“O Corão declara que, assim como a mensagem de Maomé confirmou a do Evangelho que veio antes dele, Jesus disse aos judeus que sua mensagem confirmava a da Torá. Jesus também disse, segundo o Corão, que ele era o precursor de um mensageiro que viria depois dele, cujo nome seria Ahmad. Mas o povo iria negar os milagres de Jesus como “bruxaria” – lembrando a negação do mesmo povo a Moisés (28, 36) e Maomé (28, 48).
“Ahmad” significa “o Mais Louvado” e relaciona-se etimologicamente com Maomé, que significa “o Louvado”. Mohammed Marmaduke Pickthall, um erudito britânico muçulmano e converso ao Islã, reforçou a conexão ao traduzir “Ahmad” simplesmente como “o Louvado”. E os muçulmanos universalmente entendem que o verso descreve Jesus prevendo o aparecimento de Maomé.
Os muçulmanos defendem que essa profecia é a versão não-corrompida das palavras de Jesus que teriam sobrevivido em forma corrompida em João 14, 16-17, quando Jesus diz, “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.”
“Consolador”, aqui, é parakletos, ou Paráclito. Alguns apologetas islâmicos afirmaram que essa é uma corrupção de periklytos, que significa “famoso” ou “renomado”, i.e., “Louvado”. Contudo, não há qualquer prova textual para isso: não existem manuscritos do Novo Testamento que usam a palavra periklytos naquele lugar. Nem é provável que as duas palavras possam ter sido confundidas. Esse tipo de confusão pode ser teoricamente possível em árabe, que não escreve as vogais e apresentaria as duas palavras com estruturas consonantais idênticas. Mas como o grego escreve as vogais, essas palavras em grego nem semelhantes seriam.”
(Robert Spencer, The Complete Infidel’s Guide to the Koran)