de malignidades. Igualdade e liberdade, por exemplo, as palavras de ordem da modernidade, são termos contraditórios e não aplicáveis à realidade, destoantes da ordem natural. Conceitos que simplesmente não podem ser tomados como princípios, mas sendo, produzem a catástrofe política que é a República Liberal. Enquanto o igualitarismo é uma triste e destrutiva ficção, a liberdade como princípio imperante é um paradoxo, pois destrói as legítimas liberdades humanas ao destruir a ordem que as sustenta.
Eis que conceitos abstratos aplicados indefinidamente levam a contradições intermináveis. A profusão anárquica de nossos dias, os saques, a destruição das metrópoles, a decadência dos centros urbanos, o ataque às bases e símbolos da civilização, manifestações de barbarismo e bestialidade dos Antifa e da esquerda em geral e acima de tudo, a impotência das forças de ordem frente à ignorância dos líderes políticos; tudo isto é apenas uma parcela da camada visível da permanente crise revolucionária. Não é sintomático que a normalização da corrupção moral é justificada como liberdade e a decadência da cultura e da política são justificados pela igualdade?
Estes falsos deuses modernos cairão; eventualmente alguma das gerações vindouras irá derrubá-los e entronizar os verdadeiros princípios. Aquilo que Leão XIII chamou de "funestos erros" sairão de cena pela marcha das consciências restauradoras. Igualdade, democracia de massas, soberania popular, tudo isso está fadado à destruição. Será pelo caos revolucionário que leva ao totalitarismo ou pelo triunfo contra-revolucionário que trará a restauração. Nós que ainda temos bom-senso optamos pela Contra-Revolução.
Não é a Sexta República Brasileira que precisa cair. É a República Moderna, pseudo-religião naturalista e gnóstica que precisa morrer. E como diria um certo Nietzsche, só vencemos aquilo que substituímos, apenas o Império pode garantir a superação da hipermodernidade. A monarquia como regime apaziguador, unificador do povo, com autoridade e agilidade para exercer o legítimo papel do estado e limitado naquilo que a subsidiariedade ordena a grei. Regime forte e estável, irradiador de virtudes e inibidor de corrupções. Pronto para fazer da Nação uma potência próspera e espiritualmente vigorosa. Regime liderado por um elo real e concreto entre o passado, o presente e o futuro. Uma família educada desde a infância, conhecedora e amante da Nação, comprometida com esta.
E que Império poderá ser forte, sábio e capaz para lidar com a imundice pós-moderna? Lembremos novamente Leão XIII em sua Diuturnum Ilud:
"Quando a sociedade civil, surgida de entre as ruínas do Império Romano, se abriu de novo à esperança da grandeza cristã, os Romanos Pontífices consagraram de um modo singular o poder civil com o Imperium Sacrum."
Pois bem, a Monarquia não voltará como uma República coroada. Voltará sim, como parte de uma restauração superior, um reflexo da atuação de forças transcendentes na história. Nestes anos 20 haver-se-á de preparar e nas décadas seguintes a marcha celestial da cruzada contra a besta revolucionária ressoará triunfante. A restauração do que Leão XIII lembrava na Immortale Dei:
"Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa época, a influência da sabedoria cristã e a sua virtude divina penetravam as leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda parte era florescente, graças ao favor dos príncipes e à proteção legítima dos magistrados. Então o sacerdócio e o império estavam ligados em si por uma feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios. Organizada assim, a sociedade civil deu frutos superiores a toda expectativa, frutos cuja memória subsiste e subsistirá, consignada como está em inúmeros documentos que artifício algum dos adversários poderá corromper ou obscurecer.
Se a Europa cristã domou as nações bárbaras e as fez passar da ferocidade para a mansidão, da superstição para a verdade; se repeliu vitoriosamente as invasões muçulmanas, se guardou a supremacia da civilização, e se, em tudo que faz honra à humanidade, constantemente e em toda parte se mostrou guia e mestra; se brindou os povos com a verdadeira liberdade sob essas diversas formas, se sapientissimamente fundou uma multidão de obras para o alívio das misérias; é fora de toda dúvida que, assim, ela é grandemente devedora à religião, sob cuja inspiração e com cujo auxílio empreendeu e realizou tão grandes coisas."
E que não haja ilusões, o Imperium Sacrum voltará em meio a uma guerra. Terá de ser integralmente restaurador ou será abortado no princípio pelas elites luciferianas e seus asseclas idiotas úteis que hoje nos dominam e infestam a sociedade.
Joseph de Maistre em sua refutação a Rousseau já antevia: "Cabe aos homens sábios de todas as nações refletir profundamente sobre as antigas leis das monarquias, os bons costumes de cada nação e o caráter geral dos povos europeus. É nessas fontes sagradas que eles encontrarão remédios adequados aos nossos infortúnios, e os sábios meios de regeneração serão infinitamente separados das teorias absurdas e idéias exageradas que nos causaram tanto dano."”
(O Imperialista, em postagem no Facebook de 10.06.2020)