segunda-feira, 14 de novembro de 2016
A Igreja apodrecida pelo liberalismo
“A expressão “igreja Conciliar” reflete claramente uma realidade, algo real, a saber, a massa de pessoas e instituições que afirmam ser católicas, mas que na realidade estão a deslizar para a prática da nova religião humanista do Concílio Vaticano II. “Estão a deslizar” porque o conciliarismo, ou neomodernismo, é projetado precisamente para permitir que os católicos mantenham as aparências da Fé enquanto esvaziam a substância desta. Os católicos, no concreto, podem realizar esse processo de modo tão rápido ou tão lento quanto desejem, embora não precisem levá-lo até a sua conclusão; mas o conciliarismo, no abstrato, é totalmente oposto ao catolicismo e, se concluído, destrói tanto a Fé como a Igreja, conforme o fim para o qual foi planejado.
O processo não é difícil de se observar e de se entender, mas os liberais que hoje lideram a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, enquanto buscam a reconciliação com os conciliaristas em Roma, têm feito o melhor que podem para confundir a questão que envolve a igreja Conciliar e a Igreja Católica. Por exemplo: dirão eles que a Igreja Católica é visível, e a igreja Conciliar é a igreja visível; logo, a igreja Conciliar é a Igreja Católica – um argumento descartado anos atrás por Monsenhor Lefebvre, que o classificou como “infantil” (há muitas igrejas visíveis, e isso não faz com que sejam católicas). E igualmente infantil é o argumento pelo qual se defende que há apenas uma Igreja, e então a igreja Conciliar e a Igreja Católica devem ser uma só e a mesma (há, porém, milhares de igrejas falsas).
A verdade não é tão complicada. A Igreja Católica é um organismo vivo, é divina e humana, tal como seu Fundador, Jesus Cristo. Enquanto divina, como Sua Esposa Imaculada, ela não pode ser corrupta e nem corrompida; mas enquanto composta por seres humanos pecadores, ela pode estar, como qualquer outro organismo vivo, em estado parcial de putrefação. Assim, uma maneira simples de entender como a igreja Conciliar se relaciona com a Igreja Católica, é pensar em uma maçã em estado de putrefação.
Por um lado, a parte apodrecida pertence à maçã. Toda ela já foi a maçã. É uma corrupção da maçã, um parasita sobre a maçã, não poderia existir sem a maçã e permanece firmemente aderida à maçã, a menos que e até que caia. Do mesmo modo, o conciliarismo pertence à Igreja Católica na medida em que tudo na conciliar já foi católico. É uma corrupção da Igreja Católica, um parasita sobre a Igreja Católica, não poderia existir sem a Igreja Católica, e permanece firmemente aderido a alguma parte da Igreja Católica, a menos que e até que ela destrua essa parte, tal como foi projetada para fazer.
Por outro lado, a parte apodrecida não pertence à maçã. Nenhuma maçã foi criada para ser uma maçã apodrecida. Toda essa parte é uma transformação de alguma maçã, uma corrupção e um parasita da maçã, transformando-a em algo pior, resultando em algo muito diferente da maçã, algo que ninguém eu seu estado mental normal sonharia em comer ou em dizer que não é diferente da maçã. Do mesmo modo, o conciliarismo não pertence à Igreja Católica. É uma corrupção de algo católico, e é um parasita sobre tudo o que seja católico. Ele transforma a Igreja Católica (uma parte humana sua) em algo pior, resultando em algo essencialmente não católico, que nenhum católico em seu estado mental normal poderia chamar de católico, ou com que do mesmo modo iria querer se associar.
Em síntese, o conciliarismo é a parte apodrecida, e a “igreja Conciliar” é a única Igreja divina e humana que está sendo apodrecida em um ou outro de seus aspectos humanos. É claro que a Igreja Católica durará até o fim do mundo (Mt 28, 20), enquanto que a “igreja Conciliar” é meramente uma em uma longa lista de igrejas parasitas que surgiram ao longo dos séculos, que vivem do que elas apodrecem e apodrecem aquilo em que elas vivem. Uma praga sobre todos os liberais, confusos e que confundem!”
(Mons. Richard Williamson, “Igreja Conciliar”?)
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